Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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John John acerta o tom para ajudar a Veste a voltar a crescer

O novo conceito é a aposta do CEO Alexandre Afrange para reverter a queda de faturamento da marca.

Conhecida por roupas de festas em que predomina o preto, a John John, marca mais jovem do grupo Veste (ex-Restoque), vai ganhar luz e cores. A marca é a última do grupo a ganhar um banho de loja como parte de uma reestruturação que começou há cinco anos.

A partir de junho, as coleções ficarão mais claras, e as roupas de balada vão dividir as araras com uma moda mais diurna, de trabalho, com looks urbanos e muito jeans. O início da reforma das lojas — que também ganharão ares menos soturnos — está previsto para outubro. O novo conceito é a aposta do CEO Alexandre Afrange para reverter a queda de faturamento da marca, que tem puxado para baixo os resultados do grupo, enquanto Le Lis, Dudalina e Bo.Bô, mais avançadas na reestruturação, têm batido as metas.

A repaginada da John John é a última etapa de uma correção de rumo que começou em 2019. O processo passou por uma recuperação extrajudicial e uma pandemia e culminou, em dezembro de 2022, na conversão de dívidas que transformou a gestora WNT em sua maior acionista, com 56% do capital.

Enquanto equacionava o endividamento, a empresa recorreu à família fundadora da Restoque para recuperar o DNA das marcas. Afrange é irmão de Rahyja Afrange, que ao lado de Traudi Guida fundou a Restoque como um outlet, em 1982, e a Le Lis Blanc, seis anos depois.

Afrange deixou o grupo em 2014, sete anos depois da venda para a gestora Artesia, que pouco depois levou a Restoque para a Bolsa. Foi convidado à voltar ao grupo em 2021, inicialmente como diretor de Le Lis e de operações. Em dezembro de 2022, ascendeu ao cargo de CEO.

No período em que Afrange estava fora do negócio, a Restoque centralizou as compras e a produção e perdeu a mão da precificação e da gestão de estoques. A unidade de outlets passou a competir com as marcas e chegou a representar 40% do faturamento, com 41 lojas. — A liquidação é inerente ao nosso negócio, mas o outlet tem que ser um complemento. Para ter gordura para queimar na promoção, os preços iniciais tinham que ser muito altos — diz Afrange. Hoje são apenas 10 outlets.

O ajuste de preços e estoque só foi possível com uma mudança organizacional em que cada marca passou a ter um responsável, cuidando de produtos, estilo, planejamento de compras e treinamento de equipe para as lojas.

Hoje 80% do faturamento do grupo vem de vendas a preço cheio — contra 48% em 2019. A margem bruta, que era de 47% há cinco anos, subiu para 65%. O faturamento, de R$ 1,1 bilhão no ano passado, com 179 lojas, está no mesmo patamar de 2019, com 107 lojas a menos. Em metragem, a redução é ainda maior. — Quando você é mais assertivo na compra, reduz investimento em estoque e pode reduzir o tamanho das lojas — diz Afrange.

Por Mariana Barbosa 

Fonte: O Globo

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