Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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As camisolas em lã tricotadas por avós e oferecidas no Natal podem pô-lo a par com as tendências, já que os tricots em lã estão a conquistar um lugar de topo no mundo da moda, através das propostas das marcas internacionais, da promoção “real” e da proteção que granjeia junto de casas como a Chanel.

Lã na vanguarda da moda

Os tradicionais tricots em lã estão novamente na vanguarda da moda e, de “parente-pobre”, conquistou o estatuto de essencial nas coleções deste outono-inverno.

Quando a Chanel anunciou em outubro a compra da empresa de caxemira escocesa Barrie, foi mais uma história de uma empresa de luxo armada em cavaleiro andante para salvar uma “dama” em dificuldades (ver Chanel salva empresas de luxo). Ao comprar a Barrie, a casa de moda francesa colocou a tricotagem no conjunto das artes e saberes nobres.

No próximo dia 4 de dezembro, o próprio Karl Lagerfeld, diretor criativo da Chanel, irá apresentar em Edimburgo o seu mais recente desfile “Métier d’Art” – uma coleção que mostra os fornecedores artesanais que a Chanel começou a comprar e a proteger na última década.

Estes fornecedores incluem grandes especialistas em alta-costura: a Lemarié, produtora de penas, a inimitável casa de bordados Lesage, a casa de bordados Montex, os sapatos Massaro, a produtora de chapéus Maison Michel, a joalheira Goossens e outros especialistas em botões, flores e luvas.

Estes fornecedores foram agrupados num projeto (e subsidiária) da Chanel batizado “Paraffection”, significando, “por amor”. Embora a maior parte do trabalho deste grupo se destine à alta-costura da Chanel, a Barrie Knitwear é uma aquisição diferente, relacionada sobretudo com o pronto-a-vestir.

No anúncio do investimento escocês, que irá salvaguardar 176 postos de trabalho, Bruno Pavlovsky, presidente de moda da Chanel, afirmou que «a aquisição do negócio da Barrie pela Chanel é tão natural quanto o facto de a empresa ter trabalhado para nós mais de 25 anos, produzindo vestuário em caxemira, incluindo os icónicos cardigans de dois tons da Chanel. Através desta aquisição, reafirmamos o nosso empenho no conhecimento tradicional e na produção artesanal, e o nosso desejo de salvaguardar o seu futuro e apoiar o seu desenvolvimento».

Pavlovsky poderia ter acrescentado que estava na hora de elevar a tricotagem – antigamente um passatempo das mulheres dos pescadores escoceses, quando os seus homens, vestidos com camisolas em lã, estavam no mar – a um nível mais alto. Ou como afirma a Campanha pela Lã, apoiada pelo Príncipe Carlos de Inglaterra, «tudo o que dizemos é deem uma hipótese à lã».

O Príncipe, muito atento às questões da ecologia, também faz o seu melhor para promover a lã, tendo organizado a Semana Campanha pela Lã de 15 a 21 de outubro, com o objetivo de celebrar a diversidade da lã na moda. A iniciativa foi desenvolvida sob o seu patrocínio pela Campanha pela Lã – uma coligação de grupos da indústria que tem como objetivo educar as pessoas sobre os benefícios da lã e também destacar a sua qualidade ímpares.

«É explicar os benefícios desta fantástica fibra natural e aumentar a consciência», afirmou o Príncipe durante a última semana de moda masculina de Londres, acrescentando que pensa que não usar lã é «um desperdício de um projeto renovável de valor».

Numa resposta à “paixão” do Príncipe, a moda abraçou de novo os tricots em lã para este outono. As grandes marcas colocaram esta fibra na primeira linha e, depois de anos a ser reduzida a uma pequena peça, como um cardigan ou uma camisola, neste inverno assistiu-se ao renascimento das camisolas grossas e volumosas. No entanto, a ideia é usar os fios mais leves para dar a ilusão de espessura e volume, quando na realidade é a leveza que impera.

Em vez de justo ao corpo e formas curvilíneas, as novas camisolas e cardigans afastam-se do tronco e embora sejam sobretudo pensadas para serem usadas com saias e calças, o look malha da cabeça aos pés está de volta pela primeira vez desde o sportswear mix-and-match dos anos 70.
 
O mundo digital revolucionou as malhas, tal como tudo o resto no mundo da moda. O xadrez e quadrados que há séculos são um padrão para as malhas grossas, adquirem agora um efeito tridimensional. E o atual entusiasmo para misturar estampados migrou dos vestidos em algodão ou seda para as malhas em lã.

Fonte:http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/41784/xmview/...

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