Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Novas tecnologias de medição podem ajudar o varejo on-line a convencer consumidores a revelarem seus dados e a reduzir a devolução de compras que onera o setor.

Até 50% das roupas compradas on-line acaba devolvida, muitas vezes por não servir. Isso reduz a margem de lucro e cria dilemas logísticos com as peças rejeitadas.

Roupas são a categoria de compras on-line mais popular na Europa: 45% dos britânicos e 41% dos alemães compraram roupas on-line em 2012, segundo a firma de pesquisa de marketing Mintel.

Lojas que existem apenas na rede como a alemã Zalando e a britânica Asos ampliaram sua fatia de mercado ao prometerem restituição gratuita das peças compradas.
Mas, agora, isso ameaça a lucratividade no longo prazo.

Priit Simson/AFP
Manequim robótico é exibido na vitrine da Fits.me, empresa de Tallin (Estônia) que aprimora medidas de roupas
Manequim robótico é exibido na vitrine da Fits.me, empresa de Tallin (Estônia) que aprimora medidas de roupas

Nick Robertson, presidente-executivo da Asos, disse que uma queda de 1% nas peças devolvidas elevaria em quase R$ 40 milhões os resultados da empresa -- cerca de 30% da renda obtida pela empresa no ano fiscal de 2012.

A solução do problema não é fácil. As companhias teriam que cobrir o custo de transporte e armazenagem adicional, danos eventuais às peças e driblar problemas para vender produtos fora de estação.

"A experiência é claramente melhor se você não precisa devolver alguma coisa", disse Robertson à Reuters, acrescentando que o índice médio de devolução da Asos é de 30%, levando em conta as variações entre mercados.

QUAL O MEU NÚMERO?

O comércio eletrônico responde apenas por 15% das vendas totais de roupas no mundo. Um dos motivos para não avançar mais é a relutância dos compradores em comprar sem experimentar.

A Fits.me, empresa londrina que desenvolve software de medição, estima que 80% das roupas compradas em loja sejam provadas no local.

Ela é apenas uma das start-ups surgidas recentemente para responder ao problema, criando um software que, alega, ajudará a reduzir as devoluções, auxiliando o comprador a acertar seu tamanho.

Sua tecnologia permite a clientes de marcas como a Adidas e a Hugo Boss visualizarem os modelos em diferentes formatos de corpo, a partir de uma pesquisa com consumidores alemães on-line na qual constatou que 35% cancelam compras por causa de dúvidas sobre o caimento.

"Não há padronização de tamanho. O risco de comprar on-line é alto", disse Heikki Haldre, o fundador da companhia, apontando que só um terço das pessoas de tamanho médio escolhem "M".

A experiência de diversas empresas sugere ainda que o consumidor se irrita ao ter que fornecer muitas medidas.

"Quando as pessoas compram roupas on-line, gostam de resolver tudo rápido, sem trabalho", diz Asaf Moses, co-fundador da UPCload, de Berlim, que abandonou o uso de webcams para tirar medidas porque só 15% de seus clientes aceitaram usá-las.

A empresa desenvolveu um sistema no qual os compradores inserem seu sexo, peso, altura e idade e depois escolhem qual entre três diferentes formatos de corpo os descreve melhor. "As vendas dispararam", diz Moses.

Já a loja on-line Otto constatou que os clientes devolvem menos a roupa quando veem mais fotos da peça. E que é possível reduzir as devoluções informando o consumidor do impacto ambiental (transporte e embalagem) de pedir a mesma peça em vários tamanhos - hábito comum entre quem prefere experimentar tudo em casa.

Outras nova abordagem é a da Virtusize, uma companhia sueca que trabalha com a ASOS e permite que compradores comparem as medidas da roupa que estão olhando on-line às de peças que já tenham em seus guarda-roupas, o que facilita a medição.

Fonte: EMMA THOMASSON
DA REUTERS, EM BERLIM

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