Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Manequins precisam de personalidade

O conceito de 'tamanho único’ não se aplica mais aos manequins. Com as lojas brigando por fregueses na lenta recuperação econômica, o manequim genérico branco, sem cabelos e magrelo está sendo trocado por alternativas provocadoras para atrair fregueses com músculos, poses incomuns, rostos famosos e corpos de verdade.

“O consumidor compra do manequim”, disse Jenny Ming, presidente da Charlotte Russe, loja de roupa jovem em que as poses dos manequins novos vêm de fotos de celebridades no tapete vermelho, com piercing nas orelhas, dedos articulados para usar anel e pés flexíveis para salto alto. “O principal motivo para novos fregueses entrarem aqui é terem visto algo de que gostaram”.

A cadeia Disney Stores acrescentou figurinos de meninos voando pendurados no teto e meninas que fazem reverência. A Nike deixou os manequins mais altos e acrescentou 35 poses atléticas. A Armani Exchange pediu modelos que se deitam para ajudar os compradores a se imaginarem de lingerie. Uma nova loja da Guess que só vende acessórios tem manequins negros brilhantes em poses de modelo na passarela. Já a nova loja de roupa feminina da Ralph Lauren, em Manhattan, encomendou manequins com o rosto da modelo Yasmin Le Bon.

Tudo faz parte de uma revalorização da antiquada decoração de vitrines.

Durante a década de 1990 e começo da seguinte, muitas lojas cortaram custos contratando funcionários inexperientes para vestir os manequins, e a versão genérica era melhor, pois os bonecos tinham de ser à prova de idiotas.

Porém, à medida que os fregueses se tornam mais exigentes, os lojistas esperam que as vitrines sirvam como um convite de entrada, com os manequins feitos sob encomenda passando uma mensagem muito específica.

“Elas personalizam a marca com manequins que são verdadeiras declarações e estão procurando algo um pouco mais personalizado e exclusivo”, disse Peter Huston, presidente de marca da Fusion Specialties, fabricante de manequins do Colorado cujas vendas, quase todas de produtos sob medida, cresceram 48 por cento ano passado.

Um de seus clientes é a Athleta, empresa de moda esportiva da Gap Inc. Ela encomendou manequins baseados numa modelo do catálogo, Danielle Halverson, que treina atletismo para as Olimpíadas.

A Fusion Specialties digitalizou Halverson em sequências estáticas e de movimento. A seguir, durante 15 dias, sete escultores criaram um modelo de argila baseado nos arquivos digitais e, trabalhando aquele montinho de argila, “chegaram a delinear os contornos suaves dos tendões musculares”, disse Tess Roering, vice-presidente de marketing da Athleta, que abriu sua primeira loja física neste ano.

 

Painted fiberglass mannequin forms await shipment at Fusion Specialties, a mannequin company, in Broomfield, Colo., Jan. 27, 2011. With retailers scrambling for an edge in the economic recovery, the generic white, skinny mannequin is being pushed aside by alternatives that entice shoppers with curves, unusual poses and even famous faces and bodies. (Kevin Moloney/The New York Times)

 

 

Sculptor Bets Lundeen prepares a custom mannequin of a golfing woman at Fusion Specialties, a mannequin company, in Broomfield, Colo., Jan. 27, 2011. With retailers scrambling for an edge in the economic recovery, the generic white, skinny mannequin is being pushed aside by alternatives that entice shoppers with curves, unusual poses and even famous faces and bodies. (Kevin Moloney/The New York Times)

 

 

Depois de fazer mais protótipos, a Fusion produziu a Dani-quin, como os executivos da Athleta batizaram o manequim, em cinco variações. A posse correndo, em especial, parece realista: ela está no meio da passada, somente com os dedos do pé esquerdo no chão. A Dani-quin, por sinal, não tem cabeça.

“Não queríamos que os fregueses se preocupassem com o cabelo ou outra coisa qualquer”, afirmou Roering.

Michael Steward, vice-presidente da Rootstein USA, que fabrica manequins para lojas como Ralph Lauren, Chanel e Neiman Marcus, disse que a revalorização dos manequins especiais surgiu quando muitas lojas reavaliaram o mercado. “Muita gente decidiu que precisava se especializar”, declarou Steward. “Nada vende a roupa como um manequim. É uma mensagem subliminar do revendedor, é a primeira coisa que as pessoas enxergam na vitrine ou departamento quando entram na loja”.

Quando os manequins começaram a ser usados, eles eram basicamente formas com o molde de uma roupa às quais as confecções prendiam o vestuário com alfinetes. Na década de 1920, eles ganharam torsos com juntas e paulatinamente passaram a ter perucas, maquiagem e olhos de vidro. Nos anos 1960, quando algumas mulheres deixaram de usar sutiã, “passamos a ver mamilos nos manequins”, disse Linda Scott, professora que estuda a cultura do consumo na Said Business School da Universidade de Oxford.

Segundo ela, “essa foi uma grande mudança”. Mas na década de 1970, à medida que as redes varejistas se espalhavam pelo país e aumentavam as pressões de custo, os manequins voltaram a ser genéricos.

“Foi quando se viu manequins que não precisavam de maquiagem, peruca nem muita atenção aos detalhes, para reduzir os custos”, explicou Huston, executiva da Fusion.

Durante a recessão, as empresas cortaram todo custo possível e a venda de manequins se retraiu. Só que depois de venderem marcas ou mercadorias não lucrativas durante a recessão, as lojas se concentraram num consumidor específico e numa posição particular de marca, desejando que as vitrines refletissem isso com manequins personalizados.

 

Custom World Cup soccer mannequins rest in a corner at Fusion Specialties, a mannequin company, in Broomfield, Colo., Jan. 27, 2011. With retailers scrambling for an edge in the economic recovery, the generic white, skinny mannequin is being pushed aside by alternatives that entice shoppers with curves, unusual poses and even famous faces and bodies. (Kevin Moloney/The New York Times)

 

Adjustment notes line the abdomen of a mannequin form at Fusion Specialties, a mannequin company, in Broomfield, Colo., Jan. 27, 2011. With retailers scrambling for an edge in the economic recovery, the generic white, skinny mannequin is being pushed aside by alternatives that entice shoppers with curves, unusual poses and even famous faces and bodies. (Kevin Moloney/The New York Times)

 

 

“Ao longo dos últimos dois anos, todos precisaram reavaliar os negócios e a base de clientes, e o mercado é tão competitivo que as pessoas estão se concentrando naquilo que fazem bem e no que vendem”, assegurou Steward.

Os preços dos manequins personalizados variam de US$ 400 a US$ 1.200 por unidade, sem contar os US$ 15 mil ou mais que lojas como a Fusion desembolsam pelo desenvolvimento. A renovação dos manequins pode custar milhões para uma rede nacional.

É um dinheiro bem gasto? Nem sempre, disse Scott, porque os consumidores são muito imprevisíveis. “Às vezes eles se imaginam nas roupas, às vezes só estão se divertindo num passeio noturno, às vezes ficam ali parados com a namorada dizendo como a roupa é ridícula”.

Já para Steward, o executivo da Rootstein, os lojistas às vezes pedem demais dos manequins. “Todos acham que vão reinventar a roda. Como sempre digo, um manequim não pode fazer tudo: Vai querer duas cabeças nesse, madame?” The New York Times News Service/Syndicate - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times._NYT_

 

Greg Amanti, right, picks up a fiberglass mannequin form as Robert Roybal fits the endpiece for an arm at Fusion Specialties, a mannequin company, in Broomfield, Colo., Jan. 27, 2011. With retailers scrambling for an edge in the economic recovery, the generic white, skinny mannequin is being replaced by alternatives that entice shoppers with curves, unusual poses and even famous faces and bodies. (Kevin Moloney/The New York Times)

 

 

FONTE: http://nytsyn.br.msn.com/negocios/manequins-precisam-de-personalida...

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