Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A pandemia, as alterações comportamentais dos consumidores, nomeadamente em relação a temas como a sustentabilidade, e os avanços tecnológicos estão a transformar o mercado da moda e trazer mudanças para o retalho, tanto nas lojas físicas como no canal online.

[©Unsplash/Korie Cull]

De acordo com o estudo Digital Consumer Behavior, produzido pela empresa de ciência dos materiais Avery Dennison em parceria com a empresa de estudos de mercado GWI, há quatro temas que vão marcar os próximos 12 meses, e não só, no que diz respeito ao mercado da moda.

«Num mundo em que as nossas interações com os canais digitais continuam a aumentar e a evoluir, os consumidores de moda têm de lidar com muitas influências no que diz respeito aos comportamentos de compra. Ao mesmo tempo, as marcas e retalhistas têm a missão de repensar o ambiente de retalho e o papel do digital em resposta às disrupções do Covid-19 para conseguirem responder às necessidades das suas audiências», explica, na introdução do estudo, Michael Hu, diretor de soluções digitais na Avery Dennison.

Contudo, reconhece Chase Buckle, diretor de tendências mundiais da GWI, «no que diz respeito à nova realidade, é muito difícil dizer verdadeiramente o que vem a seguir». Ainda assim, «a investigação pode ajudar-nos a fazer previsões ao compreender o sentimento do consumidor e as suas intenções», acrescenta. Foi nesse sentido que as duas empresas procuraram explorar temas como «a mudança da jornada de compra do consumidor, o impacto da tecnologia e o futuro do retalho de forma mais geral», explica.

Com base na análise de dados recolhidos junto de 5.000 consumidores de moda nos EUA, Reino Unido, França, Alemanha e China, o estudo detalha quatro temas principais: ligação entre o retalho online e offline; integração de soluções tecnológicas; exigências de sustentabilidade, transparência e circularidade; e soluções para facilitar a reparação, reciclagem, revenda e aluguer de produtos.

Online e offline ligados

O estudo aponta para uma mudança no retalho, salientando que, no futuro, as experiências serão cruciais para os consumidores de moda.


[©Unsplash/Blake Wisz]

Embora haja um grande movimento em direção ao retalho online, poucos consumidores estão dispostos a desistir totalmente da experiência de fazer compras numa loja física. Na verdade, a melhor maneira de fazer compras em 2022 será através de uma combinação de ambos.

Para permanecerem relevante, os autores do relatório sugerem que as lojas físicas têm de se adaptar, criando melhores ligações entre os pontos de contacto online e offline. Para os consumidores de moda, este será um futuro bem-vindo, já que estão muito recetivos a soluções que melhoram a experiência física do retalho, sobretudo se isso melhorar a conveniência.

Soluções tecnológicas integradas


[©Unsplash/David Dvoracek]

Soluções tecnológicas como códigos QR, RFID ou NFC acrescentam valor a todos os intervenientes no ciclo de vida dos produtos de moda, incluindo para o consumidor final. O estudo refere que os próprios consumidores indicam que visitariam mais rapidamente lojas físicas onde pudessem beneficiar de serviços e experiências digitais.

E este é, segundo o documento, o momento certo para adotar estas tecnologias, uma vez que a pandemia acelerou a adoção e aumentou os níveis de conforto dos consumidores com estes sistemas para além dos simples quiosques digitais.

Sustentabilidade, transparência e circularidade

A sustentabilidade e a ética tornaram-se uma prioridade para os consumidores de moda nos últimos anos, que em 2022 terão grandes expectativas para que as marcas impulsionem a sustentabilidade e pedem cada vez mais transparência sobre a forma como os seus produtos são produzidos e enviados.


[©Unsplash/Clark Street Mercantile]

Mais de metade dos consumidores (60%) inquiridos desejam mais transparência sobre o percurso de produção do seu vestuário para que possam tomar decisões de compra éticas.

E mais de 40% dos consumidores nos EUA, de 50% na Europa e quase 70% na China afirmaram querer ter acesso a mais informações sobre como a sua roupa foi feita para terem mais informação para as suas decisões de compra.

O estudo sugere que a tecnologia por detrás de soluções de identificação ao nível do produto pode responder a essas expectativas.

Reparar, reciclar, revender e alugar

O interesse dos consumidores de moda em práticas de moda sustentáveis ​​e baseadas na circularidade, como reparar, reciclar e revender os seus itens de moda, ou alugar versus comprar, disparou e continuará a ser um tema-chave em 2022.

O crescimento das plataformas de aluguer de moda é a prova disso. Além disso, os consumidores de moda têm uma expectativa clara de que as marcas tenham um papel ativo na criação de métodos para a circularidade. 62% dos consumidores em todos os mercados analisados afirmaram que as marcas e retalhistas devem ter opções acessíveis para o fim de vida dos seus produtos.

Mais de metade (58%) também referiu que as marcas de moda devem ajudar os consumidores a reparar artigos e 57% que as marcas deveriam ajudar os consumidores a revenderem os produtos que já não querem usar. No entanto, apenas 43% dos consumidores inquiridos que nunca repararam a sua roupa antes pretendem fazê-lo no futuro.


[©Unsplash/Clem Onojeghuo]

Por outro lado, mais de metade dos consumidores de moda na Europa e nos EUA disseram comprar roupa em segunda mão. O estudo mostra fortes padrões baseados na idade, com os entrevistados mais jovens a serem mais propensos a comprar produtos de moda usados.

O estudo sugere que as soluções de identificação ao nível do produto poderão oferecer aos clientes as informações relevantes de que precisam e detalhes de autenticação do produto que permitirão compras seguras no mercado secundário aconteçam.

Embora um terço dos que compram produtos de moda em segunda mão tenham afirmado que usariam ferramentas digitais para validar a autenticidade de uma peça de roupa, quase todos esperam que o que compram seja autêntico. Isso sugere que a responsabilidade recai sobre o revendedor, que precisa de ferramentas físicas e digitais para confirmar rapidamente se um artigo de marca é genuíno.

https://www.portugaltextil.com/retalho-de-moda-prepara-mudancas/

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