Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Minas Trend Peview: Dorothea Werneck diz que governo de Minas não poupará esforços para promover a moda mineira

“O governo de Minas promete não poupar esforços para promover o desenvolvimento da indústria mineira de moda”, afirmou Dorothea Werneck, secretária de Estado do Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, durante o debate Pilares do novo varejo, evento que integrou a agenda da oitava edição do Minas Trend Preview, no Expominas. A fala de apoio da ex-ministra caiu como uma luva no debate, que contou também com a presença de empresários do setor, representantes de entidades de classe e uma plateia formada por estudantes, pequenos fabricantes e lojistas. Em pauta, a discussão sobre meios de alavancar a moda mineira, em evidência novamente no país e no mundo desde a criação da semana de lançamentos preview pela Federação das Indústrias de Minas Gerais, há quatro anos.

Devido ao tempo corrido, a ex-ministra fez pequeno discurso e abriu a mesa para perguntas. Na fala, objetividade e compromisso: ”Depois de morar fora por muito tempo, voltei na hora certa e para o lugar certo. No tocante à moda, percebi que a iniciativa do ex-governador Aécio Neves já rende frutos e está recolocando o estado como referência em ditar tendências no Brasil e no mundo. Agora, nosso desafio é trabalhar para a criação de produtos diferenciados, encontrar nichos, empreender e inovar, apostar no nosso design”, citou. Chamou ainda a atenção para a divulgação da imagem do estado, principalmente na internet. “Estive navegando no YouTube e só encontrei referências à Minas Gerais de antigamente. Cadê a Minas do século 21?”, questionou.

Prudente, ela não discutiu a existência de programas para a liberação de recursos financeiros para o desenvolvimento do setor, mas afirmou que o governo tem parcerias com entidades como a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), o que possibilita, sim, o envio de missões para a participação em feiras no exterior, por exemplo. Em contrapartida, Dorothea citou inúmeras possibilidades para o crescimento da indústria mineira como o desenvolvimento dos Arranjos Produtivos Locais (APLs), com expertise na produção de vestuário, calçados, couro, joias e outros. “O estado tem uma indústria cada vez mais diversificada e não precisa inventar nada. O negócio é investir nas APLs, na parceria entre ciência e tecnologia, na troca de informações e conhecimento, e continuar a colocar nossa criatividade em prática. Nesse sentido, desafio superurgente é promover a capacitação de mão de obra e para isso vamos apostar em parcerias entre setor público, privado e instituições. Temos uma capacidade imensa de desenvolver talentos e mostrar resultados.”

Outros desafios Após o aplaudido discurso da secretária, os empresários, estilistas, consultores e designers que compuseram a mesa iniciaram o debate com foco, principalmente, em desafios contemporâneos de varejo. Em pauta, a compra cada vez mais atrelada à experiência, às sensações e a sentimentos como emoção, humor. Para a designer e empresária mineira Cláudia Mourão, é necessário apostar no sonho do cliente. Para tanto, é preciso conhecê-lo bem de perto. “O grande desafio das multimarcas é fazer compras acertivas. O maior capital do varejo é o humano, é conhecer o DNA do cliente”, afirmou.

No debate sobre o e-commerce e a crescente influência das redes sociais no comportamento do consumidor, todos os presentes indicaram cautela. Por enquanto, só se houver capacidade total para fazer frente a todas as demandas do processo, da produção à entrega da mercadoria, sem esquecer ainda o pós-atendimento. É como diz o famoso ditado popular: “o seguro morreu de velho.” No mais, indicaram como principal investimento do setor a capacitação de funcionários no tocante à competência relacional. “Da faxina à presidência, é preciso estender tapete vermelho para o consumidor. Em tempos de concorrência acirrada, a fidelização vale muitos pontos”, afirmou Renato Pagani, consultor da megamultimarcas Via Flores, do Rio de Janeiro.

Evolução garantida

Encerrada a oitava edição do Minas Trend Preview (MTP) com o pré-lançamento das coleções primavera-verão’2012, o evento realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) foi o primeiro sob o comando do presidente Olavo Machado Júnior. Com mudanças significativas, principalmente de foco, os negócios sobrepuseram o lado espetáculo e glamouroso da moda, e tiveram como resultado o sucesso. O fato de ter sido montado no Expominas, em vez de Alphaville, com menor número de looks (basicamente passou de 30 para 15) e menos encenação ou show na passarela (ficou mais limpa e sem tanta produção), significou ganho em agilidade e mobilidade.

Como fabricante de transformador elétrico, Olavo Machado Júnior reconhece que não entende nada de moda, mas está certo de que o MTP evoluiu: “A avaliação é muito positiva. Os empresários fizeram negócios e essa é uma feira de negócios. Uma expositora, por exemplo, me contou que num único pedido superou todo o faturamento obtido na edição passada”. Para o presidente, a mudança de local foi outro fator determinante para esse salto: “Não houve mudança, mas um passo à frente. O local ideal para esse evento ocorrer é no Expominas. Se o montamos na Lagoa dos Ingleses, em Alphaville, foi pela necessidade e rapidez de instalá-lo. Mas era difícil. Como conseguimos datas no Expominas a sinalização é de que permaneceremos por lá para crescermos. A Fiemg conta com o apoio de órgãos governamentais de todas as esferas para que a próxima edição seja mantida no complexo”.

Olavo Machado enfatizou a importância do MTP não só para a indústria mineira mas também para a brasileira: “Dos aproximadamente 260 expositores, 60% são mineiros. Os 40% restantes são fundamentais para a troca de experiência e sinergia da produção local com a nacional. É importante manter essa relação. Os mineiros são desafiados pela concorrência e só têm a evoluir”.

REFERÊNCIA Um homem de negócios, Olavo Machado lembra que sempre pregou a valorização do mercado mineiro: “A meta é transformar Minas Gerais num polo de moda importante novamente para ser referência para os outros estados. O crescimento do MTP é essencial nessa caminhada que passa pelo envolvimento de todo o mercado e da mídia especializada”.

O presidente da Fiemg reconhece a fase difícil para o empresário trabalhar, principalmente com a concorrência internacional. No entanto, ensina: “O mercado se faz com a economia rodando no meio onde ela está inserida”. Para Olavo, a microeconomia é importante, emprega, gera consumidor e dá dignidade a quem trabalha. Não tem o mesmo status da grande, mas também faz a economia rodar. Por isso, a importância da participação de todas as esferas de produção.

Satisfeito com o balanço do MTP, Olavo encerra as dúvidas quanto às interferências no evento: “O MTP é a festa da moda. Mas é preciso ter bem claro que o fashion é consequência dos negócios. A preocupação é gerar oportunidade de crescimento da indústria e da empresa desse mercado e engrandecê-la nacionalmente”. Espirituoso, o presidente lembra: “Quanto mais a indústria de confecção crescer, mais transformadores vou vender. Quero vender para todos, luz para todos”.

Fonte:|jogodopoder.wordpress.com|

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