Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O caminho do e-commerce de moda no País pode continuar sendo longo, mas não tem volta, de acordo com especialistas em varejo.

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Vender roupa pela internet não é uma tarefa muito fácil. Além de investir na tecnologia que permite a criação de um site de vendas e na estrutura logística para entregar os pedidos no prazo, quem decide comercializar peças de vestuário online precisa encontrar uma forma eficiente de vencer uma barreira ainda forte no Brasil: a resistência do consumidor, que tem receio de comprar uma roupa sem sentir o tecido e, principalmente, sem saber se aquilo que escolheu em uma vitrine virtual vai servir. Nada disso, no entanto, desanima os varejistas, que cada vez mais têm apostado na internet – ou como principal meio de venda ou como parte de uma estratégia para oferecer mais um canal de venda e relacionamento com o consumidor. O caminho do e-commerce de moda no País pode continuar sendo longo, mas não tem volta, de acordo com especialistas em varejo, assim como aconteceu nos Estados Unidos, onde a convergência dos vários canais de venda e o comércio online são realidade já há algum tempo.

Em variados graus, grandes e médias redes de varejo brasileiras – e até pequenos comerciantes, reunidos em alguns espaços virtuais que se assemelham a shoppings – têm investido tempo de trabalho e recursos na montagem de estruturas para a venda de roupas pela internet. Essas empresas acompanham o crescente interesse dos consumidores brasileiros donos de smartphones, tablets e notebooks pelo que acontece na rede e a tendência de as pessoas buscarem facilidades para o dia a dia. Elas também perceberam que o e-commerce de vestuário exige muito mais que uma simples vitrine de produtos: o consumidor quer ter acesso ao que se conhece no mercado como “curadoria”, que nada mais é que a indicação de combinações e possibilidades de usos das peças à venda.

Muitos grupos varejistas já decidiram que a entrada no comércio online é parte essencial do aumento das receitas e da consolidação de suas marcas. Esse é o caso, por exemplo, da Valdac Global Brands (Siberian, Crawford e Memove), que depois que encerrar um período de reestruturação interna partirá com apetite para o mercado virtual. A empresa ainda avalia se vai criar um site próprio de e-commerce ou se associar a varejistas virtuais multimarcas – dois modelos de negócios que se desenvolvem simultaneamente no varejo brasileiro.

A experiência da Camisaria Colombo ilustra bem o primeiro modelo. Há um ano, a rede de 400 lojas físicas (em todos os estados brasileiros) tomou a decisão de entrar no e-commerce, sabendo que enfrentaria alguns desafios, como relata o diretor de e-commerce da rede, Ronei Almeida. “Em primeiro lugar, percebemos que a logística do comércio pela internet é completamente diferente daquela que adotamos para as lojas físicas. A gestão do estoque no e-commerce é muito mais fracionada. Quando levamos produtos dos centros de distribuição para as lojas físicas, as mercadorias seguem em caixas – ou seja, em poucos volumes – para um número limitado e previsível de endereços. Na loja online, enviamos muitos volumes para muitos endereços. Imagine o que é, em um dia, separar duas ou três camisas por pedido para mandar para mil clientes diferentes”, afirma Almeida. “Essa engrenagem precisa funcionar e foi por isso que investimos muito na logística durante o processo de preparação do site”, acrescenta o executivo, lembrando também da complexidade e da importância da codificação correta dos produtos. Afinal, o cliente tem que receber exatamente o produto que escolheu na loja virtual, sob pena de colocar em risco a credibilidade do site – e de toda uma rede tradicional de varejo.

Para vencer a desconfiança do consumidor brasileiro em relação à compra de roupas pela internet, a Camisaria Colombo tem uma arma muito eficiente: sua extensa rede de lojas. Não à toa, uma frase chama a atenção no site – “1 loja para comprar, 400 para trocar”. “Garantir a troca nas lojas deixa o consumidor mais tranquilo para comprar online. Além disso, oferece aos vendedores das lojas físicas a possibilidade de receber mais clientes. Sempre trabalhamos para mostrar ao vendedor que a loja online é uma ferramenta a mais para aumento de vendas e não um concorrente”, diz Almeida. Embora o sistema de trocas funcione, a empresa está estudando a criação de uma nova forma de identificação de medidas pelo site, com um guia interativo.

No caso da Camisaria Colombo, facilitou a estruturação do e-commerce o fato de todas as unidades da rede serem próprias. “Nesse modelo, tratamos a loja virtual como mais uma filial, com vantagens de logística, marketing e gestão tributária.” Segundo o executivo, em poucos meses de operação o faturamento do e-commerce já equivale à receita de três lojas. “Nossa meta é elevar o faturamento ao correspondente a dez lojas”, diz Almeida. A Camisaria Colombo avalia, ainda, a possibilidade de instalar totens nas unidades físicas para o cliente que desejar fazer uma compra online se quiser – algo corriqueiro nos EUA e ainda uma promessa por aqui.

A Dafiti é uma das principais representantes do segundo modelo de e-commerce de moda no Brasil – ao lado de FFWShop (do grupo Luminosidade, que promove a São Paulo Fashion Week), Rakuten (com o Rakuten Shopping) e a Americanas.com (que recentemente incluiu vestuário na lista de produtos à venda), entre outras. “O sucesso desse modelo mostrou que a ideia de que o brasileiro não compra roupa pela internet estava errada”, diz o sócio-fundador da Dafiti, Malte Huffmann. Segundo ele, algumas estratégias diminuem a sensação de risco que o cliente tem na hora de finalizar uma compra pelo site. “No caso da Dafiti, o frete grátis e a troca também sem custos são garantias de uma compra bem sucedida”, acrescenta Huffmann. O site vende calçados, roupas e acessórios de cerca de mil marcas, num total de 100 mil itens. Embora ainda não seja o de maior peso na receita, o segmento de vestuário é o que mais cresce. Mensalmente, são até 50 milhões de visitas à loja virtual.

O site trabalha com compra e revenda (o modelo mais relevante na operação) e com consignação. “O modelo de compra e revenda facilita a gestão dos estoques. Assim, podemos garantir a entrega rápida dos produtos, administrando as saídas do nosso centro de distribuição”, afirma Huffmann. As marcas que vendem na Dafiti são selecionadas de forma a atingir o tipo de público desejado pela empresa – de uma maneira geral, são peças de valores mais elevados, como num shopping de classe média alta. Segundo o sócio-fundador, a empresa dá muita importância ao conteúdo do site, que sempre precisa oferecer aos clientes interpretação de tendências de moda, sugestões de combinações e dicas de estilo. “Essa curadoria é cada vez mais importante”, afirma. Tão importante quanto os investimentos em marketing online (a Dafiti tem forte presença em redes sociais) e também offline – o site agora anuncia também na TV, com campanhas na Rede Globo e no canal a cabo GNT.

Fonte: Diário do Comércio

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O e-commerce de moda se destaca como uma grande facilidade, mesmo se  ir ao provador antes da compra , como é simples e fácil quando se tem uma indicação da vestibilidade da roupa, isto é, para qual medida de corpo a roupa foi projetada, no caso de uma camisa masculina , a indicação da medida do tórax e do pescoço , facilitam muito mais do que códigos tipo tam.2 ou PMG, há camisarias que ainda oferecem a opção da medida de braço para a compra mais acertada. Afinal o consumidor deseja comprar uma roupara usar e não para trocar, quanto mais assertiva for a compra , maior será sua satisfação. Esse é o caminho das normas de medidas referenciais do corpo humano , seja a infantil ABNT NBR 15800 ou a ABNT NBR 16060 para masculino ou o projeto de norma em desenvolvimento para medidas femininas. Adelina / ABNT CB17

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