A agência de modelos de Charli Howard recusou dar-lhe mais trabalhos por a manequim estar fora de forma e ser "muito grande". A denúncia é feita pela própria jovem na sua página de Facebook, não identificando a agência, mas dando a conhecer as suas medidas: 1,73 metros de altura, tamanho britânico 6-8 (o equivalente a um 34-36 em Portugal).
“Não vou permitir mais que me digam o que há de errado com a minha aparência o que eu preciso de mudar para ser ‘bonita’ (como perder a porcaria de três centímetros nas minhas ancas), na esperança de que isso vos faça arranjar-me trabalho”, critica Howard numa carta aberta nas redes sociais e que já foi partilhada por milhares de pessoas.
Charli Howard é manequim há seis anos e refere, no mesmo texto, a sua paixão pela indústria da moda. “Ironicamente, eu adoro ser modelo – as pessoas que conheci, os sítios que visitei – e tenho orgulho nos trabalhos que fiz”, continua, admitindo que vai continuar a trabalhar na área mas com as suas próprias “condições” e sem se sentir envergonhada.
Em entrevista à revista Dazed and Confused, Howard explicou que escreveu esta publicação por “pura frustração”. “Supermodelos como a Cara Delevingne começaram a falar abertamente sobre as pressões que sentem enquanto modelos e pela forma como são tratadas e isso encorajou-me a falar”, disse, em referência às declarações de Delevingne ao Washington Post sobre a “obsessão do mundo da moda com a magreza”.
Também Gigi Hadid, no início de Outubro, respondeu abertamente às críticas sobre o seu corpo nas redes sociais, depois de várias pessoas a acusarem de ser demasiado voluptuosa para poder estar no mundo da moda. “Não, não tenho o mesmo tipo de corpo como as outras modelos nos desfiles”, admitiu Gigi, de 20 anos, sublinhando que não será a única e a última modelo com um corpo semelhante na indústria da moda, onde considera representar uma imagem corporal que “antes não era aceite na alta-costura”.
“Para o caso de não terem reparado, sou uma mulher. Sou humana”, acrescenta Charli Howard, que tem recebido apoio de outras modelos e de muitos anónimos, deixando uma mensagem a futuras agências de modelos que a possam vir a representar: “Se uma agência me quiser representar por mim, pelo meu corpo e pela mulher que me tornei, liguem-me.”
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