Morre Oliviero Toscani, fotógrafo que revolucionou a moda com campanhas provocativas

[Romildo de Paula Leite]

Reconhecido mundialmente pelo trabalho à frente das campanhas da marca italiana Benetton, iniciadas na década de 1980, Toscani usou a moda como um meio para debater questões sociais e políticas. Entre suas imagens mais icônicas está o cartaz com três corações humanos identificados pelas palavras “Branco”, “Preto” e “Amarelo”, promovendo a igualdade racial. Outra campanha memorável foi a fotografia de um bebê recém-nascido preso ao cordão umbilical, apresentada como um “hino à vida” pela marca, mas que gerou polêmica e precisou ser retirada de circulação.

Nascido em Milão, em 1942, Toscani cresceu cercado pela arte, inspirado pelo trabalho de seu pai, um fotojornalista. Formado em fotografia e design gráfico na Suíça, destacou-se por sua sensibilidade e ousadia. Além da Benetton, colaborou com marcas como Chanel e Valentino, e suas imagens foram publicadas em revistas de prestígio como Vogue e Elle. Um dos trabalhos mais impactantes de sua carreira foi a campanha “No Anorexia”, em 2007, que trouxe a comediante francesa Isabelle Caro, então portadora da doença, em uma imagem nua e chocante para conscientizar o público sobre os perigos da anorexia.

Mesmo após seu afastamento da moda nos últimos anos, Toscani permaneceu uma referência na fotografia e na publicidade. Suas narrativas visuais provocativas desafiaram padrões, trouxeram discussões relevantes para o centro da indústria e inspiraram profissionais a repensar o papel da moda na sociedade.

Com um legado que vai além das passarelas e páginas de revistas, Oliviero Toscani será lembrado como um visionário que usou sua arte para provocar, sensibilizar e transformar o olhar do mundo para questões urgentes e muitas vezes negligenciadas.

Fonte: Ana Gimonski | Foto: Divulgação

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