Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Mudança no Regime Tributário da Importação de Têxteis: Luz no Fim do Túnel?

INTRODUÇÃO
A atividade têxtil e de vestuário enfrentou muitas dificuldades em 2011 quando diversas
empresas viram suas vendas perderem espaço para concorrentes internacionais e as
exportações foram difíceis devido ao câmbio. Esses fatores levaram a perda de
competitividade e a redução da capacidade de gerar empregos.
Nas duas últimas semanas do ano novas promessas foram apresentadas pelo governo
brasileiro, entre elas a mudança na forma de tributação dos produtos oriundos do exterior.
Este relatório visa elucidar ao empresário do segmento se esta é a solução para os atuais
problemas e qual a efetiva importância para o vestuário brasileiro.
O QUE O VESTUÁRIO ENFRENTOU EM 2011
No Brasil muito se falou no risco da desindustrialização, reflexo da diminuição da
capacidade de geração de emprego e na perda de competitividade da indústria têxtil e do
vestuário brasileiro.
Notou-se ainda o crescimento da concorrência agressiva de produtos internacionais têxteis
e do vestuário frente aos produzidos no País. Outros aspectos também impactaram na
competitividade do setor, como é o caso dos problemas de infraestrutura que elevam os
custos de transportes das mercadorias. Deve-se também mencionar o impacto negativo
das questões tributárias e a atual política cambial. A valorização do real tem permitido que
as empresas varejistas importem produtos do vestuário.
A variação do preço do algodão impactou negativamente nos custos de matéria-prima do
vestuário, dificultando ainda mais a capacidade de concorrer com os produtos de origem
internacional. Os juros altos afetaram o acesso a recursos para giro e investimento das
empresas brasileiras do setor e reduziram a capacidade de consumo e de endividamento
das empresas o que levou a menores investimentos.
A maior colaboração ao empresário do vestuário foi o comportamento do consumo interno
que se mostrou aquecido, entretanto parte dessa demanda tem sido atendida pela
indústria internacional.
Por outro lado, o cenário macroeconômico internacional se deteriorou substancialmente
nos últimos meses. Os principais blocos econômicos apresentam redução em suas
previsões de crescimento e a crise demonstra que será duradoura e afetará de forma
substancial o consumo em 2012. Além disso, não há certeza de que os principais bancos
europeus suportem fornecer mais empréstimos a países como Grécia, Itália, França e
outros países.
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Esses e outros aspectos têm tirado o sono do empresário do vestuário brasileiro e têm
exigido ações por parte das entidades de classe. Diversos relatórios do SIS1 abordaram
estes temas, entre eles:
· Os planos da China para o vestuário;
· O impacto dos preços do algodão no vestuário;
· Perspectivas para a indústria do vestuário em 2011;
· A conjuntura econômica para o vestuário;
· O custo Brasil;
· Risco de desindustrialização do vestuário brasileiro?;
· Impacto das medidas de governo e de turbulências do mercado sobre o
vestuário brasileiro;
· Plano Brasil Maior ajuda as empresas do vestuário?;
· Os ventos que sopram no vestuário brasileiro.
Todos esses relatórios não apresentaram um cenário positivo para a indústria de vestuário
em 2011 e de forma direta ou indireta reforçavam a necessidade de algumas medidas,
entre elas a urgência de ações na tributação e no estímulo à competitividade das indústrias
do vestuário brasileiro. Recomenda-se que esses relatórios sejam analisados de forma
conjunta com os aspectos abordados nesse documento, pois permitirá a ampliação da
percepção dos pontos tratados.
Em 2011 as entidades de classe pressionaram o governo brasileiro a agir, porém, até o
momento, não existem perspectivas concretas. O Plano Brasil Maior destaca a importância
de defender a indústria do vestuário, mas até o momento o plano não gerou medidas que
apóiem a resolução dos problemas do setor.
Nas duas últimas semanas de dezembro as entidades conseguiram mais propostas do
governo federal, entre elas mudança no sistema de tributação dos produtos importados. É
necessário compreender o que isso significa e se é a solução para todos os problemas de
competitividade do setor.

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Aposto que a OMC não vai aprovar nem concordar com essa medida do Min. da Fazenda. O ministro sabe disso e

está tentando enganar a êle mesmo a ABIT e todos nós, pois os representantes do Brasil na OMC jogam contra o Brasil, apesar de serem funcionários do Ministério da Industria e Comercio e das Relações Exteriores que são pagos em dolares por nós brasileiros, mas que não abrem mão de puxarem o saco dos americanos e chineses de quem devem receber grana, tamanha a desfatez como defendem os chineses e as fabricas americanas na China na Organização Mundial do Comercio. Isso já foi dito por aqui no Textile Industry e só não sabe quem já morreu e ou quebrou sua fábrica. Não sei por que ? um País como o Brasil arreia suas calças perante essas organizações de cartasmarcadas e um bando de aproveitadores vagabundos que nunca entraram em uma industria têxtil para sentir o grau de dificuldade dentro e fora dela, para se manter e pagar seus compromissos.

Entendo que o Raw Cotton é uma commodity e portanto a alteração de preço ocorreu para o mundo inteiro.
Como o nosso mercado interno esteve bastante aquecido em 2011,  grande parte foi suprido por produtos importados, pois a fabricação local não foi suficiente.
A adoção do sistema AD REM para basear a tributação é um caminho correto, bastando que seja determinado o valor do produto COM HONESTIDADE. Os fabricantes de máquinas e equipamentos internacionais para vender no Brasil devem apresentar listas de preços ou declarar que não há tal lista, HÁ MUITOS ANOS.
Os importadores de produtos brasileiros são useiros e vezeiros de “brecarem” nossas exportações alegando inúmeros motivos sem qualquer consulta a nenhum órgão internacional. O exportador arca com a barreira e busca saídas. Nossa vizinha Argentina hora e outra “breca” as exportações brasileiras, sem a maior cerimônia.
Os chineses acabam de informar que não tem mais interesse em novas fábricas de automóveis estrangeiras.
No Brasil, a justiça “breca” qualquer medida de salvaguarda temporária de nosso mercado, ou as “otoridades” buscam a benção para colocar em vigor.

Sem que as pessoas se associem para defender seus direitos, não haverá mudanças.

O governo somos nós. Nós elegemos nossos representantes, aqueles que achamos nos representará.

Medidas protecionistas, ainda que justas para nós, se gerarem conflitos não serão adotadas.

Nasci em cidade com vocaçao textil. Não sobrou quase nada.

Trabalhei em multinacional textil, que fechou todas as unidades no mundo por não encontrar apoio,  mantendo a matriz apenas no país de origem. A unidade brasileira foi a última a ser fechada. O tamanho do mercado não foi estimulante para continuarem aqui.

O primeiro ponto que precisa mudar é a mentalidade do segmento.

O varejo e os consumidores precisam ser reconquistados,  caso contrário quem quiser  produto barato procurará os importados, e aqueles que quiserem produtos com relevância de marca também procurará os importados.

 

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