Mudanças no Calendário da Moda Brasileira Ainda Geram Polêmica!

[Textile Industry]

No Minas Trend Preview, discursos conflitantes geram debate sobre alterações de datas

Com o fim da 10ª edição do Minas Trend Preview, no sábado (28), estilistas já começaram a se preocupar com a face que vai ganhar a próxima temporada da moda nacional, devido às mudanças do calendário das fashion weeks. Enquanto uns acreditam que as novas datas possam ser uma solução positiva, outros têm medo da indústria e da produção não acompanharem o ritmo. 

Mary Arantes: "Compradores ainda não estão preparados. Não sei se a mudança será boa"

Mary Arantes, designer e diretora criativa do evento de Minas, comentou que já foi realizada uma reunião com a FIEMG, na qual ficou decidida a tentativa de acompanhar o movimento. "Não queremos comprar briga com ninguém, então, vamos nos adequar para as novas datas. Mas, acredito que iremos sofrer bastante nessa adaptação. Se, até hoje, temos de explicar aos compradores a importância de um preview, é porque muitos não estão preparados. Não entendem que o consumidor leal não costuma fazer compras em liquidação e é necessário se anteceder para atraí-los para as lojas nessa época. Não sei se a mudança é positiva ou se o momento é bom. Até porque tudo que é novo, assusta", comenta. 

Eduardo Amarante, da E.store, acredita que a mudança é muito positiva

Eduardo Amarante, da E.store, encara com positividade esse novo rumo da moda. "Acredito que a ideia é muito boa. Principalmente, se pensarmos no lado comercial, que teria um ritmo de compra e venda saudável, o oposto do que temos hoje. E é tudo o que a gente quer. Mas, vale ressaltar que a transição não vai ser fácil. Aliás, será muito difícil de se alinhar, a princípio", alerta. 

Bhárbara Renault, da Jardin, tem receio de não conseguir material a tempo para produção da coleção

Uma das dificuldades encontradas vem da parte industrial do setor, como a logística dos fornecedores. Algumas marcas do evento mineiro, por exemplo, tiveram de fazer alguns ajustes nas ideias e coleções, pois não receberam tecidos há tempo de confeccionar as roupas. Bhárbara Renault, estilista da Jardin, marca que estreou no evento este ano, teve de adaptar pelos menos 20 modelos dos 80 que criou para a temporada de verão, por não receber seus materiais. "Acho que o próximo semestre será muito difícil, uma loucura de produzir. Porque, se a indústria têxtil não está dando conta do recado em uma estrutura que funciona há algum tempo, alguém consegue imaginar como vai ficar a próxima edição com essa mudança?", questiona. Polêmica sem fim...

Fonte:|http://www.jb.com.br/heloisa-tolipan/noticias/2012/04/30/mudancas-n...