Índia: a alta das exportações sofre com as taxas de câmbio

[Raúl Pereira]

A Índia exportou aproximadamente 703 bilhões de rúpias em vestuário no exercício findo no final de março. Um avanço de 7% que, entretanto, passou a uma queda de 6% em dólares, com 12,923 bilhões na moeda americana. Além do mais, o país tem de enfrentar a concorrência crescente da Turquia, no que diz respeito às exportações para a Europa.

Assim, as exportações indianas de vestuário para a Europa apresentam um recuo de 21% em relação ao ano anterior, com aproximadamente 5,129 bilhões de dólares em mercadorias. "Em janeiro e fevereiro, fornecedores como Bangladesh e Turquia registraram altas de suas exportações para a Europa, e a China e a Índia registraram um recuo", apontou Arumugam Sakthivel, director do AEPC (Apparel Export Promotion Council), organismo que destaca que o fenômeno se prolongou em março.

Em parte, a América permite compensar o fenômeno. Em dois anos, as exportações indianas de vestuário para os Estados Unidos avançaram 4,7%, chegando a 13,2 bilhões de dólares. E isso, apesar da notável retração registrada em janeiro e fevereiro de 2013, com somente 571 milhões de dólares em mercadorias enviadas, ou seja, um recuo de 7,2%.

Para apoiar os industriais face à alta dos preços das matérias-primas, o AEPC reivindicou de novo uma proibição das exportações de algodão indiano. Medida que, entre outras, também corroborou para a disparada dos preços no mercado internacional há dois anos. Além do mais, o organismo reivindicou que os fabricantes indianos voltem a poder importar suas matérias-primas, uma vez que se encontram isentos de quaisquer impostos aduaneiros. Para Arumugam Sakthivel, trata-se aí da única resposta que pode levar à queda das exportações constatada desde julho de 2012.
Por Matthieu Guinebault