Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Investigadores da Universidade da Geórgia, nos EUA, desenvolveram uma nova tecnologia de tingimento que reduz a utilização de água e elimina os químicos tóxicos habitualmente associados ao denim, ao mesmo tempo que torna o processo mais eficiente.

[©UGA/Andrew Davis Tucker]

A investigação, que foi desenvolvida no âmbito da tese de doutoramento de Smriti Rai e publicada no jornal Green Chemistry, permite um tingimento com um menor consumo de água, sem recurso a químicos tóxicos e tem um processo mais eficiente que assegura mais cor do que os métodos tradicionais.

«A indústria têxtil é um exemplo clássico de um poluidor ambiental e uma das maiores causas de poluição na indústria é o tingimento», aponta Sergiy Minko, supervisor do estudo e professor de ciências das fibras e polímeros do College of Family and Consumer Sciences da Universidade da Geórgia.

Originalmente, o índigo natural era usado para tingir têxteis. Foi introduzido nas colónias no século XVIII e era uma moeda de troca importante no início da história da América. Mas o desenvolvimento da produção de índigo sintético praticamente acabou com o mercado do índigo natural.

O índigo não é solúvel em água e, como tal, é necessário reduzi-lo com recurso a químicos tóxicos antes de o usar para o tingimento. De acordo com o comunicado da Universidade da Geórgia, a indústria de denim usa mais de 45 mil toneladas de índigo sintético por ano, juntamente com mais de 84 mil toneladas de ditionito de sódio como agente redutor e 53 mil toneladas de lixívia. São ainda necessários entre 50 e 100 litros de água para tingir apenas um par de jeans. E a água, que no final está cheia de químicos tóxicos, tem de ir para algum sítio – em locais onde não existe legislação rígida, nomeadamente em países em desenvolvimento, pode acabar na natureza.

Eficiência superior

Este novo método usa índigo natural, através de um processo otimizado que pode igualmente usar sintéticos, e elimina completamente a utilização de químicos perigosos aplicados em métodos convencionais. Também exige apenas uma camada de índigo para assegurar mais de 90% da cor, reduzindo significativamente a quantidade de água necessária para tingir o tecido. Os métodos convencionais exigem que se mergulhe até oito vezes o tecido na solução de tingimento para assegurar apenas 70% a 80% da cor.

A tecnologia desenvolvida, garantem os investigadores, não prejudica o conforto, mantendo níveis semelhantes de espessura, ganho de peso e flexibilidade do tecido. Além disso, sendo um método otimizado, poupa tempo e energia, já que elimina a necessidade de múltiplas imersões e a oxidação entre cada uma delas.


[©UGA]

«Não reduzimos o índigo neste processo, não o dissolvemos», explica Sergiy Minko. «Simplesmente misturámo-lo com fibrilas de celulose e depositámo-las na superfície do têxtil. E pode mudar-se a tonalidade de azul com a quantidade de partículas de índigo adicionadas na mistura», acrescenta, o que possibilita, em termos simplistas, “colar” a cor.

Embora a nova tecnologia precise ainda de ser comercializada, é uma opção viável para tornar a indústria de denim – um mercado que está avaliado em mais de 90 mil milhões de dólares, segundo o comunicado da Universidade da Geórgia – mais sustentável.

«A produção de denim e jeans é um grande mercado, por isso mesmo pequenas mudanças na indústria podem ter um impacto enorme», salienta Sergiy Minko. «Há populações que estão à procura de produtos feitos de forma mais amiga do ambiente. E à medida que a legislação se torna mais rígida, a indústria terá de se adaptar», conclui o supervisor do estudo.

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