As alterações feitas pelo governo do estado na tributação do setor têxtil, válidas a partir do dia 15 deste mês até o dia 31 de março, devem impactar drasticamente nas vendas das indústrias da região de Americana. O alerta é do Sinditec (Sindicato das Indústrias Têxteis de Americana e Região), que se reuniu nesta terça-feira (12) para pedir apoio do prefeito Chico Sardelli (PV) na intermediação junto ao estado por uma revisão das medidas do ajuste fiscal.
De acordo com o presidente do Sinditec, Leonardo Sant’Ana, com as mudanças feitas pelo estado, as indústrias terão de lidar com um aumento de imposto estimado entre 13% e 16% para as vendas feitas a confecções optantes pelo Simples Nacional, que são as microempresas com faturamento anual até cerca de R$ 4 milhões. Essas empresas, segundo a entidade, representam 80% dos clientes das indústrias da região.
“As confecções que fazem dentro do estado, não vão comprar das empresas de São Paulo, vão comprar de empresas de fora, por conta desse aumento dos preços. Vai ser um problema muito grande para as indústrias têxteis da região. Com essa situação, o Estado vai é deixar de arrecadar ao invés de aumentar a arrecadação”, afirmou o presidente.
Sant’Ana relatou que, por conta do recesso da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), não conseguiu contato com deputados que poderiam ajudar na intermediação junto ao estado e, por isso, o grupo decidiu pedir apoio ao prefeito.
“A ideia é que o Chico possa nos auxiliar, porque sempre auxiliou o setor têxtil, quando deputado, sempre foi um grande parceiro do setor. Isso vai entrar em vigor sem a gente conseguir fazer um trabalho político e mostrar esse erro. Eu tenho certeza que quando o governador entender isso, vai ficar sensibilizado, porque é um erro absurdo, isso afeta toda a cadeia”, disse o presidente do sindicato.
Em nota, a Prefeitura de Americana confirmou o tema da reunião e informou que, após o encontro, o prefeito conversou por telefone com o líder do governo na Alesp, deputado Carlão Pignatari (PSDB), e pediu que a demanda do Sinditec fosse analisada.
A Secretaria da Fazenda do Estado informou em nota que o “objetivo do ajuste fiscal é proporcionar ao Estado recursos da ordem de R$ 7 bilhões, que serão essenciais para fazer frente às perdas causadas pela pandemia e manter as obrigações em áreas como saúde, educação e segurança pública”. Não houve manifestação sobre o caso do setor têxtil especificamente.
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