Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Novo Luxo: Grifes Vivem Dilema Entre Ser Exclusivo E Ser Acessível

Reprodução da internet
Gláucio Saraiva
Nos tempos de globalização e do aumento do poder de compra nos países emergentes, sobretudo nos BRICS, o mercado de luxo em geral parece viver uma crise do próprio conceito de luxo. Com isso, empresas enfrentam o dilema exclusividade-democratização através de uma série de estratégias. 
No artigo “Depois do desgaste, luxo busca novos caminhos” (Valor Empresas/Tendências e Consumo), Vanessa Friedman afirma que não é fácil compreender o luxo nos dias de hoje porque a expansão das marcas de alto padrão pelo mundo vai de encontro ao atributo mais básico do luxo: a exclusividade. Ora, expansão implica que mais pessoas irão consumir aquilo que antes era restrito a apenas um seleto grupo de consumidores de alguns poucos países. 
De acordo com pesquisa das consultorias GFK e MCF, foi registrado, entre 2006 e 2010, um crescimento de 129% no mercado de luxo no Brasil (em dólares). Mesmo com o grande obstáculo da tributação excessiva no país, as empresas entrevistadas pretendem atingir outros mercados além do eixo Rio-São Paulo, como Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte. Abrir novas lojas que vemos pipocarem nos shoppings e nas ruas pelo país afora é apenas uma das várias estratégias de expansão do luxo. 
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No livro “O Novo Marketing”, os professores Marcos Cobra e Roberto Brezzo citam outra estratégia eficiente: a criação de submarcas, ou grifes de segunda linha, filhas que carregam consigo todo o prestígio da marca-mãe com preços menos salgados. “É possível hoje usufruirmos um pouco da Prada através da Miu-Miu, da Armani comprando Armani Exchange, da Versace pela Versus. O objetivo é manter a imagem da grife”, dizem os autores. Adicionalmente a isso, as empresas que querem preservar a “exclusividade” que alguns ricos tanto almejam, criam a categoria “Luxo Vip”. E, se o consumidor médio aspiracional deseja tão somente a marca mãe, ele poderá ser introduzido à mesma a partir dos itens de “entrada”, aqueles mais baratos, como bolsas, carteiras, sapatos e outros acessórios. Os professores ainda lembram da estratégia da locação de itens de luxo, serviço presente nos EUA e na Europa que permite que mulheres desfilem com uma bolsa de marca diferente a cada semana. 
Outra prática possível de crescimento desse mercado que vem ganhando força é, segundo a pesquisa da GFK/MCF, o uso de redes sociais para divulgação das marcas, aliado ao atendimento das lojas físicas em sintonia com essas tecnologias, causando altíssimo impacto entre os jovens.
 
Seja exclusivo ou acessível, parece o que o novo luxo está relacionado às novas exigências dos consumidores: menos opulência e mais simplicidade, aliada à qualidade de vida e à responsabilidade social das empresas. 
Gláucio Saraiva é formado em Jornalismo e Publicidade e Propaganda pela PUC Minas. Tem 24 anos e adora as mulheres – intelectualmente.

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