O amor pela moda de luxo se tornou global

[Romildo de Paula Leite]

Por que o mundo tem cada vez mais bilionários oriundos do setor da moda,

A LVMH Moet Hennessy Louis Vuitton – conglomerado que reúne mais de 60 marcas prestigiosas, 12 delas de moda, como Louis Vuitton e Dior, além de um site de estilo de vida luxuoso, o Nowness – rende a seu dono, Bernard Arnault, a décima fortuna do mundo e a segunda da França, estimada em US$ 29 bilhões. Por sua vez, a Kering (antiga PPR) – conglomerado de marcas igualmente celebradas, como Saint Laurent e Balenciaga – rende a François Henri-Pinault a 53ª maior fortuna do planeta e a terceira da França, estimada em US$ 15 bilhões.

Desviando-nos da rota do alto luxo, temos as também muito rentáveis fast-fashions: a sueca H&M (Stefan Persson – 12ª fortuna do mundo, de US$ 28 bilhões) e a espanhola Zara (Amancio Ortega – terceira maior fortuna, de US$ 57 bilhões) reproduzem o que as marcas integrantes dos grupos LVMH e Kering criam de mais promissor numa faixa de preços atraente, pois todos ambicionam o luxo – mesmo o “copiado”. O amor pelo luxo se tornou global e os números do ranking publicado nesta edição de FORBES estão aí para confirmar.

Paris continua dando a sua definição do luxuoso a cada temporada de desfiles, pois é nela que vivem as grandes e mais antigas casas, as que produzem coleções atemporais, que reverenciam a sua herança clássica, embora sempre de forma fresca.

Aliás, a Chanel, dos irmãos Wertheimer, é a síntese dessa engenhosa combinação do clássico com o novo – na última coleção, por exemplo, o estilista Karl Lagerfeld revisitou a tradicional camélia adorada por Gabrielle Chanel na forma de bordado e buquês ­– os últimos, com efeito 3D, arrematando uma jaqueta. Com um desfile de cenografia suntuosa e detalhes lindos, é compreensível que os Wertheimer sejam a 145ª fortuna mundial e a quinta da França, com US$ 8 bilhões. A marca está em expansão no Brasil e acaba de abrir mais uma loja de 380 metros quadrados no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo, a primeira no país com concepção do arquiteto nova-iorquino Peter Marino, responsável pelas butiques da Chanel ao redor do mundo.

A Louis Vuitton (LVMH), sob o comando do energético Marc Jacobs, é também magistral quando se trata de despertar desejo global, unânime, reinventando seus clássicos a cada coleção. Na última, os materiais das suas icônicas bolsas Speedy, Lockit e Pochette Accessoires vieram soberbos, como plumas da cegonha africana marabu e crocodilo encerado.

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