Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Depois de conquistar a Ásia, o bilionário Tadashi Yanai, o homem mais rico do Japão, quer expandir sua grife Uniqlo pelos quatro cantos do planeta. E claro, o Brasil está na mira.

Por Bruna BORELLI

O bilionário japonês Tadashi Yanai, 63 anos, possui várias das características típicas de um samurai: é disciplinado, agressivo e obstinado pela perfeição. Mas, ao contrário dos legendários guerreiros, ele não sai pelas ruas de Tóquio montado em um cavalo nem com uma espada na mão. Yanai utiliza aquelas qualidades para fazer bons negócios. E que negócios! Em apenas três décadas, transformou sua pequena confecção na capital japonesa na terceira maior rede varejista de moda do mundo, a Uniqlo, superada apenas pela espanhola Zara e a sueca H&M. Hoje o empresário é o homem mais rico do Japão, dono de uma fortuna avaliada em US$ 11 bilhões, segundo a revista americana Forbes. 

 
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O imperador do varejo: Tadashi Yanai (ao centro) quer ampliar sua fortuna de US$ 11 bilhões
com ajuda dos emergentes
 
Empreendedor ambicioso, Yanai conquistou parte dessa riqueza graças ao sucesso de sua marca nos principais países do continente asiático, principalmente no Japão, na China e na Coreia do Sul. Agora sonha mais alto, com a mira apontada a mercados mais tradicionais, como o americano e o europeu, além dos emergentes, como a Indonésia, o Vietnã e a Índia. “Nosso plano é aumentar o faturamento de US$ 8,7 bilhões para US$ 50 bilhões até 2020”, disse Yanai, em entrevista à revista americana Fast Company. “Ou seja, quase seis vezes mais do que a atual receita.” O Brasil também faz parte dos planos de Yanai, conforme confirmou em recentes encontros com jornalistas e investidores. 
 
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A estreia por aqui, no entanto, deverá ocorrer apenas em 2015. Existem rumores no mercado de que o local para a instalação da primeira loja já está sendo prospectado na avenida Paulista, em São Paulo, região onde já estão grandes lojas de varejo chamadas de fast fashion, como Marisa, Renner e C&A. A escolha, caso se confirme a informação, faz bastante sentido. A Uniqlo aposta em lugares grandiosos para as suas instalações. Sua unidade no bairro de Ginza, em Tóquio, a maior da rede, tem mais de cinco mil metros quadrados, 100 provadores e 50 caixas. “O único problema é se a Uniqlo vir para o Brasil e não conseguir praticar o mesmo preço competitivo pelo qual é conhecida”, afirma Amnon Armoni, do curso de criação em moda da Faap. 
 
“É o obstáculo de outras redes fast- fashion aqui, como a Zara e a Top Shop.” Mas o segredo do sucesso da Uniqlo não está apenas nos preços acessíveis, com jeans que saem por US$ 39,90. Encontra-se também na experiência de compra, com decoração moderna e grandiosa, além do serviço de qualidade, com funcionários que atendem em até quatro línguas. Outro atrativo é o foco em tecidos tecnológicos, como o Heattech, ideais para o frio, já que mantêm o corpo aquecido por meio da absorção de vapor. Sobre o tema, Yanai costuma afirmar que sua marca não é de moda, mas sim de tecnologia e, por isso, os investimentos em novidades são grandes. 
 
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Mania de grandeza: loja na Quinta Avenida, em Nova York, resume a estratégia da marca: ser a maior
 
“Quero ver na Uniqlo tecnologias inovadoras, como um tamanho que sirva para todos, roupas que não necessitem de lavadoras e até que mudem de cor de acordo com o humor do cliente”, diz ele. Para Armoni, o crescimento das grifes acessíveis, como é o caso da Uniqlo, casa bem com o momento em que a moda se encontra. “A tendência agora é misturar peças luxuosas com outras básicas”, diz o especialista. O conceito intitulado de high low faz com que essas marcas não concorram diretamente com grifes de alto padrão como a francesa Chanel ou a italiana Prada, mas as encaixam no mesmo glamouroso mundo da moda. 
 
Por isso, uma das estratégias da grife japonesa é aliar suas peças a estilistas renomados, como a alemã Jil Sander. Por aqui, as marcas de moda acessível também têm embarcado nessa investida. A C&A, por exemplo, lançou no ano passado uma parceria com a designer britânica Stella McCartney, de roupas e acessórios. Aparentemente, ser o homem mais rico do Japão é pouco para Yanai. Ele descobriu a fórmula de sucesso e não vai poupar esforços para se tornar uma das maiores fortunas do planeta. Para ele, assim como para os samurais, ser o melhor é uma questão de honra.
 
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fonte: Isto e dinheiro
 

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