Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Os jovens que criaram o Punk queriam “anarquia no Reino Unido”, como cantavam os Sex Pistols. “Repugnante”, “ultrajante”, “infame”, “podre”, eram alguns dos adjetivos usados pela mídia para descrever a galera que andava pela King’s Road em Londres, no final da década de 1970. A tribo exótica agredia com seus cabelos espetados, tingidos ou descoloridos, os olhos com extravagante maquiagem e coleiras de cachorro no pescoço, coberta por taxas pontiagudas. Mas a exposição que o Metropolitan Museum of Art (MET) de Nova York inaugurou na última quinta, 9, mostra como o movimento se suavizou e foi absorvido pela moda.

 

Punk: Chaos to Couture (Punk: do caos à alta-costura, em tradução livre) é o nome da mostra que exibe a fusão do punk - com um rock novo, usuários de drogas, poetas de rua, transsexuais e outros e palavras de ordem antiestablishment - com o mundo da moda.

A exposição é uma verdadeira cápsula do tempo que revela a força criadora e, muitas vezes, autodestrutiva desse gênero musical nascido em Nova York, mas que ganhou força em Londres. O punk fez uma inversão total de valores da sociedade vigente e do movimento hippie que já dava sinais de decadência. Videoclipes de Sid Vicious, baixista dos Sex Pistols morto por uma overdose em 1979, e outros roqueiros da época podem ser visto em telas gigantes. Dos alto- falantes, o público ouvirá trechos de músicas como as do extinto Ramones. Também há uma réplica do banheiro do famoso night club nova-iorquino CBGB, templo punk que fechou as portas em 2006, com o grafite “DEAD BOYS RULE”, em referência ao grupo punk americano de mesmo nome, e guimbas de cigarro espalhadas pelo chão.

“Do caos à alta-costura” se dedica não ao punk revolucionário e sujo, mas ao punk belo, contando como uma corrente niilista da contracultura morreu e voltou à vida em uma passarela e integrada ao mainstream. A mostra argumenta que o amor do punk pela moda improvisada e de baixo custo, como uma camiseta rasgada, estava em plena sintonia com o modo de produção dos estilistas modernos. Foi o punk que despertou o política do Do It Yourself. A filosofia pregava que músicos e fãs não dependiam de grandes corporações. Dessa ideologia, surgiram as gravadoras independentes e os fanzines. O DIY se expandiu para a moda e para o design – eram comuns pôsteres, flyers e roupas feitos à mão.

“Em uma estranha virada do destino, a ética do ‘faça você mesmo’ se tornou, no futuro, o lema do ‘não há futuro’”, afirmam os organizadores da exposição. “Ainda que a estética do punk pareça não combinar com a estética da alta- costura, ambos estão definidos pelos mesmos impulsos de originalidade e de individualidade”, acrescentam.

Ao longo das galerias, vê-se manequins vestidos com modelos de alta-costura inspirados no punk, como um vestido de noite de Versace ornado com enormes alfinetes de segurança.

A moda sempre andou juntinha do movimento punk. O grupo britânico Sex Pistols nasceu em uma loja de roupas, a Sex, e seu visual foi criado pela estilista Vivienne Westwood, que trouxe de Nova York as peças rasgadas, os alfinentes e os toques eróticos. Até os cabelos curtos eram um manifesto: opunham-se às longas madeixas dos hippies.


A exibição termina em uma lojinha, onde o punk moderno poderá comprar uma camiseta Givenchy de US$ 565, com os mesmos grafites do banheiro do CBGB. Ou, mais em conta, por US$ 100, poderá escolher uma camiseta branca de Vivienne Westwood, com as palavras “Climate revolution” (“Revolução climática”).

Fonte:|http://www.opovo.com.br/app/colunas/closet/2013/05/11/noticiasclose...

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