Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O que esperar do E-Commerce de moda no Brasil nos próximos anos

Para celebrar o aniversário de uma década, o Dafiti Group se juntou ao WGSN Mindset para analisar a evolução da compra e venda de roupas e acessórios online e traçar possíveis novos caminhos.

Dez anos atrás, a ideia de comprar uma roupa sem antes tocá-la ou vestí-la era um tanto improvável. As limitações tecnológicas e seus desdobramentos sociais no comportamento de consumo fizeram com que o varejo de moda digital começasse a preços bem baixos (menos riscos para navegantes, ou compradores de primeira viagem). Nenhuma grande marca acreditava no potencial do negócio. Os poucos adeptos ofereciam, em sua maioria, peças com desconto, em liquidação ou de coleções antigas, tipo ponta de estoque. Nomes como Yoox, Farfetch e até Net-a-Porter, referências no mercado atualmente, deram seus primeiros passos sob tais condições.

Em território nacional, o Dafiti Group foi um dos primeiros a desbravar o segmento. Na época do lançamento, em 2011, metade dos consumidores realizaram no site sua primeira compra online. No início, as ofertas se limitavam a calçados, mas ano após ano, o negócio foi se expandindo e passou a incluir o segmento de vestuário. Hoje, a empresa é o maior grupo de e-commerces de moda e lifestyle da América Latina.

O setor cresceu consistentemente nos últimos 10 anos. Desde 2013, moda e acessórios representam a principal categoria na venda on-line brasileira. Posição que só tende a se consolidar no futuro. É o que aponta o estudo "O futuro do e-commerce de moda", feito pelo Dafiti Group em parceria com a WGSN Mindset, braço de consultoria da WGSN, líder mundial em previsão de tendências. A pesquisa aproveita o aniversário de uma década do grupo para mapear as transformações passadas e futuras da compra e venda pela internet, principalmente em nosso país.

A análise qualitativa foi elaborada a partir do mapeamento de tendências comportamentais e conversas com especialistas brasileiros do setor e experts do Dafiti Group. Dividido em três pilares, o estudo apresenta insights sobre o consumidor, o varejo de moda e o varejo de moda online. A primeira deles se aprofunda no cenário mencionado acima e, em seguida, se aprofunda nas mudanças mais recentes do varejo.

Em parte, essas mudanças se devem aos avanços tecnológicos, como melhor navegabilidade, experiência de compra mais rápida e fácil, melhor visualização dos produtos, além de outras facilidades na entrega, troca e comunicação. Porém, nada disso teria o mesmo impacto sem a revolução das redes sociais.

Ilustração Victor Aguiar Magalhães

Em outubro de 2010, quando Kevin Systrom e Mike Krieger lançaram o Instagram, o aplicativo era apenas uma plataforma de compartilhamento de fotos. Em pouco tempo, o app ganhou versão para desktop, incluiu vídeo e livestream, e se tornou um dos principais veículos de informação, conteúdo e produção imagética. Hoje, a plataforma é a base do 1.6 bilhões de dólares da indústria de influenciadores, e a responsável por transformar a maneira como muita gente vê, pensa, produz e consome moda.

O recente canal aberto gerou mais transformações do que apenas a digitalização de marcas e canais de vendas. De acordo com o estudo da Dafiti e WGSN, daqui para frente, inclusão e sustentabilidade serão estruturais para qualquer marca e devem impactar não só a comunicação, mas toda a forma de pensar o negócio. "Quando a gente olha o consumidor, ele tem várias tendências muito claras", diz Samantha Albuquerque, CMO do Dafiti Group. "Diversidade e inclusão, consumismo, sustentabilidade... isso muda a relação com a roupa, com a imagem" continua.

À medida em que nossas vidas reais e digitais se tornaram indissociáveis, nosso comportamento de consumo também passou a misturar experiências físicas e virtuais. Tem a ver com a satisfação imediata (ou quase), tratamento personalizado, comunicação e a facilidade de retirar, trocar e até provar uma possível compra. É como se acessar um e-commerce fosse igual a entrar em uma loja e vice-versa. "Não tem mais como fugir do digital. O foco é em unir os dois canais para que a experiência de loja reflita no virtual dele", diz Michel Jasper, fundador do AMO VAREJO e Diretor Geral Web Jasper, ao estudo "O futuro do e-commerce de moda".

A análise encomendada pelo Dafiti Group, aponta que o digital continuará ganhando força, mas deve desenvolver ferramentas que criem uma experiência de compra mais próxima da presencial, enquanto as lojas físicas serão redimensionadas para permitir um distanciamento maior entre as pessoas e aumentar a integração digital. Assim acompanhamos o surgimento e popularização de guide shops, pontos de vendas em locais específicos, para o cliente conhecer e experimentar roupas e acessórios vendidos online. O mesmo vale para o omnichannel, uma estratégia do varejo que utiliza diferentes canais de comunicação para oferecer a mesma experiência de compra independentemente do meio utilizado.

"O omnichannel é interessante porque você consegue oferecer serviços que não podem ser realizados no mundo online", diz o cofundador do Dafiti Group, Philipp Povel. Grosso modo, você pode comprar pela internet (em qualquer plataforma) e retirar numa loja ou comprar presencialmente e receber em casa.

Exemplos nesse sentido já implementados pelo grupo é o Retira Fácil e o Coleta em Casa. O primeiro trata-se de pickup points em estabelecimentos comerciais variados para retirada de produtos, contribuindo para a conexão do consumidor com o comércio local. Já o segundo permite a devolução ou troca de produtos de maneira ágil e cômoda para o cliente.

Ilustração Victor Aguiar Magalhães

Esses são apenas alguns exemplos de tecnologias que vinham sendo empregadas em menor ou maior grau até 2020. Com a chegada da pandemia, o fechamento do comércio e demais medidas de distanciamento social, a digitalização do varejo de moda foi acelerada ao extremo. Devido a Covid-19, o e-commerce brasileiro de moda cresceu 95,27%, em 2020 (Conversion). A empresa de investimento de mídia GroupM prevê que o varejo eletrônico global tenha totalizado 3,9 trilhões de dólares em 2020, representando 17% das vendas globais de todo o varejo. Ou seja, no que diz respeito ao varejo de moda online, este é também um caminho sem volta, mas que igualmente vai se aperfeiçoar.

A aceleração possibilitou não só a implementação dos exemplos citados, como incentivou a adesão de novas ferramentas. Entre elas, destaca-se o uso de realidade aumentada e/ou virtual. Imagine poder se ver com a roupa que deseja comprar dentro da própria casa? Quem já se viu questionando a vestibilidade e caimento de determinada peça poderá sanar a dúvida com o auxílio dessas tecnologias.

A criação de roupas que só existem no meio virtual ou que nascem e são testadas lá antes de se materializarem também já são uma realidade. A quarentena acendeu o interesse por jogos de simulação social, como Animal Crossing e The Sims. Eles não só permitem a vida que gostaríamos de ter como também emulam a que estávamos acostumados. Os gráficos são realistas, os avatares interagem entre si e, inclusive, expressam identidades por meio de roupas. É aí que a moda entra na história.

Além disso, existem algumas marcas, como a holandesa The Fabricant e a brasileira Lucas Leão, dedicadas a criar roupas que só existem na internet. Você as compra como outras quaisquer, mas só pode usá-las aplicadas digitalmente em fotos. Outras, como a Another Place e Sunnei, por exemplo, se valem da do 3D para apresentar novas criações e produzir apenas o necessário, em esquema sob demanda e, portanto, com menos desperdício e impacto ambiental reduzido.

Algumas dessas iniciativas, aliás, já estão disponíveis para os consumidores do Dafiti Group. É o caso do Fit Finder, recurso que ajuda o cliente encontrar o tamanho certo para cada tipo de corpo. Outro exemplo é o Busca Look, que permite encontrar, no portfólio dos e-commerces, itens semelhantes a de imagens salvas no celular.

Como apresentado no estudo já mencionado, são caminhos possíveis e bastante promissores para daqui em diante.

Para acessar a análise "O futuro do e-commerce de moda", clique aqui.

https://elle.com.br/moda/10-anos-de-e-commerce-de-moda-no-brasil

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