Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O que vamos vestir em 2030? Novos materiais, roupa com passaporte e muito Be@t na indústria têxtil

Be@t vai unir empresas com criativos para transformar a indústria do têxtil nacional mais sustentável. O projeto está alinhado com o passaporte digital de produto europeu e conta com fundos do PRR.


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Getty Images/iStockphoto




Be@t é um nome que promete ficar no ouvido e dar que falar. Trata-se de um projeto que foi apresentado esta quinta-feira, e que une empresas, criativos e ensino para tornar a indústria têxtil nacional mais sustentável. O CITEVE está ao leme e a ModaLisboa e o Portugal Fashion são dois dos parceiros. O projeto tem a duração de três anos, arranca já este mês de março, e conta com uma participação do PRR. A apresentação aconteceu esta quinta-feira, durante a 61ª edição da Modtissimo, o salão dedicado à indústria têxtil e vestuário, que decorreu na Exponor nos dias 15 e 16 de fevereiro. Esta mudança a nível nacional está alinhada com os objetivos europeus, um ano depois da apresentação do passaporte digital de produto. Esta identificação vai abranger os produtos têxteis e estará em vigor até 2030.

O que é o programa Be@t?

O programa Be@t é um projeto de bioeconomia sustentável liderado pelo Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE). O nome parece complexo, mas trata-se de um conjunto de 54 entidades, como empresas, universidades ou centros tecnológicos que vão trabalhar em conjunto para transformar a indústria têxtil nacional. O trabalho implica o desenvolvimento de novas matérias-primas em alternativa às de origem fóssil, assim como novas tecnologias de fabrico e processamento, de forma a promover a circularidade e reutilização de fibras e resíduos. A um nível social, há também a intenção de sensibilizar a sociedade para uma mudança necessária.

O projeto Be@t tem o objetivo ambicioso de promover uma alteração no paradigma neste setor. Ou seja, marcar “um novo ritmo de mudança e acelerar a criação de produtos de alto valor acrescentado a partir de recursos biológicos, em alternativa às matérias de base fóssil, mas sem deixar de garantir e até elevando padrões de qualidade com forte potencial em diferentes segmentos de mercado”, afirma o diretor-geral do CITEVE, Braz Costa, no site da instituição.

Entre as entidades envolvidas está o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal), que vai proporcionar tanto formação avançada para gestores de topo, em parceria com a Universidade Católica, como de curta-duração para diferentes perfis do setor.

Os projetos do BCSD incluem também parcerias com pequenas e médias empresas (PME’s) para programas de inovação, nos quais conta com a participação da ModaLisboa e do Portugal Fashion, responsáveis pelas semanas de moda nacionais. Com a semana de moda da capital, o Be@t terá duas fases, ideação e aceleração. Os designers de moda, têxtil ou produto, engenheiros têxteis e também micro-marcas nacionais podem apresentar uma candidatura até 31 do próximo mês de março, os selecionados terão depois um desafio das empresas parceiras, a Riopele e a Tintex Textiles, e dois dias e meio para apresentar uma solução criativa e concreta, a fase de Ideação. Os cinco projetos vencedores avançam para a fase seguinte, a Aceleração, em que a cada um se junta uma PME durante cinco meses e as equipas terão acesso a formação, mentoria e workshops personalizados com fim a criar projetos piloto que tenham por base sustentabilidade e circularidade, segundo comunicado da ModaLisboa. O projeto terá a duração de cinco meses e os desafios já estão aqui. Com o Portugal Fashion o público alvo são os designers da plataforma Bloom vai consistir em capacitar 10 a 12 destes jovens talentos para a integração de critérios do design circular nas coleções que vão apresentar em desfile. Este projeto também terá a duração de cinco meses.

O nome “Be@t” surge da expressão em inglês (bioeconomy at textiles / bioeconomia no têxtil). A indústria da moda e do vestuário é uma das mais poluentes e cada vez mais se exigem mudanças radicais e o mote para esta iniciativa é o respeito pelo meio ambiente. Este projeto representa um investimento de 138 milhões de euros, dos quais 71 milhões são do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e tem uma duração prevista de três anos, com fim em dezembro de 2025. A ideia é que nessa janela temporal a mudança abranja das “matérias-prima ao design, à investigação e à produção”. Os objetivos passam também por cumprir metas de defesa ambiental e desenvolver novas estratégias de conquista de mercado (nacional e internacional).

O passaporte digital de produto

Tornar a indústria têxtil sustentável é uma preocupação de nível internacional e também está na agenda da Comissão Europeia, uma vez que o consumo de têxteis representa o quarto maior impacto no ambiente e nas alterações climáticas, atrás da alimentação, da habitação e da mobilidade. A 30 de março de 2022, a Comissão apresentou um pacote de propostas do Pacto Ecológico Europeu para “tornar os produtos sustentáveis a regra na União Europeia”, lê-se no comunicado. Esta mudança passa por tornar a maioria dos bens físicos no mercado europeu mais amigos do ambiente e energeticamente eficientes, em todo o seu ciclo de vida, através de novas regras.

A meta está em 2030 e o objetivo é que, por essa altura, os produtos têxteis no mercado sejam de longa duração e o mais ecológicos possível, respeitando os direitos sociais e o meio ambiente. Para tal, as medidas específicas incluem requisitos de ecodesign para os têxteis, informações mais claras, um esquema de responsabilidade do produtor obrigatório em toda a União Europeia e um Passaporte Digital de Produto (Digital Product Passports, DPP) que, inicialmente, se vai focar em três setores: eletrónica, baterias e têxteis. No caso dos produtos têxteis, este passaporte vai ter informação sobre a circularidade do produto e aspetos ambientais relevantes. O operador económico que coloca o produto no mercado é o responsável por disponibilizar a informação e o acesso à mesma é gratuito e feito através de, por exemplo, código QR.

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