Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Para o estilista chinês Wang Yiyang, a inspiração pode surgir de uma feira livre tradicional, ou do planalto tibetano, em vez das passarelas de Milão e Paris.

Wang, de 42 anos, natural da província de Jilin, no nordeste do país, é um dos estilistas de moda mais elogiados da China, célebre por ser o criador da linha de moda feminina Zuczug, influenciada pelas tradições do país e também pelos jovens chineses de hoje, superconectados e obcecados pela tecnologia.

Em meio a uma multidão de designers ambiciosos, cada um com esperança de ser o próximo Marc Jacobs, Wang é um dos candidatos mais prováveis, dizem os críticos da moda na China, notando que ele é um dos poucos estilistas do país que também é um empresário competente.

Grifes estrangeiras de luxo como Louis Vuitton e Salvatore Ferragamo há muito definem as tendências gerais da moda da China, enquanto as marcas nacionais são consideradas baratas e de baixa qualidade. Mas agora que as principais grifes de luxo ocidentais estão abrindo lojas em cada esquina das grandes cidades, a camada mais rica do país, que dita a moda, deseja artigos diferenciados de alta classe que exigem um olho bem treinado para reconhecer. Esses consumidores estão migrado para marcas boutique como Diane von Furstenberg e Alexander Wang, assim como novos nomes chineses de sucesso, como Uma Wang e Christine Lau.

Isso está abrindo portas para Wang Yiyang.

Nos últimos 11 anos, com um investimento inicial de 500.000 yuans (cerca de US$ 80.000 ao câmbio atual), o estilista conseguiu, com pouco alarde, montar uma rede de 73 lojas Zuczug - cerca de 50 a mais do que o famoso designer britânico Paul Smith planeja abrir na China nos próximos cinco anos.

Os preços da Zuczug visam, claramente, os compradores ricos, algo que faz parte do charme da marca. Em muitos aspectos, a Zuczug é mais comparável ao trabalho do estilista americano Philip Lim do que a uma loja Gap média.

Mas a linha Zuczug é feita para ser usada. A mercadoria nas lojas fica disposta em blocos de cores, com os artigos azuis todos juntos, os de cor laranja em outra prateleira. A calça verde esportiva Kelly, de US $ 270, tem bolso com zíper com uma abertura especial para passar o fio de um fone de ouvido.

"São roupas criadas para serem confortáveis, para a vida cotidiana", disse Wang, ou seja, para a mulher que trabalha, pega o ônibus e manda fotos on-line para as amigas. "Não estou criando roupas para uma festa ou um desfile de modas. São roupas para um dia normal", disse Wang, ao The Wall Street Journal em seu estúdio de Xangai, de mais de 1.700 metros quadrados.

Sabendo que os jovens na faixa dos 20 anos, de iPhone em punho, são grandes formadores de opinião e influenciadores para a sua marca, Wang adotou uma estratégia de vendas on-line. Ele adaptou a sua linha para o que ele chama de "era das telas", com cores e estampas mais vibrantes que se prestam bem a serem mostradas em fotos e vídeos nas redes sociais.

Wang diz que tem toda a intenção de transformar a Zuczug em uma marca global, mas não tem um cronograma para isso ou uma lista de países candidatos. No curto prazo, diz ele, quer abrir mais lojas no mercado interno e em outros países da Ásia. "Tenho aspirações", disse Wang.

Algumas das maiores vozes da moda no país já apontaram Wang como o designer chinês com mais chances de sucesso. Ele, que já foi um pioneiro, agora está orientando designers mais jovens.

"Hoje em dia todo mundo quer criar uma marca, mas pense em como as coisas eram há 10 anos - Wang Yiyang era o único que tentava fazer isso", disse Yeh Shaway, diretor editorial da influente empresa de comunicações Modern Mídia.

Mas a Zuczug ainda tem um caminho difícil pela frente. Alguns consumidores, incluindo Wu Di, professora de Pequim de 25 anos, nunca ouviram falar da marca. Wu parou em uma loja só porque estava passando por ali. "Há uma porção de estilistas talentosos na China, mas muitos deles só se direcionam para a pequena burguesia", disse Wu, usando um termo depreciativo para a classe mais rica da China.

Entre as outras marcas locais que concorrem com a Zuczug está a JNBY, que tem mais de 600 lojas na China que vendem roupas femininas, tais como blusas soltas de malha de algodão, suéteres de lã de gola larga, calças de equitação e outras peças semelhantes às da Zuczag. Os preços, porém, são cerca de 30% a 50% mais baixos.

Wang gosta de mostrar sua apreciação pelos que o ajudaram a construir a Zuczug. Fotos dos colegas de quando eram bebês decoram as paredes do seu estúdio - para lembrar até onde cada um já chegou, e o quanto contribuiu para o crescimento da marca, diz ele.

Wang diz que vê oportunidades infinitas para o futuro da moda da China e para a Zuczug. "É bem claro que há um nascimento da criatividade neste país", disse ele. "Só que algumas pessoas ainda não sabem disso”.

Fonte:|http://www.valor.com.br/impresso/wall-street-journal-americas/o-ult...

Para o estilista chinês Wang Yiyang, a inspiração pode surgir de uma feira livre tradicional, ou do planalto tibetano, em vez das passarelas de Milão e Paris.

Wang, de 42 anos, natural da província de Jilin, no nordeste do país, é um dos estilistas de moda mais elogiados da China, célebre por ser o criador da linha de moda feminina Zuczug, influenciada pelas tradições do país e também pelos jovens chineses de hoje, superconectados e obcecados pela tecnologia.

Em meio a uma multidão de designers ambiciosos, cada um com esperança de ser o próximo Marc Jacobs, Wang é um dos candidatos mais prováveis, dizem os críticos da moda na China, notando que ele é um dos poucos estilistas do país que também é um empresário competente.

Grifes estrangeiras de luxo como Louis Vuitton e Salvatore Ferragamo há muito definem as tendências gerais da moda da China, enquanto as marcas nacionais são consideradas baratas e de baixa qualidade. Mas agora que as principais grifes de luxo ocidentais estão abrindo lojas em cada esquina das grandes cidades, a camada mais rica do país, que dita a moda, deseja artigos diferenciados de alta classe que exigem um olho bem treinado para reconhecer. Esses consumidores estão migrado para marcas boutique como Diane von Furstenberg e Alexander Wang, assim como novos nomes chineses de sucesso, como Uma Wang e Christine Lau.

Isso está abrindo portas para Wang Yiyang.

Nos últimos 11 anos, com um investimento inicial de 500.000 yuans (cerca de US$ 80.000 ao câmbio atual), o estilista conseguiu, com pouco alarde, montar uma rede de 73 lojas Zuczug - cerca de 50 a mais do que o famoso designer britânico Paul Smith planeja abrir na China nos próximos cinco anos.

Os preços da Zuczug visam, claramente, os compradores ricos, algo que faz parte do charme da marca. Em muitos aspectos, a Zuczug é mais comparável ao trabalho do estilista americano Philip Lim do que a uma loja Gap média.

Mas a linha Zuczug é feita para ser usada. A mercadoria nas lojas fica disposta em blocos de cores, com os artigos azuis todos juntos, os de cor laranja em outra prateleira. A calça verde esportiva Kelly, de US $ 270, tem bolso com zíper com uma abertura especial para passar o fio de um fone de ouvido.

"São roupas criadas para serem confortáveis, para a vida cotidiana", disse Wang, ou seja, para a mulher que trabalha, pega o ônibus e manda fotos on-line para as amigas. "Não estou criando roupas para uma festa ou um desfile de modas. São roupas para um dia normal", disse Wang, ao The Wall Street Journal em seu estúdio de Xangai, de mais de 1.700 metros quadrados.

Sabendo que os jovens na faixa dos 20 anos, de iPhone em punho, são grandes formadores de opinião e influenciadores para a sua marca, Wang adotou uma estratégia de vendas on-line. Ele adaptou a sua linha para o que ele chama de "era das telas", com cores e estampas mais vibrantes que se prestam bem a serem mostradas em fotos e vídeos nas redes sociais.

Wang diz que tem toda a intenção de transformar a Zuczug em uma marca global, mas não tem um cronograma para isso ou uma lista de países candidatos. No curto prazo, diz ele, quer abrir mais lojas no mercado interno e em outros países da Ásia. "Tenho aspirações", disse Wang.

Algumas das maiores vozes da moda no país já apontaram Wang como o designer chinês com mais chances de sucesso. Ele, que já foi um pioneiro, agora está orientando designers mais jovens.

"Hoje em dia todo mundo quer criar uma marca, mas pense em como as coisas eram há 10 anos - Wang Yiyang era o único que tentava fazer isso", disse Yeh Shaway, diretor editorial da influente empresa de comunicações Modern Mídia.

Mas a Zuczug ainda tem um caminho difícil pela frente. Alguns consumidores, incluindo Wu Di, professora de Pequim de 25 anos, nunca ouviram falar da marca. Wu parou em uma loja só porque estava passando por ali. "Há uma porção de estilistas talentosos na China, mas muitos deles só se direcionam para a pequena burguesia", disse Wu, usando um termo depreciativo para a classe mais rica da China.

Entre as outras marcas locais que concorrem com a Zuczug está a JNBY, que tem mais de 600 lojas na China que vendem roupas femininas, tais como blusas soltas de malha de algodão, suéteres de lã de gola larga, calças de equitação e outras peças semelhantes às da Zuczag. Os preços, porém, são cerca de 30% a 50% mais baixos.

Wang gosta de mostrar sua apreciação pelos que o ajudaram a construir a Zuczug. Fotos dos colegas de quando eram bebês decoram as paredes do seu estúdio - para lembrar até onde cada um já chegou, e o quanto contribuiu para o crescimento da marca, diz ele.

Wang diz que vê oportunidades infinitas para o futuro da moda da China e para a Zuczug. "É bem claro que há um nascimento da criatividade neste país", disse ele. "Só que algumas pessoas ainda não sabem disso.



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