Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Os Cinco Anos que Sacudiram o Mercado da Moda no Brasil

De 2006 até hoje, grandes grupos se formaram; um deles se desfez em poucos meses; marcas consagradas desapareceram, enquanto outras se firmaram

Mercado de moda no Brasil passa por um processo de amadurecimento

O mercado de moda foi sacudido nos últimos anos por uma acentuada movimentação de compra de empresas. Tudo começou em 2006, quando o grupo catarinense Marisol veio a público anunciar a aquisição da Rosa Chá – marca de moda praia famosa no Brasil e no exterior. No mesmo ano, o grupo brasileiro de investimento HLDC fechou a compra da Zoomp e da Zapping. Em 2007, foi a vez da gestora de recursos Artesia adquirir a Le Lis Blanc, da empresária Traudi Guida, para, em seguida, lançar ações da rede na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Foi em 2008, contudo, que os meios de comunicação mais veicularam notícias sobre o setor – tanto para exaltar a realização de grandes operações quanto para relatar os primeiros fracassos. Causaram furor no mercado as sucessivas aquisições de grifes famosas pela empresa criada pelo HLDC, a Identidade Moda, ou simplesmente I’M: Herchcovitch; Alexandre, Herchcovitch Jeans, Fause Haten, Clube Chocolate e Cúmplice. Críticos de moda e jornalistas especializados repetiam na época que teria chegado ao país a ‘onda’ dos conglomerados. Poucos meses bastaram, no entanto, para parte da convicção se desfazer. Alexandre Herchcovitch e Fause Haten não tardaram a deixar o negócio, e a Zoomp teve a falência decretada. O I´M durou somente até o ano seguinte.

Ainda em 2008, uma associação entre a gestora Vinci Partners e a marca Ellus dava origem à InBrands, hoje dona dos eventos de moda mais festejados do país – o São Paulo Fashion Week e o Fashion Rio – e de marcas como Herchcovitch; Alexandre e 2nd Floor. A Forum e a Triton, juntamente com todas as operações de Tufi Duek, eram vendidas para a AMC Têxtil, que já possuía a Colcci.

Balanço incerto – Hoje, os especialistas ainda hesitam em fazer um balanço desse mercado. “Ninguém consegue avaliar muito bem o que esses grupos trouxeram de novidade. O I’M não deu certo; a Rosa Chá encolheu; a Isabela Capeto fechou lojas em São Paulo; o Herchcovitch também reduziu sua operação; e não se ouve falar mais do Marcelo Sommer e da Carmelitas (todas marcas que haviam sido compradas por grupos)”, avalia o consultor Carlos Ferreirinha, especialista em mercado de luxo.

No tocante à InBrands, enquanto não ocorre a abertura de capital esperada para os próximos meses, os consultores confessam que ainda têm dificuldade para avaliar os resultados. Ao mesmo tempo que o grupo se firma como um dos grandes do setor, também é verdade que sua trajetória foi marcada por altos e baixos. A aquisição das marcas Isabela Capeto e Alexandre Herchcovitch em 2008 não levou, por exemplo, a uma acentuada expansão da rede. Em maio, a estilista desfez a negociação com o grupo e tomou seu negócio de volta. Agora, Isabela declara que nasceu “para ser pequena”.

Casos de sucesso – Algumas empresas, no entanto, conseguiram atrair o investimento necessário para conquistar a estatura desejada, como a Le Lis Blanc, primeira marca brasileira de vestuário ‘premium’ a chegar à Bovespa. A grife foi escolhida entre outras vinte analisadas pela Artesia para ser adquirida e, posteriormente, abrir capital. “Escolhemos a Le Lis porque, além de ser um modelo de sucesso em imagem e rentabilidade, o negócio tinha um projeto de crescimento muito forte e consistente”, explica Marcio da Rocha Camargo, dono da Artesia. Com 150 milhões de reais captados na oferta pública de 2007, a Le Lis conseguiu saltar de 31 lojas próprias e franqueadas para 60 somente próprias – e ainda comprou a marca BoBô, hoje com 13 lojas. No ano passado, a empresa pagou 27 milhões de reais em dividendos.

Outro exemplo considerado bem-sucedido é o da Arezzo. O IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) da grife calçadista em fevereiro movimentou 565,8 milhões de reais e foi recebido com euforia pelo mercado. “Raramente recomendamos entrar em IPOs neste ano. Uma das exceções foi a Arezzo, porque a ação tinha um preço atrativo e o modelo de negócios da empresa era forte”, explica Francisco Kops, analista de varejo da corretora Planner.

Fonte:|veja.abril.com.br|

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