Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Não há que enganar. Quem vem na EN 125, em direção a Sagres, chega ao cruzamento da Raposeira (a terra que deu Sousa Cintra ao mundo leonino) e vira a esquerda. A partir daí é impossível perder-se. Basta seguir as setas e uns cinco a oito minutos depois estará no Zavial.

A praia do Zavial, concelho de Vila do Bispo, tem uns 300 metros de cumprimento, sendo que no último terço, pudicamente separado do resto por uma pequena barreira de rochas, é um santuário de nudistas, que nos anos mais recentes começou a ser mais intensivamente frequentado por banhistas têxteis.

Curioso este fenómeno dos nudistas estarem a progressivamente perder terreno para os têxteis – o que só pode ser encarado como um sinal encorajador para os fabricantes nacionais de fato de banho mas é também suscetível de ser interpretado um recuo na tendência de exposição pública da nudez por parte dos seres humanos, em particular do seu contingente feminina, o que está em linha com o fato de, segundo a minha estimativa, apenas 17,3% das mulheres frequentadoras da praia do Zavial, na 2ª quinzena de Agosto, terem optado por fazer top less.

Há menos maminhas à mostra e cada vez mais velhas. Essa é que é essa. Um sinal dos tempos. Tenho um casal de amigos nudistas militantes e fanáticos de praia (em particular da do Zavial), cuja orientação não foi seguida por nenhum dos seus três filhos, com idades compreendidas entre o final da adolescência e o início da idade adulta, que apenas toleram a praia e quando a frequentam fazem-no vestidos com calções até ao joelho  - e só prescindem da t-shirt após muitas insistências da bem intencionada mãe, que usa como argumento o facto da exposição ao sol só poder fazer bem às dezenas de borbulhas que lhes povoam as costas.

Na maré baixa, o areal do Zavial expande-se, bastante menos a Oeste do que a Leste, sendo que nesta direção passa a estar acessível a pé uma espécie de sucursal da praia, com uma caverna, onde tem estado em exibição uma magnífica instalação de um laborioso artista anónimo do século XXI, de que reproduzo a fotografia de um pormenor, para as preclaras e os preclaros ficarem com uma ideia aproximada do que estou a falar.

A instalação compreende largas dezenas de figuras, dispostas em grupos ou isoladamente, espalhadas um pouco por toda a gruta, mesmo nos locais de mais difícil acesso, compostas através de pedras judiciosamente escolhidas e empilhadas com uma sabedoria invejável.

Desta Lavandaria envio um grande e sentido bem haja ao artista anónimo da gruta do Zavial, independentemente de ser nudista ou têxtil, homem ou mulher (e, se se verificar este último caso, praticante e ou não de top less), portista ou benfiquista. A tua arte é porreira. Nós apreciámo-la muito. Grande pedra!

Fonte:|http://www.jn.pt/blogs/lavandaria/archive/2012/08/31/os-nudistas-es...

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