Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Os principais problemas ambientais da indústria têxtil e de tingimento, estão relacionados com a utilização de azo-corantes

Os principais problemas ambientais da indústria têxtil e de tingimento, estão relacionados com a utilização de azo-corantes. Trata-se de uma numerosa família de corantes sintéticos, bastante resistentes à degradação natural e de comprovado caráter carcinogênico e mutagênico. Aproximadamente 10.000 corantes sintéticos são utilizados extensivamente como insumos industriais, principalmente na indústria têxtil e de tinturaria. Características como facilidade de produção, baixo custo, constância de estrutura e grande variedade de cores, fazem com que a produção e utilização de azo-corantes seja cada vez mais difundida.

O caráter prejudicial desta família de corantes para a saúde humana, vem sendo observado há muito tempo. A ocorrência de um excesso de casos de câncer de bexiga em trabalhadores que manipulavam corantes, foi reportada há mais de cinqüenta anos. Atualmente, existem centenas de publicações que descrevem os mecanismos de carcinogenicidade dos azo-corantes em seres humanos.

Além dos problemas relacionados com a liberação de substâncias tóxicas, ou com a descarga de espécies químicas que podem ser transformadas em compostos nocivos via processos naturais, os efluentes derivados das atividades de tingimento apresentam forte coloração. Esta característica, além de representar uma fonte de poluição visual, oferece sérios riscos de impacto ambiental, principalmente em função da interferência nos processos fotosintéticos naturais ocasionando prejuízos incalculáveis a médio e longo prazo, a toda biota aquática.

As rotinas de remediação tipicamente utilizadas pela indústria têxtil de pequeno porte envolvem processos de coagulação química, adsorção em carbono ativado e, menos freqüentemente, processos de ultrafiltração. Em indústrias de maior porte, os processos biológicos, principalmente sistema de lodos ativados, são utilizados preferencialmente.

As técnicas de remediação fundamentadas em processos de coagulação, seguidos de separação por flotação ou sedimentação, apresentam uma elevada eficiência na remoção de material particulado. A remoção de cor e compostos orgânicos dissolvidos, no entanto, mostra-se deficiente. Os processos de adsorção em carbono ativado apresentam uma eficiência significativamente maior. No entanto, em função da superfície química do carbono ser positiva, a adsorção de corantes de caráter catiônico é uma limitação bastante importante. Processos de separação molecular, fundamentados na utilização de membranas, podem ser bastante eficientes. No entanto, a completa remediação deste tipo de efluentes implica a utilização de processos de ultra ou nano filtração, economicamente inviáveis para o tratamento de grandes volumes de efluente. Além das desvantagens aqui assinaladas, é importante salientar que todos os processos anteriormente citados correspondem a sistemas não-destrutivos. Embora o volume dos resíduos possa ser significativamente diminuído, a disposição final das fases sólidas continua sendo um problema sem solução. Em função destes inconvenientes, existe uma certa predileção pela utilização de processos que realmente possam degradar as espécies de interesse. Dentro do contexto destes processos destrutivos, cabe aos processos biológicos um lugar de destaque, principalmente em função da relativa facilidade encontrada na implementação de sistemas que operem em grande escala. Em geral, na indústria têxtil os processos de remediação estão fundamentados na operação de sistemas físico-químicos de precipitação-coagulação, seguidos de tratamento biológico via sistema de lodos ativados. O sistema apresenta uma eficiência relativamente alta, permitindo a remoção de aproximadamente 80% da carga de corantes. Infelizmente, o problema relacionado com o acúmulo de lodo torna-se crítico, uma vez que o teor de corantes adsorvidos é bastante elevado, impedindo qualquer possibilidade de reaproveitamento.

Fonte:|http://www.quimica.ufpr.br/tecnotrater/textil.htm

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