Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Quase duas décadas depois da morte do traficante de cocaína colombiano Pablo Escobar, vítima de uma chuva de balas, o seu filho mais velho está a conquistar o mercado da moda no México, com uma linha de vestuário inspirada na imagem do pai. 

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Sucesso de vendas

As t-shirts de Sebastian Marroquin, estampadas com fotografias do pai, Pablo Escobar, estão a registar grandes vendas nos estados mexicanos que se encontram na linha da frente da guerra contra o narcotráfico no país.

As t-shirts são estampadas com imagens do chefe do cartel de Medellín, que inundou o mundo com cocaína antes de ser assassinado a tiro em 1993. Com imagens do cartão de estudante de Escobar, da sua carta de condução e outras, a nova linha é vendida a preços que oscilam entre 65 e 95 dólares – uma pequena fortuna num país onde cerca de metade da população vive na pobreza. «Não estamos a tentar arranjar uma desculpa para o tráfico de drogas, a embelezá-lo da forma como os média referem», advoga Marroquin, de 39 anos, que foi batizado Juan Pablo Escobar Henao, mas mudou o nome para evitar represálias após a morte do pai.

Numa tentativa de combater as críticas que defendem que a linha de vestuário glorifica os crimes ligados à droga, as t-shirts veiculam mensagens que provocam reflexão. Numa t-shirt onde se encontra o cartão de estudante de Escobar lê-se “Qual o aspeto do teu futuro?” enquanto na que possui a sua carta de condução lê-se “Bom ritmo, mas sentido errado”.

As t-shirts de algodão, que foram colocadas à venda no ano passado no México, estão a ser comercializadas em Culiacán, capital do Estado de Sinaloa, onde se encontra o traficante mais procurado do México, chefe do cartel de Sinaloa: Joaquín “Shorty” Guzman. As peças estão também à venda em Guadalajara, no Estado de Jalisco, desde há muito um refúgio para os traficantes de droga e que tem sido assolado pela violência do narcotráfico. Cerca de 60.000 pessoas morreram nos últimos seis anos.

Alguns analistas advertem que a cada vez mais popular linha de roupa “Escobar Henao” simplesmente reforça um fascínio já difundido entre os jovens no México com os símbolos da cultura dos cartéis, como folhas de marijuana e metralhadoras AK-47. «Vejo isto como um produto simbólico forte», sustenta Vicente Sanchez, investigador no Colegio de la Frontera Norte. «O estado (...) tem que ter uma melhor compreensão das coisas direcionadas aos jovens, já que é a forma que esses “anti-valores” ganham terreno», sublinhou.

Mas Marroquin, que tem lojas na Áustria, Guatemala e Estados Unidos, assim como no México, rejeita a crítica, apontando para outros que ganharam dinheiro com o seu legado. Há uma abundância de livros sobre as façanhas de Escobar e até mesmo uma novela na televisão colombiana. O filho de Escobar refere ainda que rejeitou a abertura de lojas na Colômbia, por respeito às vítimas do tráfico de drogas no país.

Apesar do sucesso da linh ano México e noutros mercados, Marroquin realça que houve um lado negativo no legado do seu pai, que perseguiu a família nos 19 anos após a sua morte. «Em 1994, deixamos a Colômbia (...) mas por causa do nosso sobrenome, não conseguimos obter um passaporte em lugar nenhum do mundo (...) pelo crime de ter o ADN de Escobar», diz Marroquin, que vive na Argentina. «Temos vivido como criminosos sem o sermos», conclui.

Fonte:|http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/41627/xmview/...

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