Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Pedido de falência cresce 23% na região do ABC paulista. Para o assessor econômico da Serasa Experian situação seria pior se região tivesse concentração de empresas têxteis

O número de empresas que têm pedidos para fechar as portas encaminhados à Justiça tem crescido na região. De janeiro a maio, foram 37 falências requeridas entre as sete cidades. Montante supera em 20% o volume calculado no mesmo período de 2010. São Bernardo lidera o ranking de companhias com dificuldades, ao somar 17 requisições do tipo, em cinco meses. Diadema é a segunda colocada, com nove empresas no sufoco. É o que mostra dados da Serasa Experian.

Entre as unidades que se arrastavam na Justiça aguardando decisão sobre suas finanças, seis delas já encerraram as atividades. O valor é 50% maior ao número de empresas que não resistiram e quebraram nos mesmos cinco meses de 2010. Apesar de não ter havido falências decretadas pela Justiça na região no mês passado, em abril duas faliram. (veja arte ao lado)

O economista e professor da USCS Radamés Barone afirmou que é difícil apontar algum segmento que esteja em baixa no Grande ABC. Ele aposta que a entrada de novos empreendedores, sobretudo mais jovens e sem experiência quanto ao gerenciamento da empresa, prejudicou a sobrevivência dos negócios. "As micro e pequenas empresas têm rotatividade muito grande. Os mais jovens que abrem empreendimentos, sobretudo na área de informática, encontram grande concorrência e não resistem após um ano ou dois. Há insuficiência e quem mais sofre com isso é o setor de serviços", disse.

O professor citou ainda estudo do Sebrae que diz que, a cada dez empresas abertas, em um ano fecham-se oito. Indicativo de que já não é fácil manter os negócios em pé em condições econômicas favoráveis. "Fora que esse segmento (tecnologia) está com bastante oferta no mercado, o que aumenta a concorrência e dificulta a sobrevivência", comentou o economista.

Outra razão que ajuda a explicar o aperto das firmas é o quadro econômico que vigora hoje. Por conta do aumento da inflação - hoje em 6,55% no acumulado de 12 meses, segundo o IPCA, percentual acima do teto da meta, de 6,5% - os empreendedores tiveram dificuldades em manter o vigor das contas da empresa.

Para o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida, o fato de o crédito se expandir em marcha mais lenta do que o verificado no ano passado somado às taxas mais salgadas da Selic (de juro básico) e as medidas macroprudenciais do Banco Central a fim de barrar a alta da inflação deixam o consumidor menos à vontade para o consumo. Assim, as empresas não geram capital nos caixas e as mais novas e frágeis tendem a quebrar. "E a perspectiva é de novas elevações de juros, o que deixa as empresas mais dependentes de ganhos com terceiros em situação complicada. Com isso, já sentem a menor presença do consumidor, não pagam fornecedores e fica mais difícil vender. Fora que carregar estoque custa caro", disse Almeida.

BRASIL - No Brasil, o número de falência decretada de empresas somou 53 registros em maio. Nos cinco primeiros meses do ano, o montante de companhias que encerraram a atividade chegou a 261.

Mais dias úteis em maio também ajudaram a elevar os número de falências. Almeida explicou que não é sazonal aumento de quebras nas firmas nem nos pedidos de falência para o mês. Foram 168 registros pedidos de falência só neste mês. No acumulado de 2011, são quase 740 pedidos.

"Até o fim do ano irá complicar ainda mais a vida desse empresário, quando os juros estarão ainda mais elevados", sustentou Almeida. Um dos segmentos mais afetados pela conjuntura econômica atual é o setor têxtil - indústria que não está presente nas sete cidades. A situação seria ainda pior se este segmento da economia fosse presente na região.

Recuperação das firmas ainda é tímida ante as quebras

O número de empresas que conseguiram respirar com uma segunda chance, concedida pela Justiça após análise das condições financeiras, é pouco expressivo quando comparado com o volume de mortes em 2011. Quase 270 empresas morreram no acumulado deste ano no País. E apenas 128 tiveram seus pedidos de recuperação judicial aceitos por um juiz.

Isso porque, após a mudança na lei de falências, em 2005, o número de quebras entre as firmas foi menor. Almeida explicou que isso aconteceu porque antes as empresas gozavam do instrumento da concordata. "Antes uma empresa podia decretar concordata porque deixou de pagar carnê de R$ 50. Com a mudança estabeleceu-se patamar mínimo de 40 salários-mínimos e a contrapartida da recuperação judicial, uma segunda chance", diz ele. Apesar de tentar coibir a prática, com a crise econômica, em 2009, as companhias pegaram carona em moratória a fim de serem socorridas. Naquele ano, de janeiro a maio, o número de recuperações judiciais solicitadas chegou a 334. No mesmo período deste ano, foi de 198.

 

 

FONTE: http://www.dgabc.com.br/News/5891343/pedido-de-falencia-cresce-23-n...

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