Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Apesar do grande mercado consumidor, rede sueca enfrenta dificuldades financeiras que vão atrasar sua entrada no país

Natalie Portman: atriz vencedora do Oscar optou por vestido da H&M de 199 dólares, desenhado pela grife francesa Lanvin

São Paulo – A sueca H&M conseguiu se tornar uma das principais empresas de vestuário do mundo com uma fórmula que une as últimas tendências da moda – agradando desde o público mais leigo até os fashionistas – aliadas a um preço baixo. Hoje, a empresa está atrás apenas da Nike, da Adidas e da Zara, sua principal concorrente no conceito fast fashion (que leva as propostas das passarelas para as prateleiras em menos de um mês). Aliás, a espanhola, controlada pela Inditex, está presente no Brasil desde 1999 e hoje conta com 31 lojas, além de novas unidades programadas até o final do ano. Para a Zara o Brasil é um dos mercados mais relevantes para o grupo. E por que a H&M ainda não está no país? A empresa, que não comenta sua estratégia de expansão, apenas afirmou que, no momento, não tem planos para abrir unidades no país nem em outro lugar da América do Sul.

“A H&M perdeu a chance de entrar no mercado brasileiro tempos atrás e agora está mais difícil pela situação da empresa e pela competitividade entre as marcas no país”, disse a EXAME.com a inglesa Magdalena Kondej, analista-chefe do setor de vestuário da consultoria Euromonitor. “Mas não há dúvida que cedo ou tarde a rede entrará no mercado sul-americano.”

O lucro líquido da H&M caiu 18% no segundo trimestre aos 670 milhões de dólares, prejudicado pelo aumento dos custos de mão de obra na Ásia -- onde está 75% de sua linha de produção -- e pela alta de preços do algodão. Está longe de ser um resultado ruim, mas é a terceira queda consecutiva da empresa. E para uma expansão num mercado internacional é preciso ter fôlego no caixa. A Inditex, que controla a Zara, por exemplo, viu seu lucro saltar 10% aos 904,5 milhões de dólares.

A entrada da H&M no Brasil envolveria altos custos para a empresa. Seria necessário construir um centro de distribuição, porque seria a primeira experiência num mercado do hemisfério sul. Nenhuma das 2.200 lojas espalhadas em 40 países está na região. Essa mudança implicaria na contratação de mais estilistas para produzir mais peças por conta da inversão de estações nos hemisférios, sem contar a rede de lojas que a H&M precisaria abrir. Ao contrário de outras marcas, como a GAP, a sueca trabalha apenas com lojas próprias. “Quem também tem bons resultados no Brasil é a C&A, por isso se pode dizer que é um modelo que dá certo”, diz Magdalena, da Euromonitor.

Segundo a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), o custo Brasil é elevado para qualquer empresa em relação à carga tributária. “O ambiente empresarial brasileiro ainda é muito burocrático”, afirma o consultor José Lupoli Jr. “Mas é indispensável estar presente no Brasil.” Um ponto que pode desagradar os consumidores é a mudança de preço. A H&M é mais barata do que a Zara ao redor do mundo. O problema: o preço dessas marcas sobe cerca de 50% quando ingressam em mercados emergentes. "Isso hoje não é um problema por conta do crescente poder de compra da nova classe média", diz Lupoli.

Fonte:|http://exame.abril.com.br/negocios/empresas/noticias/por-que-a-h-m-...

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