Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Queda do Dólar Dificulta Exportação no Setor Têxtil

A queda da cotação do dólar em relação ao real tem causado problemas para um dos setores mais sensíveis à concorrência externa: o de confecções. Além de competir com a China e outros países orientais, que utilizam mão de obra barata e truques cambiais para inundar o mercado brasileiro com seus produtos, o dólar baixo desestimula brasileiros que querem exportar.

O presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Maringá (Sindivest), Cássio Murilo de Almeida, afirma que a o empresário sofre duas vezes: perde espaço no mercado externo e compete com importados mais baratos, principalmente vindos da China.

"Uma blusa que, para o produtor local, entra no mercado por R$ 40, vem da China custando R$ 20 ou R$ 22", exemplifica. Almeida afirma que o baixo custo levou empresários brasileiros a transferir a produção de tecido para fora do País e depois importar o material, para finalizar no Brasil. "Eles estão se beneficiando de uma situação fiscal e cambial, mas deixam de gerar empregos no País por causa disso", diz .

Dinâmica

Apesar da recente queda do dólar, que chegou a custar R$ 1,53 na metade da semana, o fortalecimento do real frente à moeda americana já dura anos. Diante desta realidade, o empresário maringaense de confecções adotou como estratégia o investimento em moda, variedade e inovação – qualidades que os chineses não conseguem acompanhar na velocidade que o mercado local é capaz.

"Hoje todo mundo quer andar atualizado e a moda muda muito rapidamente, como reflexo das tendências e mesmo das telenovelas", diz Almeida. "O produto chinês demora entre 3 e 4 meses para chegar no Brasil e, enquanto isso, a moda maringaense é extremamente versátil e sempre está buscando inovações", completa.

O Sindivest representa 1,2 mil empresas em 70 municípios da região, com faturamento médio mensal de 130 milhões e cerca de 25 mil empregados diretos. Para lutar contra os importados baratos, a entidade mobiliza ações com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

Eles querem que os governos estadual e federal adotem mais barreiras contra os artigos têxteis importados, para encarecê-los e tirar sua competitividade. O setor sabe que esse tipo de ação exige articulação em fóruns internacionais de comércio e demanda muito tempo, mas continua lutando.


Setor da indústria da confecção de Maringá e região sente reflexos da queda do dólar: dificuldades na exportação e concorrência da China

Dois lados

Para a vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim) para Assuntos de Comércio Exterior, Renata Mestriner, as variações no dólar nunca agradam a gregos e troianos. "Quando o dólar cai, os importadores vão comemorar e os exportadores vão chiar", diz Renata, que dirige uma empresa especializada em importação e exportação.

Ela diz que em Maringá, há muita reclamação do setor exportador. "Eles ficam amarrados aos contratos anuais que assinaram, nos quais o valor foi acertado em dólar. Como não tinham como prever a variação, agora têm que cumprir", explica. Para a especialista, o dólar deverá continuar caindo. "A tendência do dólar é levemente de queda", diz Renata.

Fonte:|http://www.odiario.com/geral/noticia/456235/queda-do-dolar-dificult...

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