Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Queima de Estoque - Os Chineses Estão Queimando Estoque no Brasil

A queda do IPI derrubou preços e ajudou a desovar mercadorias encalhadas. Embora polêmica, a medida anticíclica abriu espaço para a tão esperada retomada da indústria.

Por Luís Artur NOGUEIRA

O caminho para a retomada da produção industrial começou a ser asfaltado, e não se trata de uma leitura oficial do governo. A constatação é feita a partir de uma análise cuidadosa do atual nível de estoque das companhias, um indicador que reflete o desempenho das vendas das empresas. A sondagem conjuntural da indústria da transformação da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que o setor produtivo, após encerrar 2011 com armazéns abarrotados, começou a desovar mercadorias desde janeiro, embora ainda esteja num patamar superior ao da média dos últimos cinco anos (veja quadro ao final da reportagem). Mas é uma boa notícia, diante de um ano tão difícil para a indústria brasileira. 

 
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Pátios esvaziados: após registrar o pico de carros armazenados em maio,
as montadoras respiram aliviadas.
 
Estoques elevados afetam os resultados financeiros, uma vez que o custo de mantê-los é muito alto, lembra Rodrigo Nishida, economista da LCA Consultores. “As fábricas só voltam a produzir quando observam que as mercadorias estocadas diminuem”, diz Nishida. É exatamente o que está acontecendo com o setor automobilístico. Após atingir em maio um pico de estoque de veículos equivalente a 43 dias de vendas, as montadoras e as concessionárias conseguiram reduzi-los para um patamar mais adequado, em torno de 30 dias, o equivalente a 340 mil veículos. A redução do IPI, promovida pelo governo em meados de maio, teve um papel fundamental para girar essas mercadorias. 
 
Ao repassar os descontos para o preço final, as montadoras bateram recorde de vendas nos meses de junho e julho e retomaram a produção, após a queda de 7,1% no primeiro semestre. Não por acaso, os empresários tentam convencer o governo a prorrogar os incentivos fiscais, que terminam no fim deste mês. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, entretanto, já disse publicamente que não pretende estender o benefício. As empresas de eletrodomésticos também engrossam o coro dos que torcem pela manutenção do IPI reduzido, que termina em setembro. “Deveria ser um desconto permanente”, diz Annette Reeves de Castro, superintendente da Esmaltec, empresa cearense líder em vendas de fogões no Brasil, que faturou R$ 650 milhões em 2011. 
 
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Renato Bitter, da Savyon Indústria Têxtil: "os chineses estão queimando estoque no Brasil".
 
Com estoques equivalentes a dez dias de vendas, a companhia produz em ritmo acelerado. “Enquanto o desemprego estiver baixo e a renda continuar crescendo, o cenário é positivo.” Embora polêmica, por ser considerada uma solução emergencial, a redução do IPI ajudou a minorar prejuízos, diante da invasão de produtos importados cada vez mais baratos. Desde 2009, as indústrias de manufaturados no mundo inteiro estão administrando estoques altos. Com excesso de oferta, os importados ficam mais competitivos diante dos similares nacionais. Um levantamento da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) mostra que o preço dos produtos importados está caindo desde o começo do ano, principalmente os de bens de capital e bens duráveis. 
 
“Se a crise lá fora piorar, é natural que os produtos industrializados cheguem ao Brasil ainda mais baratos”, diz Rodrigo Branco, economista da Funcex. Antes que esse quadro se torne realidade, os empresários pleiteiam algumas soluções para continuar reduzindo o nível de produtos encalhados. Os fabricantes de caminhões, por exemplo, que tiveram a seu favor a isenção de IPI desde 2009, e os juros subsidiados do BNDES para a compra de bens de capital, desde abril deste ano continuam com pátios lotados. Além da desaceleração econômica, a troca do padrão dos motores, de Euro 3 para Euro 5, em janeiro, dificultou a vida das montadoras. Os primeiros meses de 2012 serviram apenas para desovar a produção antiga. 
 
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Annette Reeves de Castro, da Esmaltec Eletrodomésticos: "enquanto
o desemprego estiver baixo, o cenário é positivo".
 
Os fabricantes começaram o ano com mercadorias estocadas para 60 dias, reduziram para 45, mas ainda não chegaram aos 30 dias considerados ideais. “O governo precisa estimular o financiamento de caminhões usados para girar esse mercado e destravar os novos”, afirma Antonio Roberto Cortes, presidente da MAN. O setor têxtil, o mais estocado, segundo o levantamento da FGV, também pressiona o governo por medidas específicas. O alvo são os produtos importados. “Após dois anos de queda da produção, estamos pedindo a adoção de salvaguardas”, afirma Alfredo Bonduki, presidente do Sindicato da Indústria Têxtil de São Paulo (Sinditêxtil-SP). O diretor da fabricante de tecidos Savyon, Renato Bitter, concorda. “Os chineses estão queimando estoque no Brasil”, afirma Bitter, que já se cansou de ver pequenos importadores se instalarem no bairro do Bom Retiro, reduto de confecções, inundando a cidade com produtos chineses. 
 
A empresa, que faturou R$ 38 milhões em 2011, trabalha com fios armazenados para 40 dias de produção, mas houve momentos, ao longo do primeiro semestre, em que os insumos eram suficientes para 60 dias. “Se a gente conseguir empatar com 2011 já será lucro”, diz o executivo. O pessimismo, porém, está com seus dias contados. Os resultados da produção industrial, divulgados pelo IBGE na quarta-feira 1º, mostram uma retomada de 0,2% em junho. “É uma virada depois de ter crescimento negativo durante vários meses”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, logo após o anúncio do IBGE. No mesmo dia, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) publicou um relatório intitulado “Indústria – Sinais Favoráveis”, que corrobora essa visão. “A variação da produção industrial é promissora”, diz o texto.

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Respostas a este tópico

Convites, .... flores....... dedicação de amor...... Fraternidade........ mas ....

SOMOS VCS ( ARGENTINA ) AMANHÃ....

O + ENGRAÇADO...O GOVERNO LIBERA  DINHEIRO PARA PRODUZIR, E DEIXA A PORTEIRA ABERTA PARA O IMPORTADO....O QUE É MAIS FÁCIL? PRODUZIR??? OU IMPORTAR ( CONTRABANDEAR ) ???? SEM FALAR NA PIRATARIA!!!

 

GEORGES LOUIS

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