Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Grandes lojas (âncoras de shopping centers), têm preferido o produto importado

Indústria de confecção cearense é um dos segmentos que também vem sofrendo as consequências

A retração do setor têxtil cearense, que, no ano passado, apresentou queda de 25,16% na produção industrial, provocou um efeito dominó em outros segmentos agregados. É o caso da indústria de confecção do Estado, uma das principais do País, que também se comportou negativamente com recuo de 11,59% no mesmo indicador. Os dados são do Informe nº 25, do Desempenho da Economia Cearense em 2011, produzido e divulgado neste mês pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Confecções do Ceará (Sindconfecções), Marcus Vinicius Rocha Silva, a situação começou a piorar no último quadriênio. "Eu julgo que a perda de produção no setor tenha sido algo entre 20% e 30% nesses últimos quatro anos", avalia.

Indústria de confecção cearense é um dos segmentos que também vem sofrendo as consequências

A retração do setor têxtil cearense, que, no ano passado, apresentou queda de 25,16% na produção industrial, provocou um efeito dominó em outros segmentos agregados. É o caso da indústria de confecção do Estado, uma das principais do País, que também se comportou negativamente com recuo de 11,59% no mesmo indicador. Os dados são do Informe nº 25, do Desempenho da Economia Cearense em 2011, produzido e divulgado neste mês pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Confecções do Ceará (Sindconfecções), Marcus Vinicius Rocha Silva, a situação começou a piorar no último quadriênio. "Eu julgo que a perda de produção no setor tenha sido algo entre 20% e 30% nesses últimos quatro anos", avalia.

Menos postos de trabalho

Conforme o órgão, nunca antes houve um impacto tão forte em todos os setores interligados. "No Ceará, a cadeia têxtil e de confecções emprega 110 mil pessoas. Mas, nos últimos anos, cerca de 20 mil postos de trabalho foram perdidos em sua composição. São lavanderias, produtores de etiquetas, elástico, zíper: todo mundo sai prejudicado em um comportamento inédito".

Vendas decrescentes

Segundo ele, as vendas do segmento estão decrescentes por conta de um série de fatores. Mas basicamente quatro elementos são os principais agentes desse fenômeno: carga tributária elevada, valorização do real no câmbio, juros altos; e infraestrutura de transportes deficiente e cara. Uma das consequências tem sido a preferência das grandes lojas de magazine (âncoras de shopping centers), pelo produto importado. "Há lojas em que até 68% de seus itens são de fora do País, principalmente da China e Índia. Isso tem prejudicado bastante os produtores cearenses e nacionais", comenta.

Conforme o Sindconfecções, a prática de comprar do exterior por parte dessas grandes redes não é nova, porém tem se intensificado nos últimos anos. "Em 2011, esse fenômeno ganhou corpo e se consolidou. São demandas muito grandes que eles fazem. Logo deixam de comprar aqui. Isso é péssimo para a indústria local. A China é o nosso grande câncer", afirma Marcus, reconhecendo, ao mesmo tempo, que o problema mais agudo não está fora do Brasil.

"Produzir no Brasil é caro"

"O problema não são eles que são muito baratos. Somos nós é que somos muito caros. O valor final de um item de vestuário aqui no País sai entre 30% e 50% mais alto do que o mesmo produzido pelos chineses", corrobora.

Na opinião dele, em se tratando da indústria de confecções do Ceará ainda há outro agravante. "Nós também estamos concorrendo com outros estados brasileiros: Pernambuco, Minas Gerais e Goiás. A solução passa por redução da carga tributária tanto do governo federal quanto na esfera estadual", recorre.

Ações possíveis

Marcus afirma que, em busca de competitividade, os empresários estão tentando melhorar a produtividade e procurando inovar ao colocar marcas próprias. Contudo, na visão dele, a indústria não tem como resolver sozinha esse problema.

"Nós (indústria de confecções do Estado) já fomos uma referência em âmbito nacional. É preciso que o governo crie as mesmas barreiras para as mercadorias que vêm de fora. Aqui, tem que ser aplicado o mesmo sistema de tributação para o que vem da China", sugere.

ILO SANTIAGO JÚNIOR

Menos postos de trabalho

Conforme o órgão, nunca antes houve um impacto tão forte em todos os setores interligados. "No Ceará, a cadeia têxtil e de confecções emprega 110 mil pessoas. Mas, nos últimos anos, cerca de 20 mil postos de trabalho foram perdidos em sua composição. São lavanderias, produtores de etiquetas, elástico, zíper: todo mundo sai prejudicado em um comportamento inédito".

Vendas decrescentes

Segundo ele, as vendas do segmento estão decrescentes por conta de um série de fatores. Mas basicamente quatro elementos são os principais agentes desse fenômeno: carga tributária elevada, valorização do real no câmbio, juros altos; e infraestrutura de transportes deficiente e cara. Uma das consequências tem sido a preferência das grandes lojas de magazine (âncoras de shopping centers), pelo produto importado. "Há lojas em que até 68% de seus itens são de fora do País, principalmente da China e Índia. Isso tem prejudicado bastante os produtores cearenses e nacionais", comenta.

Conforme o Sindconfecções, a prática de comprar do exterior por parte dessas grandes redes não é nova, porém tem se intensificado nos últimos anos. "Em 2011, esse fenômeno ganhou corpo e se consolidou. São demandas muito grandes que eles fazem. Logo deixam de comprar aqui. Isso é péssimo para a indústria local. A China é o nosso grande câncer", afirma Marcus, reconhecendo, ao mesmo tempo, que o problema mais agudo não está fora do Brasil.

"Produzir no Brasil é caro"

"O problema não são eles que são muito baratos. Somos nós é que somos muito caros. O valor final de um item de vestuário aqui no País sai entre 30% e 50% mais alto do que o mesmo produzido pelos chineses", corrobora.

Na opinião dele, em se tratando da indústria de confecções do Ceará ainda há outro agravante. "Nós também estamos concorrendo com outros estados brasileiros: Pernambuco, Minas Gerais e Goiás. A solução passa por redução da carga tributária tanto do governo federal quanto na esfera estadual", recorre.

Ações possíveis

Marcus afirma que, em busca de competitividade, os empresários estão tentando melhorar a produtividade e procurando inovar ao colocar marcas próprias. Contudo, na visão dele, a indústria não tem como resolver sozinha esse problema.

"Nós (indústria de confecções do Estado) já fomos uma referência em âmbito nacional. É preciso que o governo crie as mesmas barreiras para as mercadorias que vêm de fora. Aqui, tem que ser aplicado o mesmo sistema de tributação para o que vem da China", sugere.

ILO SANTIAGO JÚNIOR

Fonte:|http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1119063

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