Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Riachuelo cria instituto para desenvolver a cadeia produtiva do Nordeste

Com mais de 70 anos de história, a companhia abre um espaço exclusivo para iniciativas de desenvolvimento social e econômico na região do Rio Grande do Norte, berço da produção da marca.

 (Foto: Divulgação)

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A moda sempre contou história, é através dela que conseguimos entender boa parte dos hábitos e acontecimentos de uma época – quem não consegue identificar os anos 80 apenas pelos looks? E, de moda a Riachuelo entende: mais do que seguir tendências, a marca segue pessoas, inspirando cada uma a fazer a sua própria moda, do seu jeito.

Não à toa, está presente no país há mais de 70 anos e, desde de então, tem contado também a sua história. E hoje, ela acaba de ganhar um novo capítulo: a criação, lá no Rio Grande do Norte, do Instituto Riachuelo, um dos braços da área de Sustentabilidade, o Moda que Transforma.

Por lá, diversos projetos contam com o apoio e a integração da marca, impactando cerca de 150 pequenos e médios empreendedores e mais de quatro mil pessoas no sertão nordestino.

As iniciativas são muitas e cada uma delas tem como principal objetivo promover o desenvolvimento econômico e social da região, com destaque para o Rio Grande do Norte, berço da companhia e onde tudo começou com o empresário e fundador Nevaldo Rocha. “O retorno que uma marca tem que dar para a sociedade são os movimentos sociais. Todos os envolvidos precisam ser beneficiados. Toda companhia deveria olhar com seriedade para as comunidades ao seu redor. Algo que sempre fizemos. No caso da Riachuelo, existe uma retribuição do Rio Grande do Norte. Sabemos que somos presentes no Estado, sempre acolhemos os moradores. A alegria do meu avô Nevaldo era gerar emprego. Ele sempre nos passou o valor da geração de emprego. O Instituto nasce com a missão de ajudar a transformar vidas através do aprendizado, geração de trabalho e renda”, conta Marcella Kanner, head de Comunicação Corporativa e de Marca da Riachuelo e Diretora do Instituto Riachuelo.

No momento, a organização está estruturada para atender seis grandes pilares: as oficinas de costuras, o bordado do sertão de Caicó, o artesanato potiguar em peças de cerâmica e a circularidade das peças na cadeia produtiva. Além disso, o Instituto também atua com o algodão agroecológico, uma matéria-prima que tem ganhado cada vez mais espaço nas empresas que desejam trabalhar de forma mais sustentável.

Instituto Riachuelo: a história de um sonho
O desejo de criar o Instituto Riachuelo sempre foi um desejo da marca. “Em junho do ano passado, nós perdemos o meu avô. Então, pensamos que a hora era agora”, conta Marcella. A conexão de Nevaldo com o sertão nordestino sempre foi muito presente em sua vida, já que ele nasceu na região. De origem humilde, o fundador sempre juntou suas moedinhas. Aos 12 anos resolveu ir para Natal, pois não existia oportunidade no sertão. A ideia era dar uma vida digna para a família. Mas, a conexão com o local o seguiu por toda a vida. Em 2013, a marca iniciou sua parceria com o Pró-Sertão, abrindo portas para homens e mulheres atuarem no meio da costura. A região, então, se tornou um espaço de geração de empregos e oportunidades. O Instituto chega como braço para aprimorar a capacitação empreendedora dos moradores. “Se através do Instituto a gente começar a capacitar as pessoas, a região pode se tornar um grande polo têxtil”, relata Marcella, que diz ainda que pretende levar o projeto para mais regiões do Brasil.

O Pró-Sertão como lar das oficinas de costuras
Criado em 2013 pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do estado em parceria com a Federação das Indústrias (FIERN) e SEBRAE/RN, o Pró-Sertão é um programa de incentivo de geração de emprego no semiárido Rio Grande do Norte e abrange 20 cidades do interior do estado. A ideia por trás do projeto é interiorizar a indústria têxtil e contribuir para a geração de emprego em regiões com baixo desenvolvimento econômico.

Por acreditar que a indústria têxtil tem grande potencial para o desenvolvimento da região, a Riachuelo aderiu ao Pró-Sertão por ter a certeza de que as condições de trabalho são seguras e humanas. Tanto que, periodicamente, é feita uma auditoria que assegura o cumprimento das leis trabalhistas. Os resultados de todos os esforços da marca não poderiam ser mais positivos: atualmente são mais de 78 oficinas de costuras que atendem o Grupo Guararapes, controladora das lojas Riachuelo, e dois mil e duzentos empregos diretos, beneficiando indiretamente aproximadamente 50 mil pessoas. “90% das carteiras assinadas deste programa, eram a primeira oportunidade de um trabalho formal dessas pessoas. Se tralharmos a capacitação desses moradores, eles se fortalecem e passam a se tornar um elo muito forte dessa cadeia. Nosso sonho é tornar a região um grande polo têxtil, que trabalhe para as grandes marcas brasileiras, relata Marcella. 

Ela conta ainda que a transformação da região já pode ser vista: hoje os galpões estão muito maiores, a região já vendeu 20 mil motos, o que mostra o crescimento aquisitivo das pessoas. “Isso tudo foi possível graças a geração de oportunidades. Até o índice de divórcio da região aumentou, isso significa que as mulheres, agora mais independentes, estão saindo de relacionamentos abusivos. Uma vez que você dá chance para a pessoas, elas enxergam no sertão planos para o futuro. É uma mudança enorme”, conta. 

Para somar ao programa, o Instituto Riachuelo irá ensinar os profissionais do Pró-Sertão a sistematizar operações, instruindo cada um tanto no processo produtivo, quanto na gestão de pessoas e financeira.

Bordados do sertão do Caicó: a preservação da cultura brasileira
Tradicionais na região nordeste e presentes na vida dos moradores há mais de cem anos, os bordados do sertão do Caicó são um patrimônio da cultura brasileira. Antes da chegada do Instituto Riachuelo, já existia a preocupação de preservar essa tradição. Isso porque a organização irá auxiliar a manter a alta qualidade dos produtos, a incentivar grupos a fabricar novas peças que atendam as demandas do mercado têxtil, além de apoiar na operação e na logística das peças.

Os valiosos artesanatos potiguares em cerâmica
A região do sertão possui um vasto conhecimento sobre a cultura das peças de cerâmica, não à toa são bastante conhecidas na região. Aqui, o Instituto vai ajudar a aproximar os artesãos à potenciais compradores, além de auxiliar na produção e na divulgação das peças.

 (Foto: Divulgação)

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A sustentabilidade do algodão agroecológico
Em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Emprapa), o Instituto Riachuelo, visando o desenvolvimento local sustentável, tem promovido a produção do algodão agroecológico na região do Seridó, no sertão do Rio Grande do Norte. Mas, o que é o algodão agroecológico? Ele é cultivado em consórcios alimentares, sem agroquímicos, além disso, ao longo do manejo produtivo, os recursos hídricos, o ar e a nutrição do solo são usados sempre de forma sustentável. E não é só: o algodão agroecológico também incentiva a agricultura familiar, uma vez que o plantio é intercalado com a produção de outras culturas que ajudam a trazer seguranca alimentar para as familias como o milho, o gergelim, o feijão e a palma. O excedente dessa produção pode ser vendido, ajudando na renda das famílias da região.

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A importância da circularidade das peças na cadeia produtiva
Mais do que estar presente nas araras e nas prateleiras, a Riachuelo também se preocupa com as peças que saem de lá. Por isso, a marca firmou uma parceria com a Liga Solidária – uma organização sem fins lucrativos que trabalha dia após dia para resgatar a dignidade e a autonomia de pessoas socialmente vulneráveis. A ideia é garantir a sustentabilidade da produção – do início ao fim – do maior número de peças possíveis. Por isso, a marca, junto a ONG, colocou coletores em mais de 96 lojas da Riachuelo na cidade de São Paulo e no interior do Estado para dar novos destinos as peças de roupa, beneficiando cerca de 13 mil crianças, jovens, adultos e idosos em situação de alta vulnerabilidade social.

Riachuelo acredita no futuro empreendedor dos jovens
O Instituto Riachuelo acredita no potencial que os jovens da região do Rio Grande do Norte possuem e, por isso, se uniu ao Junior Achievement, uma das maiores organizações sociais incentivadoras de jovens do mundo, para oferecer nos municípios onde há oficinas de costura – a maioria localizada no Seridó – formação sobre empreendedorismo e educação financeira voltada para crianças e adolescentes, permitindo assim, novas possibilidades e formas de crescerem profissionalmente.

A ideia é ofertar palestras curtas nas escolas públicas de Ensino Fundamental sobre temas como a variedade de profissões e categorias dentro das empresas, e também dicas de como divulgar um produto e calcular os preços de custo e venda. Já as aulas para os jovens do Ensino Médio irão ensinar a elaborar um bom currículo, a simular entrevistas de emprego, além de mostrar como controlar as despesas e a usar o cartão de crédito de forma consciente. A expectativa é impactar 18 mil jovens ao longo de dois anos. “O nosso trabalho é plantar uma sementinha para despertar o interesse da criança e ir acompanhando, com uma educação continuada. Nas cidades que possuírem Ensino Médio, também planejamos implementar o projeto ‘Miniempresa’, que é mais completo, com quatro meses de duração, para que os secundaristas realizem na prática tudo o que é relacionado a uma empresa de verdade: logística de produção, marketing, RH e financeiro”, destaca André Sudário, presidente do conselho da Junior Achievement Rio Grande do Norte (JARN).

Prevista para começar no início deste mês, as palestras e oficinas de ensino vão contar com colaboração de voluntários para desenvolver as tarefas. O objetivo dessa empreitada é impulsionar as chances dos jovens de participarem ativamente do mercado de trabalho como também ajudar na economia local e familiar. “Quando a gente construiu a missão do Instituto Riachuelo, com a ideia de trabalhar para transformar vidas através da geração de trabalho e renda, nós também tivemos vontade de olhar para o jovem, para a capacitação dele.Quando você capacita um jovem, ele leva o conhecimento para casa, ajudando no planejamento do orçamento familiar”, conta Marcella.

G.Lab para Riachuelo

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Matéria espetacular - Parabéns RIACHUELO !!!

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