Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI


Criar um fenômeno comercial tão grande como o São Paulo Fashion Week não é para qualquer um. O maior evento de moda do país - e também um dos cinco mais importantes do mundo -, completa quinze anos de muita história em 2011.


Paulo Borges, diretor criativo da empresa Luminosidade organizador das duas edições anuais do SPFW, relata que em 1996 a moda já era considerada forte, porém, mal distribuída. Diante das controvérsias com o Phytoervas Fashion, Borges se desligou do evento e criou o Morumbi Fashion Brasil em parceria com o Morumbi Shopping, nome usado até a 10ª edição em 2001 quando então foi instituído “São Paulo Fashion Week (SPFW)”.


O COMEÇO: MORUMBI FASHION BRASIL

Reunindo grandes nomes como Reinaldo Lourenço, Glória Coelho e Lino Villaventura – que até hoje participam do line up do SPFW –, o Morumbi Fashion Brasil surgiu com o intuito de lançar as tendências para o verão 1997. Esse foi realizado debaixo das marquises do Parque do Ibirapuera em cinco dias de desfiles, nos quais 31 marcas apresentaram coleções de pret-à-porter feminino, além de lançamentos em moda masculina, praia e infantil.

Ao longo das 2ª, 3ª e 4ª edições, os locais dos desfiles foram mudando, passando a ser na Fundação Bienal, Pavilhão de Artes da Manuel da Nóbrega e no Pavilhão Bienal de São Paulo, respectivamente. O orçamento inaugural de 600 mil reais passou a ser de 1,5 milhões e as visitas aumentam continuamente.

Em 1999, o E! Entertainment Television cobriu o evento, fato que atraiu a presença de críticos, jornalistas e admiradores internacionais da moda. Modelos como a inglesa Kate Moss se juntaram à Gisele Bündchen nas passarelas, para o desfile da temporada inverno 2000 do Morumbi Fashion Brasil. O evento se tornava cada vez mais influente na cultura de moda que o país mal começava a descobrir. Com isso, as técnicas brasileiras de produção na fiação, tecelagem e estamparia cresceram a fim de atender a demanda do mercado.

Na coleção Verão 2001, a Swarovsky trouxe de Nova Iorque peças cheias de ornamentos feitos com pedrarias, as quais foram criadas por Dolce & Gabbana, Alexander McQueen e Viviane Westwood. Essas foram expostas pela coleção de alta costura da “Swarovsky Crystal Couture”, provando o status que o Morumbi Fashion Brasil adquirira no exterior.

MORUMBI FASHION BRASIL PARA SÃO PAULO FASHION WEEK

O São Paulo Fashion Week surge com o objetivo de organizar e fortalecer a produção e o setor de moda do Brasil, que na época era mal distribuído. Juntar a indústria da fiação, da tecelagem, da estamparia e assim criar um vínculo delas em parceria com o estilista e os lançadores de tendências, era a principal preocupação que precisava se acertada e organizada.

Como não havia o envolvimento dos setores, os produtos eram mal elaborados e mal controlados, fazendo com que o departamento de moda brasileiro ficasse muito fechado, não abrangendo e não conseguindo chamar a atenção no exterior.

Começando a se envolver e a decidir juntos, que rumo a moda tomaria no Brasil, os estilistas conseguem estabilizar e fazer ela ser mais acessível, começando assim, a abrir o mercado nacional e internacional, valorizando e reconhecendo as marcas brasileiras.

“A partir dos anos 80, com essa valorização das etiquetas, estilistas começando a virar celebridades, a moda foi tomando um glamour acessível às pessoas, não eram só as divas de Hollywood que tinham o glamour da moda nem a alta costura. O prêt-à-porter fez com que a moda ficasse acessível às pessoas em geral.” Gloria Kalil.

É neste contexto que a mudança acontece. Na 10ª edição, Paulo Borges se desliga do Morumbi Shopping. Com 72 mil visitantes – quase o triplo da primeira edição – com investimentos de 4 milhões e reconhecido internacionalmente, oSão Paulo Fashion Week se torna uma das cinco maiores semanas de moda do mundo, tendo como endereço permanente a Bienal em São Paulo.


SÃO PAULO FASHION WEEK HOJE


Apesar dos comentários que o SPFW estaria perdendo influência no cenário internacional nos desfiles das coleções de Inverno de 2002, o evento voltou a crescer chegando a 120 mil visitantes nos cinco dias de desfiles da 17ª edição.

As celebridades, como atores brasileiros e internacionais – Ashton Kutcher e Paris Hilton – e modelos mundialmente famosas como Gisele Bündchen, Naomi Campbell, Alessandra Ambrósio e Raquel Zimmerman passam a desfilar e consequentemente atraem a atenção do público expandindo as marcas. A estratégia funcionou e é usada até hoje nos desfiles.

Lançando tendências ano após ano, os desfiles já revelaram peças que se tornaram fundamentais e coringas no guardas roupas. A edição de inverno de 2007 é um exemplo disso, pois apresentou mulheres com looks masculinos revelando a tendência de alfaiataria, o balonê em seguida, a cintura alta, e mais recentemente a prospecção do “nude ser o novo preto” e o estilo rock´n roll que milhões de pessoas seguem e usam.

Estilistas como Ricardo Almeida, Reinaldo Lourenço, Glória Coelho, Alexandre Herchcovitch, Ronaldo Fraga e Tufi Duek cresceram e fizeram história junto ao evento, apresentando suas coleções de inverno e de verão, que acontecem respectivamente em janeiro e junho.
Além de ser uma referência no mundo da moda, o São Paulo Fashion Week também tem uma importância social e econômica para o país. O evento já realizou campanhas de combate à fome, AIDS, reciclagem do lixo, educação e do câncer de mama, por exemplo. Ele também movimenta uma grande quantia de investimentos - milhares de turistas desembarcam em São Paulo para prestigiar o evento, sem contar os trabalhadores envolvidos na criação de peças e realização do evento. Aproximadamente 2000 profissionais fazem a cobertura jornalística dos cerca de 40 desfiles que acontecem por temporada.

Para Ronaldo Fraga “A moda é o documento mais eficiente do nosso tempo”. Sendo assim, as tendências mudam de acordo com a cultura e a história que estão inseridas em determinado período. O futuro da moda é decidido por fatos, sentimentos, emoções e acima de tudo por pessoas, que conseguem transformar elementos substanciais em peças concretas e comunicadoras.

E que caminho deve tomar a moda? Sempre o novo, o irreverente, mostrando que além de entretenimento e trajes, ela é cultura, meio de expressão e um segmento de mercado que emprega 1,7 milhões de brasileiros, participando com 4,5% no PIB do país representado pela indústria têxtil.
Fonte:|http://www.portaisdamoda.com.br/noticiaInt~id~23653~n~sao+paulo+fas...

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