Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Santa Catarina se torna líder nacional em vestuário com R$ 6,6 bilhões em valor da transformação industrial

Setor de vestuário de SC é líder nacional
Setor de vestuário de SC é líder nacional Foto: Patrick Rodrigues, BD

Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre a evolução da produção industrial brasileira na década entre os biênios 2007/2008 e 2017/2018 concluiu que Santa Catarina superou São Paulo e se tornou líder nacional em produção de vestuário e acessório. Em 2018, o Estado alcançou R$ 6,6 bilhão em valor da transformação industrial (VTI) e respondeu por 26,7% da produção nacional, enquanto São Paulo obteve R$ 5,5 bilhões, o equivalente a 22,57% do total feito no país. Em 2008, São Paulo alcançou R$ 4,1 bilhões no valor de transformação e Santa Catarina, R$ 2,5 bilhões. O estudo é baseado em dados do IBGE.

Esse avanço das confecções em Santa Catarina foi citado pela CNI como um dos exemplos da desconcentração da produção industrial no país nos 10 anos até 2018. A Região Sul foi a que mais avançou no país, com alta de 2,46 ponto percentual na participação industrial no período, seguida pelo Nordeste, com crescimento de 2,06 ponto percentual, Norte 1,66 e Centro-Oeste 1,48. A única queda ocorreu na Região Sudeste, com 7,66 ponto percentual.

Essa análise inclui os quatro setores da indústria: extrativa, transformação, construção e serviços industriais de utilidade pública. Na indústria de transformação, Santa Catarina conseguiu superar o Rio de Janeiro e ficou em quinto lugar no ranking nacional. São Paulo seguiu na liderança com 38,14%, seguido por Minas Gerais (10,10%), Rio Grande do Sul (8,51%), Paraná (8,15%) e Santa Catarina (6,63%).

O setor têxtil e de vestuário integra a indústria de transformação. Após SC e São Paulo, em terceiro lugar ficou o Rio de Janeiro com 11,30% da produção, seguido por Minas Gerais e Paraná.

Em Santa Catarina, o setor têxtil, de confecções, couro e calçados é o maior empregador da indústria e o segundo em número de estabelecimentos. Segundo registros da última RAIS, a Relação Anual de Informações Sociais de 2019, ele oferecia 170.962 empregos diretos, o equivalente a 21,2% das vagas na indústria de SC.

Conforme apuração do Observatório Fiesc, o setor contava com 9.140 empresas que exportaram US$ 226 milhões, importaram US$ 1,3 bilhão e somaram R$ 26 bilhões em valor bruto da produção industrial, o equivalente a 15,8%, conforme pesquisa do IBGE de 2018.

A remuneração média do setor, em 2019, era de R$ 2.051 enquanto a média da indústria era de R$ 2.435. O setor de vestuário é altamente empregador em Santa Catarina porque está presente em boa parte dos municípios com polos específicos, além disso conta com uma série de facções, que são empresas prestadoras de serviços.

Essa indústria conta, também, com uma série de fornecedores como fabricantes de matérias-primas, equipamentos, logística e outros serviços. Lideranças do setor estimavam que, anos atrás, essa cadeia produtiva no Estado gerava perto de 300 mil empregos diretos.

Com a pandemia, diversas empresas tiveram que parar a produção porque as vendas caíram, especialmente as de grandes redes varejistas. Mas, com o dólar alto, teve também mais pedidos do mercado interno porque muitas empresas varejistas preferiram não correr o risco de importar.

Por Estela Benetti

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