Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A atividade industrial foi o que mais demitiu em maio, ante o mesmo mês de 2010, com queda de 14,48

 

A indústria de vestuário cearense enfrenta dificuldades, segundo os indicadores do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi) da Fiec, apresentados ontem. Entre os meses de abril e maio, o segmento teve suas vendas reduzidas em 33,11%. Em comparação a maio de 2010, a queda foi ainda maior: 45,73%.

Para o presidente do Sindicato da Indústria Têxtil do Ceará, Ivan Bezerra Filho, o resultado deve ser atribuído a uma somatória de fatores: política de retração de crédito, aumento do preço das commodities, dólar enfraquecido e incentivos fiscais para importações chinesas.
Alta de commodities

O algodão, por exemplo, esteve até 300% mais valorizado em janeiro e fevereiro, em relação ao ano passado, e “as roupas estão mais caras e isso já é motivo suficiente para reduzir as vendas para o mercado interno.

Contudo, as pessoas também estão endividadas, evitando comprar, porque os juros estão mais altos”, explica Bezerra Filho.

Como se não bastasse, o dólar baixo refletiu no aumento das importações, sobretudo do mercado asiático, que deixou de vender potencialmente para os Estados Unidos e a Europa, e concentrou suas mercadorias para o Brasil.

“Hoje, o País dá mais vantagens aos importadores, que aos produtores”, ressalta o presidente do Sinditêxtil.


Calçados

A indústria de calçados também tem sofrido com o câmbio barato. De acordo com os resultados do Indi, as vendas caíram 12,59% em maio, ante ao mês anterior, e 15,21% comparadas a maio de 2010.

O resultado geral das vendas de todos os segmentos da indústria de transformação também foi negativo, com uma baixa de 1,5% em maio. Com semelhante resultado negativo, seguem os números referentes ao total de pessoal empregado na indústria. O decréscimo em maio, em comparação com abril, foi de 1,08%. Nos cinco primeiros meses do ano, a variável acumulou diminuição de 4,42%.

Já em relação a 2010, a queda foi de 5,65%. De acordo com a pesquisa do Indi, o resultado é explicado pelo baixo índice de utilização da capacidade instalada apresentado durante todo o ano de 2010. Porém, os custos elevados das demissões fazem com que as empresas só dispensem mão-de-obra após meses de diminuição na produção.


Demissões

O segmento de vestuário foi o que mais demitiu em maio, em relação a 2010 (-14,48%), seguidos dos segmentos de calçados (-7,37%), químico (-4,70%) e produtos alimentares (-2,28%). “A demissão é consequência. É preciso ajustar a empresa para um novo tamanho de produção. Não é possível continuar produzindo muito e vendendo pouco. A conta não bate”, finaliza Ivan Bezerra Filho.


Na economia
Afirma que setor está perdendo espaço

Segundo avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a indústria está perdendo espaço na economia brasileira. Ao longo dos últimos anos, o setor reduziu a participação no Produto Interno Bruto (PIB), no emprego e nas exportações. Para o diretor executivo da instituição, José Augusto Fernandes, os instrumentos para frear esse processo estão nas mãos do governo e do Congresso.

Fernandes destaca que é preciso investir na qualidade da educação e na inovação, aperfeiçoar a política macroeconômica garantindo maior controle dos gastos públicos e melhorar os mecanismos de defesa e negociação comercial. Para ele, vários fatores contribuem para a perda de espaço da indústria.

Questões macroeconômicas, como a instabilidade econômica dos anos 80 e do início dos 90, o novo padrão de crescimento global e a recente política econômica – que acelerou os gastos públicos, aumentou os juros e fortaleceu o real – contribuíram para a perda de participação da indústria na economia. Fatores estruturais, como o aumento da terceirização, a alta do custo de produção e o crescimento das despesas das famílias, como o de telecomunicações, que subtrai renda para gastos com outros produtos.


Quedas

Dados da CNI mostram que a participação da indústria no PIB brasileiro caiu de 35,9% em 1984 para 15,8% no ano passado. O setor que foi responsável por 30,6% de todos os postos de trabalho no país em 1985 hoje emprega apenas 17,4% do contingente de trabalhadores. As exportações industriais, que representavam 60,8% em 1993, hoje participam com 39,4% do total de bens e serviços vendidos ao exterior.
FONTE: DIARIO DO NORDESTE

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