"As empresas hoje, todas que operam com efluentes industriais, estão operando irregularmente porque não poderiam lançar esse tratamento em rede sem fazer um tratamento completo, ou, em alguns casos, pelo menos o pré-tratamento", disse o promotor Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema) Ivan Carneiro.
Rio Quilombo (Foto: Reprodução / EPTV)
Acordo
Na década de 80, as empresas do setor têxtil ajudaram a construir a Carioba e ganharam, por lei, o direito de mandar todo o esgoto sem tratamento para lá. Contudo, desde então a estação não aumentou enquanto a quantidade de efluentes, sim. Pelas regras, se a estrutura não tivesse capacidade de tratar os resíduos, as indústrias deveriam parar de enviá-los.
Atualmente, cerca de 60% dos resíduos que chegam na Carioba são industriais. A incapacidade de tratar todo o esgoto, mais a poluição que já vem de Hortolândia e Sumaré, têm consequência diretas ao Rio Quilombo, que leva mau cheiro e sujeira por onde passa em Americana. "Eu passo aqui tampando o nariz", disse a diarista Geanete Alves.
Indústrias respondem
Segundo o presidente do sindicato das indústrias, Dilézio Ciamarro, as empresas não tem espaço ou recursos para tratar os efluentes. "A eficiência com esta estação que o Dae (Departamento de Água e Esgoto de Americana) implementou não foi atingida e agora está sendo construída uma nova para adequar aos artigos e atender a Cetesb", disse ele.
O promotor questiona as informações do sindicato. "Havia condições de as empresas já terem resolvido, especialmente 13 delas entre as 37, que são de grande porte possuem espaço para tratamento próprio. O Ministério Público não pode aceitar que o meio ambiente continue a pagar essa conta", afirmou Carneiro.
Cetesb e Dae
A EPTV, afiliada da TV Globo, procurou o Dae de Americana, para saber o que vai ser feito, mas não teve retorno. A Cetesb também não respondeu se as indústrias vão ser multadas por despejar os resíduos sem as licenças.
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/10/sem-tratar-e...