Investigadores da Universidade de Buffalo, nos EUA, desenvolveram um têxtil eletrónico que imita a pele humana, com potencial para revolucionar próteses, cirurgias robóticas e a colaborações entre seres humanos e máquinas.

Vashin Gautham, Ehsan Esfahani e Jun Liu [©University at Buffalo-Meredith Forrest Kulwicki]

Publicado na revista científica Nature Communications, o estudo, intitulado “Slip-actuated bionic tactile sensing system with dynamic DC generator integrated E-textile for dexterous robotic manipulation”, descreve a tecnologia têxtil desenvolvida, capaz de reproduzir a forma como os nervos das mãos humanas sentem a pressão e o deslizamento ao agarrar objetos.

Segundo Vashin Gautham, primeiro autor do estudo, o sensor «funciona como a pele humana – é flexível, altamente sensível e capaz de detetar não apenas pressão, mas também deslizamentos e movimentos subtis de objetos. É como dar às máquinas um sentido real de toque e preensão, e essa inovação pode transformar a forma como os robôs, próteses e sistemas de interação ser humano-máquina interagem com o mundo ao seu redor».

Para testar a tecnologia, a equipa integrou o sistema em dedos robóticos impressos em 3D, ligados a uma pinça robótica. Os sensores permitiram que a pinça ajustasse automaticamente a força de preensão quando um objeto começava a escorregar, imitando o comportamento da mão humana.

Jun Liu, professor assistente do Departamento de Engenharia Mecânica e Aeroespacial da Universidade de Buffalo e coautor do estudo, sublinha que a tecnologia «pode ser usada em tarefas de fabrico, como montagem e embalagem de produtos – basicamente qualquer situação em que humanos e robôs colaboram».

O mecanismo funciona através do efeito triboelétrico, em que o atrito entre dois materiais gera eletricidade de corrente contínua, acionando a resposta do sensor. O tempo de reação registado varia entre 0,76 e 38 milissegundos, traduzindo um desempenho equivalente ao dos recetores táteis humanos, que reagem entre 1 e 50 milissegundos.

De acordo com Ehsan Esfahani, professor associado do Departamento de Engenharia Mecânica e Aeroespacial da Universidade de Buffalo e coautor do estudo, este sensor representa o «componente que faltava para que as mãos robóticas se aproximassem ainda mais do funcionamento de uma mão humana».

A equipa de investigação está a planear testes adicionais ao sistema de deteção, incluindo a integração de uma forma de inteligência artificial conhecida como «reinforcement learning», que poderá melhorar ainda mais a destreza do robô.

https://portugaltextil.com/sensor-textil-simula-tato-humano/

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