Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Setor de Moda e Confecções Gera 7,7 mil Empregos por Ano

A designer Nea Santtana imprime a cultura baiana em suas peças

Soja, gado,  café, petróleo, minério de ferro,  veículos. São estas algumas das principais mercadorias produzidas no País. Mas nem só de agropecuária e indústria automobilística vive a economia brasileira. Áreas menores de mercado movimentam grandes volumes de capital, como o setor de moda e confecções, que fechou 2012 com um balanço de mais de R$ 56 bilhões, gerando cerca de 400 mil empregos a cada ano, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Indústria Têxtil (Abit).

De acordo com a Pesquisa Industrial Anual (PIA), divulgada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),  a Bahia ocupa o quarto lugar no ranking de estados nordestinos com oferta de empregos na área, disponibilizando em média 7,7 mil postos de trabalho somente no mercado de confecções por ano. Mas, segundo dados do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), esse número pode ser maior: o potencial de empregos no Estado é de mais de 30 mil vagas.

Investimentos e dificuldades - O cenário e a indústria de moda baianos são fortalecidos por projetos  de incentivo realizados por órgãos como Sebrae e Senac. Ana Rita de Andrade, coordenadora do Núcleo de Moda do Senac-Bahia e responsável pelo Bahia Moda Design, evento responsável por revelar talentos na área, afirma que o investimento vale a pena. "Trata-se de um segmento de grande amplitude, que emprega desde costureiros a produtores e estilistas", explica.

E, segundo Laira Lopes, gestora do Projeto Confecções,  desenvolvido pelo Sebrae, é justamente o design que está reinserindo a moda baiana no mercado. "O trabalho artesanal das peças chama a atenção e tem destacado nomes da Bahia no cenário nacional", conta Laira. Mas, ainda assim, os empresários do Estado encontram dificuldades para escoar sua produção, principalmente devido à distância do eixo Rio-São Paulo, que concentra os investimentos no setor.

"As empresas de tecido não estão aqui, o que já aumenta os custos", reclama Laira. Já Ana Rita ressalta que ainda há pouca qualificação de alguns profissionais para atuar nesse mercado na Bahia. "Os nichos de produção de moda, marketing de moda e consultoria de imagem ainda precisam se desenvolver no Estado. São necessários profissionais nessas áreas", diz.

Apesar dos contratempos, estilistas baianos têm encontrado meios de alcançar o sucesso. E um dos segredos é criar peças que traduzam a identidade cultural da Bahia. "Essa identidade faz parte da construção de uma marca forte", afirma Laira. Ela ressalta, no entanto, que é preciso ter cuidado para não fazer da roupa uma fantasia. Mesclar elementos locais com elementos externos é uma dica para não errar.

Case de sucesso - Foi investindo na cultura e estética da baianidade que a designer de moda Nea Santtana conseguiu transformar a paixão pela costura em negócio. A empresária, que começou a costurar aos 12 anos, produz, há  sete, roupas, acessórios e sapatos com fitas do Senhor do Bonfim em seu ateliê.  "Cresci no universo da moda,  costura e figurino, em que minha mãe trabalhava. Somei essa vivência ao  contato com as festas religiosas e  populares, e foi isso que me fez criar peças exclusivas", conta Nea, que já exportou seus produtos para o Japão e a Alemanha.

"Desde que comecei a trabalhar com as fitas, resolvi focar  meu trabalho nesse conceito, e as vendas aumentaram em 50%", conta Nea. Além das vendas internacionais, as roupas são comercializadas em duas lojas em Salvador e na Praia do Forte. A designer, que tem na lista de clientela atrizes famosas, conta apenas com uma pessoa na equipe e cria sozinha todas as peças, em ateliê próprio,  mas tem planos de expandir a marca e o negócio. Segundo ela, a dica para ganhar dinheiro é aliar  criatividade e qualidade.

"Além de usar um elemento diferente, é preciso ter  cuidado na hora de pensar e criar o modelo, para fazer algo com que as pessoas se identifiquem". Apesar de ter herdado o ofício da mãe, com quem aprendeu a cortar, costurar e criar moldes, Nea    aproveita oportunidades  para fazer cursos de capacitação na área,  como o de costura industrial em malha.

Fonte:|http://atarde.uol.com.br/empregos/materias/1483606

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