Se engana quem pensa que o Nordeste tem apenas praias, turismo e serviços. A indústria de confecções também gera riquezas e é responsável por mais de 120 mil empregos diretos, somente no estado de Pernambuco. Nos últimos anos, os empresários nordestinos trataram de se organizar em órgãos de classes e associações comerciais e investiram em equipamentos modernos e qualificação de mão de obra. A Comtex 2011 (Feira de Componentes Têxteis), que aconteceu no fim último mês de abril, em Caruaru (PE), é uma mostra da potencialidade da região.
Durante a feira, fabricantes de máquinas e fornecedores de matérias-primas apresentaram aos visitantes de todo o Brasil o que existe de mais moderno e avançado no segmento do vestuário. A Automatisa Sistemas, maior fabricante de máquinas de corte e gravação a laser da América Latina, é uma das empresas que esteve na feira. Sediada na Grande Florianópolis (SC), a empresa levou para a feira o Mira Conecti, sistema que permite comunicação entre bordadeiras e máquina de corte e gravação a laser, além de outros equipamentos modernos fabricados no Brasil. “Percebemos que os industriais estão interessados em implantar tecnologia de ponta em suas fábricas. Essa é a saída para fazer frente à concorrência e ficamos contentes em poder ajudar os empresários da região no desenvolvimento da indústria local”, afirma Joana de Jesus, diretora de Marketing da Automatisa.
A Automatisa atende a clientes de vários estados brasileiros e do exterior, sendo que 20% deles estão estabelecidos no Nordeste, número que mostra a abertura das empresas do Agreste às novidades tecnológicas. Segundo dados do Sindicato da Indústria do Vestuário de Pernambuco (Sindvest), o Estado tem 3,6 mil empresas formais e 17 mil informais. O polo de confecções do Agreste pernambucano, composto por 13 cidades, concentra 69% dessas empresas. Pernambuco produz mais de 1 bilhão de peças por ano, cerca de 15% do total nacional, o que gera um faturamento anual estimado em R$ 4 bilhões. Outros polos, como o de Campina Grande (PB), também são fortes nesse segmento que cresce a cada ano.
Esses números, no entanto, estão amparados em vários projetos destinados a fortalecer a cadeia produtiva e tornar o setor mais competitivo. Entre eles, a fundação da primeira Câmara Setorial dos Profissionais da Moda, em 2008, a realização de rodadas de negócios, centros de pesquisa, workshops de moda, faculdades, feiras de tecnologia como a Comtex e novas ferramentas de marketing que ajudam a divulgar as marcas locais.
Para aliar iniciativas e boas ideias a produtos diferenciados, de acordo com as exigências do mercado consumidor, as empresas abandonam rapidamente os métodos manuais de produção e voltam-se para os equipamentos modernos como os de corte e gravação a laser, capazes de aumentar a produção com menos custos operacionais. “Nossas pesquisas são direcionadas a acelerar a produção com maior precisão de detalhes, aumentando a qualidade do produto final. Com isso, procuramos contribuir com a melhoria da competitividade do setor têxtil”, comenta Joana.
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Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
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