Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Apesar do segmento ter registrado o segundo maior volume de captação de recursos junto ao BNDES, entre 2007 e abril de 2012, o alto custo da energia elétrica e dos encargos do INSS sobre a folha de pagamento são as reais preocupações dos empresários

A indústria têxtil é uma das que mais têm amargado perdas nos últimos anos, com a competição especialmente com os tecidos chineses, o que gera desemprego

O setor têxtil brasileiro foi o segundo da economia a receber maior volume de repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Federal (BNDES) para investimentos. Foram R$ 7,6 bilhões entre 2007 e abril deste ano. Apenas o setor automotivo conseguiu repasses maiores – R$ 16,6 bilhões no período.

 

De acordo com o banco, a maior parte dos recursos foi entregue entre 2010 e 2011, período em que o governo incentivou a economia contra a crise financeira mundial que explodiu no final de 2008 e atingiu o país em 2009.


No Ceará, os números não foram divulgados pelo BNDES. No entanto, o empresário Ivan Bezerra Filho, diretor-presidente da Têxtil Bezerra de Menezes (TBM), não acredita que empresas cearenses do segmento façam parte desses números. “Não queremos dinheiro emprestado, mas rentabilidade. As indústrias não cresceram no primeiro semestre. Então, não acredito que as indústrias no Ceará tenham recorrido ao BNDES. Sem rentabilidade como pagar o empréstimo?”


Ivan Bezerra diz que, no caso da sua empresa, as fábricas já haviam sido modernizadas. “O que o setor precisa é que o governo torne a energia elétrica competitiva e que ajude a reduzir o Custo Brasil”. Bezerra explica que o custo das empresas do setor com a folha de pagamento do INSS é altíssimo.


Com relação a votação das Medidas Provisórias do programa Brasil Maior, 563 e 564, já aprovadas na Câmara e aguardando a volta do recesso (dia 1º de agosto) para serem votadas no Senado, não irão reduzir os custos das empresas.


As MPs ampliam para o setor têxtil iniciativas como desoneração da folha de pagamento. “O Governo acabou com a cobrança dos 20% sobre a nossa folha, mas passou a exigir das empresas pagamento de 1% do faturamento ao INSS. Ou seja, ele só trocou um encargo por outro”, desabafa Bezerra.

 

Encargos

O deputado Danilo Forte (PMDB-CE), relator da MP 564, diz que, hoje, quase 42% do valor da energia elétrica no País são de impostos e tributos que se anexaram ao preço da produção energética. “Só o ICMS da energia no Ceará é de 27%, o que reflete no encargo elevadíssimo para a competitividade do produto manufaturado brasileiro”.

 

Segundo o deputado, a diminuição da tarifa passará por uma discussão, inclusive tributária, com reflexos no pacto federativo. “Há uma concentração muito grande no recolhimento de tributos e impostos pelo Governo Federal. Os Estados muitas vezes são obrigados a aumentar a aliquota da energia para terem segurança no recebimento desses impostos”, afirma.


A MP 564, afirma Forte, não tratará dessa questão da energia. Segundo o parlamentar, ela terá que passar por outra negociação. O Senado tem até 15 de agosto para concluir a votação das duas MPs.

 

Por quê


ENTENDA A NOTÍCIA


Setor têxtil brasileiro recorre a recursos disponibilizados pelo BNDES para modernização, mas falta de competitividade é atribuída ao alto Custo Brasil, que inclui energia elétrica e elevados encargos sobre folha de pagamento das empresas.

 

Multimídia


O tema "MP do Plano Brasil Maior" foi o vencedor da enquete da semana da seção Você Faz O POVO, do portal O POVO Online. Com 44,7% dos votos, ele foi escolhido pelos leitores e internautas e virou tema da cobertura ampliada nos veículos do Grupo de Comunicação O POVO ao longo da semana. As enquetes são realizadas sempre às segundas e terças-feiras. Você pode participar e votar pelo endereço www.opovo.com.br/ vocefazopovowww.opovo.com.br

 

Frases


Sem crescimento

Não queremos dinheiro emprestado, mas rentabilidade. As indústrias não cresceram no primeiro semestre.

 

Ivan Bezerra Filho, diretor-presidente da TBM


Reflexo negativo

O ICMS da energia no Ceará é de 27%, o que reflete no encargo elevadíssimo para a competitividade do produto manufaturado brasileiro

 

Danilo Forte, deputado federal

 

Saiba mais


MPs importantes para o Nordeste

A Medida Provisória 563/12 faz parte do Plano Brasil Maior, que visa dar estímulo à economia e concede isenção tributária a produtos, estabelece regimes fiscais diferenciados e desonera a folha de pagamentos de alguns setores.


A MP 564/2012 trata da inclusão no programa ‘Revitaliza’ do BNDES dos setores que especifica, dispõe sobre financiamento às exportações indiretas, autoriza o Poder Executivo a criar a Agência Brasileira Gestora de Fundos e Garantias S.A. - ABGF, autoriza a União a participar de fundos dedicados a garantir operações de comércio exterior ou projetos de infraestrutura de grande vulto.


Ela inclui recursos em torno de R$ 4 bilhões para capitalização e fortalecimento do Banco do Nordeste (BNB), e ainda a gestão preferencial do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) pela instituição. O relator da Câmara é o deputado federal Danilo Forte (PMDB-CE) e do Senado, o revisor é o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Fonte:|http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2012/07/21/noticiasjorna...

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