Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Setores Têxtil e de Confecções no CE em Processo de Desindustrialização

Setores da da indústria de transformação do Ceará estão passando por um processo de desindustrialização. É o que aponta a forte queda na produção e a perda de postos de trabalho, em torno de 20 mil nos últimos três, quatro anos, nas indústrias têxtil e de confecções. Representantes desses segmentos culpam o aumento das importações

As indústrias têxtil e de confecções perderam cerca de 20 mil postos de trabalho nos últimos 4 anos

Estudo do professor de Economia Aplicada da Universidade Federal do Ceará, Marcos Holanda, revela a queda da produção e a redução na geração de postos de trabalho da indústria de transformação do Ceará nos últimos dez anos. E faz um questionamento: estaria havendo um processo de desindustrialização nesse ramo do setor industrial cearense? Os dados de produção física, divulgados mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apontam que sim, em especial nos setores têxtil e de confecções.

 

O POVO ouviu representantes das indústrias dessas duas áreas no Estado e da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), que também admitiram o fenômeno entendido como a redução da participação relativa ou absoluta no Produto Interno Bruto (PIB) e no emprego do País ou região, ou seja, a desindustrialização.

Nos últimos quatro anos, as indústrias têxtil e de confecções perderam cerca de 20 mil postos de trabalho, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras no Estado do Ceará (Sindiconfecções-CE), Marcos Vinícius Rocha Silva. O levantamento de Holanda mostra que a participação da indústria na geração de empregos do Estado, em 2011, foi de apenas 3% contra 20% e 30% de anos anteriores.

O diretor geral do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi), da Fiec, Carlos Matos, diz que, no setor têxtil, o processo de desindustrialização é evidente. “A nossa participação na indústria nacional era de 10%, em 2000, e hoje é de 4,5%”, diz, considerando que ainda é expressiva, pois representa mais que o dobro da participação de 2% do Estado do Ceará no PIB do Brasil.

Matos faz questão de frisar que outros ramos da indústria, como a construção civil e os Serviços Industriais de Utilidade Pública (Siup), que incluem energia elétrica, água e gás, estão crescendo. O problema atinge diretamente a indústria de transformação e tem grande repercussão, pois ela representa 52% do setor industrial cearense. “Se não houvesse a concorrência desleal, a queda de consumo interno e esses setores tivessem crescido, a indústria como um todo estaria muito bem”.

Marcos Holanda explica que a indústria têxtil é a mais atingida e, desde 2002, não consegue aumentar o nível de produção de forma sustentada. Para ele, o problema não é de demanda - já que o mercado interno só tem crescido - e, sim, de oferta afetada pela competição internacional (China). Completa que a dificuldade não é só pelo câmbio, mas por um conjunto de fatores: infraestrutura, impostos, crédito, legislação trabalhista, dentre outras.

 

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

A questão da desindustrialização é polêmica. Alguns economistas acham que ela não traria problemas. Mesmo que os produtos primários se tornem cada vez mais dominantes nas exportações.

 

Saiba mais

 

A prova

O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf, disse à revista Época que a queda da participação da indústria de transformação no PIB é a prova do processo de desindustrialização do País.

A participação desse segmento no PIB brasileiro, segundo Skaf, tem encolhido, passando de 27,2%, em 1985, para 14,6% no ano passado. O mesmo nível de meados da década de 1950.

 

Os dados oficiais mostram que, em dez anos, o volume das exportações de produtos manufaturados aumentou de US$ 33 bilhões para US$ 92,3 bilhões. E ainda que, no mesmo período, a participação total da indústria na composição do PIB manteve-se constante, em torno de 27% – ao contrário do que afirma Skaf. “Pode até ter havido alguns setores que encolheram mesmo, mas outros cresceram e ocuparam o espaço.”

Fonte:|http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2012/03/20/noticiasjorna...

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