Entre os dias 5 e 7 de novembro, o movimento Sou de Algodão promoveu dias especiais para alunos do curso de Moda do Centro Universitário Senac SP, campus Santo Amaro, da PUC Campinas e da Anhembi Morumbi, todas universidades parceiras. Manami Kawaguchi, gestora de relações institucionais do movimento, foi a responsável por acompanhar os alunos na Experiência Sou de Algodão, em que quase 140 estudantes e docentes puderam conhecer a planta da Covolan Têxtil, em Santa Bárbara d’Oeste, uma das principais tecelagens do segmento denim.
Os dias começaram com uma palestra, conduzida por Manami, que destacou o trabalho da Abrapa, seus pilares estruturais e projetos, como os programas de sustentabilidade, rastreabilidade, qualidade e promoção. Entre os principais pontos mencionados, a gestora ressaltou a liderança do Brasil na exportação de algodão responsável, a terceira posição global em produção da fibra e a capacidade de atender integralmente a demanda interna. Também destacou que os setores têxtil e de confecção são o segundo maior gerador de empregos no Brasil.
Manami também falou sobre a visão do consumidor que está cada vez mais preocupado com a sustentabilidade e a busca por transparência das empresas de moda. Segundo Alexandre Schenkel, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o Brasil tem a vantagem de conseguir produzir uma moda 100% nacional. “Podemos mostrar por quantas mãos passa aquela peça, até chegar às mãos de quem compra a peça de roupa, já que temos uma cadeia têxtil completa e verticalizada, desde a produção da matéria prima, que é produzida com responsabilidade socioambiental e certificada”, explica.
“Levar os estudantes e docentes a conhecerem todos os processos da fabricação de um tecido tão importante para a moda, ajuda a promover o nosso propósito, de fortalecer o ensino e a cadeia produtiva, como um todo”, acrescenta a gestora.
Depois disso, aconteceu a visita técnica dentro da fábrica da Covolan Têxtil. Os presentes puderam conhecer a planta e os processos de fabricação de denim, tecido utilizado na produção do jeans, o item mais democrático do guarda-roupa de todas as pessoas. A empresa é referência em sustentabilidade, com mais de 30 certificações. Fundada em 1966, passou de fiação e tecelagem para uma referência nacional e internacional em Sustentabilidade. É 100% brasileira e, a partir do ano 2000, dedicou-se à produção exclusiva de Denim, com o propósito de gerar mudanças a partir dos produtos.
“É uma experiência de extrema importância para os dois lados: tecelagem e estudantes, futuros profissionais da moda. Precisamos gerar cada vez mais empatia, porque tudo o que fazemos hoje tem impactos sociais, ambientais e econômicos. Na Covolan, entendemos que contribuir com esses momentos de aprendizagem é um dever e uma obrigação, assim ajudamos na formação de uma cadeia de fornecimento mais forte, adequada e preparada. Essa experiência proporciona o que os alunos não conseguem ter no dia a dia da universidade: o sensorial, o cheiro e a temperatura corporal. Tudo isso só acrescenta na formação desse profissional que estará trabalhando com a gente no futuro”, comemora Thaísa Peralta, head de Denim da Covolan.
A aluna Larissa Caixeta Maiello, da PUC Campinas, explica que a visita foi muito importante para entender todos os processos, da produção do tecido até chegar no mercado. “Pudemos conhecer, também, todos os certificados e métodos que eles utilizam pensando na sustentabilidade, para proteger o meio ambiente e entregar um material de qualidade, usando o algodão”.
Esse é o mesmo sentimento de Giovana Gabriele Cardoso da Silva, aluna da Anhembi Morumbi. “Nós, como futuros profissionais de moda, vamos precisar desses métodos para saber como trabalhar da melhor maneira”, explica.
Mariana Sivieri, estudante do Centro Universitário Senac - Campus Santo Amaro, também tem um pensamento que vai de acordo com as colegas da futura profissão. “Fiquei impressionada com o compromisso da empresa, que vai desde o tratamento de despoluição da água utilizada no tingimento do Denim até a geração de energia por biomassa. Essa visita me permitiu uma visão completa do ciclo de produção e reafirmou a importância de práticas sustentáveis no setor”, comemora.
A professora Claudia Regina Martins, da Anhembi Morumbi, ressaltou que os processos são bem planejados e as estratégias de sustentabilidade estão presentes de uma maneira que não é um marketing. “A estação de tratamento de água da Covolan é incrível. Já estive em outras empresas, que inclusive são de Denim, mas a estação deles é uma coisa, assim, perfeita. É importante a gente conhecer todo esse processo, não só quem trabalha na área, porque a gente vê todas essas etapas e todo esse cuidado com as certificações, as preocupações ambientais, de qualidade e com os trabalhadores”, comenta.
Rose Sathler, coordenadora do curso de Moda da PUC Campinas, reforça que as visitas técnicas representam oportunidades singulares de aprendizado, permitindo aos estudantes uma imersão em temas fundamentais para sua formação. “A parceria com o movimento Sou de Algodão proporcionou, mais uma vez, a chance de observar de perto o processo produtivo, ressaltando a importância da responsabilidade ambiental e social na indústria têxtil. Agradecemos à Covolan, referência em práticas sustentáveis, pela acolhida e pelo compartilhamento de conhecimento. Esta experiência reforça nosso compromisso conjunto com a formação integral dos estudantes de Design de Moda da PUC-Campinas”.
Por fim, Viviane Torres Kozesinski, Docente do Bacharelado em Design de Moda - Centro Universitário Senac - Campus Santo Amaro, agradece ao movimento Sou de Algodão por ter promovido a conexão entre universidades e empresas, fundamental para a formação dos futuros designers de moda. “As visitas técnicas às empresas da área de moda possibilitam estender os limites da sala de aula. Um ponto fundamental e muito marcante na visita, foi poder conhecer o sistema implementado pela empresa na busca por uma produção limpa e sustentável. Sem dúvida, foi um exemplo positivo que impactou fortemente os alunos”, finaliza.
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