Start-up incentiva reciclagem têxtil através de recompensas

A Trashie promete a reciclagem em grande escala de têxteis pós-consumo através do seu sistema de recolha diretamente junto do consumidor, que utiliza um modelo de recompensas.

[©Trashie]

A start-up americana, lançada há um ano, vende “Take Back Bags”, isto é, sacos de devolução, por 20 dólares (cerca de 19 euros) com capacidade para até cinco quilos de vestuário e têxteis usados em qualquer estado, aponta a Fast Company. A missão da empresa, indica, é ajudar os consumidores a reciclar a roupa que já não usam ou a doar a que ainda se encontra em boas condições. Ao enviar o saco cheio, o cliente recebe depois um vale no valor de 30 dólares, que pode ser utilizado em lojas como a Nike ou a Uber Eats.

Kristy Caylor, fundadora da Trashie, explica que o modelo de negócio tem tido sucesso devido aos benefícios que oferece a todas as partes envolvidas – os clientes são recompensados pelo envio de resíduos, as marcas aproveitam a oportunidade de marketing e a start-up gera receitas. No primeiro ano de atividade, vendeu mais de 600 mil sacos de devolução nos EUA e recolheu mais de oito milhões de artigos, totalizando quase 2 milhões de quilos.

Com uma equipa de 400 trabalhadores num armazém no Texas, a Trashie recebe e analisa cada saco, separando os artigos em diferentes categorias. Segundo a fundadora da Trashie, esses artigos são avaliados por especialistas para determinar se a peça pode ser reutilizada na sua forma atual ou se requer reciclagem de materiais. Desta forma, indica Kristy Caylor, «podemos realmente fazer corresponder esses produtos ao mercado certo».

Cada peça é alocada a uma das 253 categorias com base em critérios como a qualidade, estado e material, garantindo, segundo a empresa, o encaminhamento adequado, seja para revenda, doação ou reciclagem. De seguida, o que é reutilizável é redistribuídos através de uma rede de parceiros globais e o que é para reciclar é enviado para instalações certificadas, para reintegrar a produção de novas peças. A roupa e o calçado que estão em condições de serem usados são doados, enquanto os artigos danificados são reciclados e transformados em produtos de «isolamento ou em trapos industriais».


[©Trashie]

A empresa, que opera apenas nos EUA, revela que, de tudo que recebe, 45% permanece no mercado norte-americano, 30% é exportado e 20% é separado para reciclagem.

O facto do sistema ser fácil de utilizar e, por outro lado, atribuir um incentivo financeiro, têm contribuído para o sucesso da start-up.  «Para conseguir a adesão do mercado de massas, não podemos falar apenas com os defensores da sustentabilidade. Temos de falar com o consumidor médio que tem uma mentalidade de poupança», destaca Kristy Caylor.

O modelo também é capaz de atrair marcas, que podem usar a plataforma como forma de alcançar novos clientes. Em setembro do ano passado, a Trashie anunciou uma parceria com a retalhista Steve Madden, para levar os “take back bags” e a infraestrutura de reciclagem aos clientes da marca, refere a empresa em comunicado. Se utilizarem este sistema através da marca de calçado, os clientes recebem um desconto de 25 dólares na próxima compra online da Steve Madden.

«Uma parte fundamental da nossa jornada de sustentabilidade envolve a criação de uma abordagem holística e circular da moda em toda a nossa cadeia de fornecimento. A plataforma inovadora da Trashie alinha-se perfeitamente com esta visão, permitindo-nos oferecer aos nossos clientes uma oportunidade de dar uma nova vida, de forma responsável e fácil, ao seu vestuário e calçado usados», sublinha Gregg Meyer, diretor de sustentabilidade da Steven Madden.

Atualmente, a maior parte das receitas da Trashie provém das parcerias com marcas, e uma pequena percentagem resulta da reciclagem de materiais. Kristy Caylor acredita que «a combinação das receitas das marcas com as receitas do próprio material é um poderoso motor económico».

Além de reciclar resíduos têxteis, a empresa lançou recentemente a “Tech Take Back Box”, para poder recolher, por exemplo, computadores portáteis, e, em 2026, estima recolher, pelo menos, 1,3 milhões de quilos de lixo eletrónico.

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