Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Com falência decretada há 15 anos, a confecção e malharia Sulfabril, de Blumenau (SC), irá a leilão no dia 27 de maio. O valor arrecadado com a venda dos ativos da empresa - que são avaliados em R$ 160 milhões - servirão para quitar uma dívida estimada em R$ 119 milhões. Esse montante inclui todo o passivo trabalhista da Sulfabril, em valores atuais, assim como seus compromissos financeiros pós-falência.

Além da marca, os ativos da Sulfabril incluem quatro fábricas. Duas delas ainda estão em operação e empregam 700 funcionários. Na época da decretação da falência, o dono da companhia, o empresário Gerhard Horst Fritzsche, solicitou à Justiça autorização para continuar as operações da empresa, na esperança de que a situação pudesse ser revertida. O pedido foi concedido e a administração da Sulfabril foi entregue a um síndico nomeado pela Justiça, o economista Celso Mario Zipf.

Segundo Zipf, as duas fábricas em funcionamento da Sulfabril faturam R$ 90 milhões por ano e têm resultado operacional positivo.

Em seu auge nos anos 70 e 80, a Sulfabril empregava 5 mil funcionários. Atrizes como Regina Duarte e Sandra Bréa anunciavam os produtos da empresa em horário nobre da televisão. Em meados dos anos 90, a abertura do mercado aos importados e a disparada do preço do algodão desencadearam uma sucessão de prejuízos para a companhia. Falhas de gestão também foram cruciais para a falência, comenta-se no mercado.

Desde 2001, a venda da Sulfabril vinha sendo sucessivamente postergada por meio de recursos e embargos movidos por seu antigo dono. Doze dias atrás, a juíza Quitéria Tamanini, da 1ª Vara Cível da comarca de Blumenau, decidiu pela venda dos ativos. Ainda cabe recurso contra a decisão.

Segundo a juíza, o valor arrecadado dificilmente será suficiente para quitar os débitos da Sulfabril com os bancos. Na lista de prioridades para pagamento, as instituições financeiras aparecem depois das dívidas trabalhistas, encargos da massa falida e passivos fiscais. Banco do Brasil e o Banco Bozano estão entre os credores com garantia real.

O leilão ocorrerá em modalidade de pregão, por carta fechada. Poderão dar lances apenas os proponentes que oferecerem pelo menos 90% do valor da maior proposta. O lance mínimo inicial é de 75% do valor de avaliação total dos ativos (R$ 160 milhões).

A leiloeira Tatiane Duarte diz que terão prioridade as propostas para todos os ativos da Sulfabril. Posteriormente, caso não haja interesse dos compradores, serão avaliadas as ofertas para os bens isolados. Só a marca Sulfabril tem valor calculado em R$ 40 milhões.

Pela lei atual, o novo dono levaria a Sulfabril sem nenhum compromisso financeiro pendente. No entanto, uma exceção foi aberta para atender uma questão social. Os compradores dos ativos ainda em operação da confecção deverão manter os contratos de trabalho dos funcionários por um prazo de, no mínimo, seis meses, diz Tatiane.

O pagamento de indenizações no caso de demissão futura dos funcionários estão atrelados ao valor arrecadado no leilão.

As propostas dos interessados devem ser entregues até o dia 26 de maio, às 19h, no cartório da 1ª vara cível de Blumenau.

Tradicional polo de confecções do país, Santa Catarina abriga concorrentes da Sulfabril como Hering, também de Blumenau, Marisol e Malwee, de Jaraguá do Sul.

A indústria de confecções no Brasil faturou R$ 110,4 bilhões em 2013, uma alta de 2,9% sobre o ano anterior, segundo o Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi). O valor inclui vestuário, artigos têxteis para o lar e outros.


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lamentavelmente...outra gigante e tradicional do mercado vai pro saco!!!! independente de administração....temos que bater os importados, porem não é fácil!!! e assim seguimos...perdendo empresas e mais empresas....não apenas no setor têxtil!!!

mais uma vez, parabéns à presidentAAAAA , e ao Guido Mantega....que tem uma grande parcela de culpa por esta falência!! e a todos que de uma forma ou outra contribuíram para este trágico final!!! o pior é que sabemos que outras gigantes do mercado tb estão na mesmas condições!! futuro incerto!!! 161 mil ton de confecção importada!!! pqp!!! que venham os militares e revitalize as poucas que estão sobrando!! que levantem nossa economia  fazendo com que o Brasil produza e venda produtos acabados, ao invés de exportar matéria prima e importar produto com valor agregado....lamentável!!!

 

Não há excelência nenhuma no mudo que suportaria tamanha carga tributária combinada com o descaso

inenarrável de um governo INÚTIL!

Arrasta-se até o novo leilão marcado da SULFABRIL para Ago =2 fábricas paradas e Set= as outras duas c/ as marcas.....mas, ainda são insuficientes os valores para dar aos credores a devida correção c/ os juros-legais , ainda que somados os valores dos bens desviados para 3os. em que são buscados pelo proc. 008090070000 1a. vara cív. Blumenau em que no ano passado foi dada sentença desconsiderando as personalidades jurídicas dos sócios da falida SULFABRIL e também dos 3os. para quem foram os 3 imóveis que eram da Sulfabril(v. sentença) mas, este processo vinculado ao processo da falência tem mais de 12 anos acha-se parado há mais de 5 meses esperando na justiça resposta aos tais embargos de declaração feitos pelo falido.....neste andamento pode ser que nesta década seja atingido seu objetivo.....  Enquanto isso os 2.500 trabalhaadores ficam esperando já Há quase 15 anos seus direitos (vários já faleceram dexando a cadeira de espera para seus herdeiros) O que se espera é que seja pedido o bloqueio dos bens dos sócios (que possuem vários bens) para que seja garantia de que estes trabalhadores credores possam receber efetivamente seus valores devidos com correção e juros-legais à serem contados desde a concessão desta vergonhosa "auto"-falência !Está na hora da justiça dar um exemplo , é a esperança de todos  que estão há 15 anos esperando JUSTIÇA!

Se a lei claramente preceitua que os bens dos sócios respondem pela dívida e, se já foi dada a desconsideração das personalidades jurídicas dos sócios da SULFABRIL, então, o Ministério Público já poderia ter pedido na justiça o bloqueio dos bens dos sócios da SULFABRIL independentemente daqueles 3 imóveis que são buscados no processo movido há mais de 12 anos(que recebeu sentença no ano passado 2013)  é o que se espera!

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