«A atual situação de Covid-19 apresenta vários desafios para a Techtextil e para a Texprocess. Embora assumamos que a situação vai melhorar até às próximas edições, não podemos ter a certeza. Como tal, estamos a planear ambas as feiras com base no atual conceito de higiene e segurança da Messe Frankfurt», revela Olaf Schmidt, vice-presidente de têxteis e tecnologias têxteis da organizadora alemã de feiras profissionais.
O foco está, por isso, na saúde e segurança dos expositores e visitantes, assim como do staff associado aos certames, incluindo as já conhecidas medidas de reforço de higiene, distanciamento e renovação do ar nos halls.
Apesar dos constrangimentos atuais, sublinha Olaf Schmidt, «o número de inscrições recebido e o eco do sector dá-nos boas razões para estarmos muito otimistas. Há uma grande procura por interação pessoal e pela possibilidade de ver as inovações em ação».
Olaf Schmidt [©Messe Frankfurt GmbH]
As feiras irão sofrer uma evolução que será sentida a vários níveis, incluindo na comunicação, com a Techtextil e a Texprocess a assumirem novas assinaturas. A primeira ganha agora o subtítulo “Performance. Função. Futuro”, enquanto a feira dedicada à tecnologia de processamento de materiais flexíveis arroga a assinatura “Tecnologia. Eficiência. Progresso”.
Há igualmente mudanças em termos físicos, com as duas feiras a moverem-se para a parte ocidental da feira de Frankfurt, ocupando os halls 8, 9, 11 e 12. Uma alteração também provocada pelo adiamento forçado, face à pandemia, da feira de têxteis-lar Heimtextil, que, em vez de decorrer, como habitualmente, em janeiro, terá lugar nas mesmas datas da Techtextil e da Texprocess.
Texprocess 2019 [©Messe Frankfurt GmbH/Pietro Sutera]
Em termos de novidades, a Texprocess irá mostrar a primeira fábrica de denim do futuro, que dará uma ênfase especial à sustentabilidade ambiental e ao crescente segmento de luxo no denim.
A sustentabilidade, de resto, será um dos tópicos centrais de ambos os eventos, que irão dar destaque aos produtos e ideias amigas do ambiente que, mesmo sem estarem certificadas, possam impulsionar a sustentabilidade no sector.
Feiras mais digitais
Os próprios prémios da Techtextil e da Texprocess irão distinguir inovações sustentáveis. Na edição de 2019 – a maior de sempre, com um total de 1.818 expositores de 59 países e cerca de 47 mil visitantes profissionais de 116 nações –, Portugal arrecadou três prémios de inovação da Techtextil: o Cork-a-Tex, um fio de algodão revestido a cortiça, desenvolvido pela Sedacor e pela Têxteis Penedo, com o apoio do CeNTI e do CITEVE, venceu na categoria de Novo Material; o processo de tingimento PICASSo, promovido pela Tintex em parceria com a Ervital, a Bioinvitro, o CeNTI e o CITEVE foi distinguido na categoria Sustentabilidade; e o E-Caption 2.0, um casaco inteligente e de segurança pensado para as pessoas que fazem a manutenção das estações de radiocomunicações desenvolvido por Caroline Loss, investigadora da FibEnTech Research Unit da Universidade da Beira Interior (UBI), com o apoio de Rita Salvado, investigadora do LabCom IFP da UBI e diretora do Mestrado em Engenharia Têxtil da Universidade da Beira Interior, Pedro Pinho, professor do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa e investigador do Instituto de Telecomunicações de Aveiro, e Daniel Belo, investigador do Instituto de Telecomunicações de Aveiro, venceu na categoria Nova Aplicação.
Prémios 2019 [©Messe Frankfurt GmbH/Thomas Fedra]
Para além das apresentações físicas, a Techtextil e a Texprocess terão ainda um vasto programa paralelo, parte dele no mundo digital. As conferências terão transmissão em direto e a organização irá dar novas opções de apresentação digital aos expositores, assim como oportunidades de estabelecer contactos virtuais entre expositores e visitantes.