Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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“Tempestade perfeita” prejudica ano da indústria têxtil nacional


Foto: Lucas Correia, BD

A indústria têxtil brasileira deve fechar o ano com queda de 2% na produção, baixa de 1,2% nas exportações e perda de 27 mil vagas de emprego, apesar de uma expectativa de leve alta de 0,8% no varejo. O crescimento previsto de 5,7% nas importações indica ainda que as empresas do ramo compraram mais itens prontos de fora porque o custo de produção subiu, em média, 8,5%, com altas significativas nos preços de matérias-primas como algodão, fibras e corantes. As projeções foram divulgadas na quinta-feira em coletiva de imprensa da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit).

— Olhando para o quadro todo, 2018 decepcionou — resumiu o presidente da entidade, Fernando Pimentel.

O dirigente listou pelo menos quatro motivos, dignos de uma “tempestade perfeita” – expressão usada para ilustrar uma série de fatos negativos em sequência –, que provocaram o derretimento das expectativas positivas mapeadas no início do ano e acabaram deixando os números aquém do esperado.

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Dois deles eram mais previsíveis: a queda de consumo durante a Copa do Mundo e as incertezas envolvendo o processo eleitoral. Um terceiro fator foi a ausência de um inverno mais intenso, com menos dias de frio do que se imaginava. E o último, completamente atípico, foi a greve dos caminhoneiros em maio, que afetou não apenas o segmento mas a economia como um todo.

A expectativa para o futuro de curto prazo, por outro lado, é de um “otimismo responsável”. Os ânimos se devem em boa parte à base fraca de comparação que 2019 terá com 2018. Ou seja, não teria como piorar. O cenário macroeconômico, com juros em baixa, inflação comportada, ociosidade nos parques fabris, aumento da confiança, expectativas positivas com a troca de governo e sinais, mesmo que tímidos, de reaquecimento da economia também ajudam.

— Há um espaço cíclico de retomada que num primeiro instante não precisa de grandes investimentos — considerou Pimentel.

A Abit estima, para 2019, crescimento de até 3% na produção têxtil brasileira, de 3,5% no varejo e de 4% nas exportações, índices que podem ser maiores se as reformas, em especial as da Previdência e a tributária, forem aprovadas. A expectativa é gerar 20 mil empregos. Ainda assim, caso essa perspectiva se confirme, não seria suficiente para compensar as perdas acumuladas neste ano.

SC contra a maré

Se no geral a indústria brasileira do segmento vai mal em 2018, Santa Catarina é uma exceção que foi elogiada por Pimentel na apresentação. Enquanto a produção nacional recuou 2,6% até outubro, a catarinense subiu 7,9% no têxtil e 6,1% na confecção no mesmo período. O Estado é o segundo maior polo têxtil e de confecção do país.

Por Pedro Machado

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 A Abit estima, para 2019, crescimento de até 3% na produção têxtil brasileira, de 3,5% no varejo e de 4% nas exportações, índices que podem ser maiores se as reformas, em especial as da Previdência e a tributária, forem aprovadas.

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