Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

C&A, Diesel, Primark, Decathlon e Quicksilver são apenas algumas das 70 marcas e retalhistas que podem estar a usar, indiretamente, trabalho forçado de jovens mulheres indianas da casta mais baixa na produção do seu vestuário, que são atraídas por promessas raramente cumpridas.
 

dummy
Vestuário explora Intocáveis

 Vestuário fornecido às grandes marcas da Europa e dos EUA pela indústria indiana de vestuário está a ser produzido por jovens mulheres Dalit (ou Intocáveis, como eram anteriormente rotuladas no sistema de castas).

O Centre for Research on Multinational Corporations (SOMO) e o India Committee of the Netherlands (ICN) afirmam que os esforços das marcas e retalhistas para melhorar as condições de trabalho nos seus fornecedores em Tamil Nadu falharam.

Um relatório, batizado “Maid in India”, concluiu que apesar de várias «iniciativas bem-intencionadas», milhares de mulheres na indústria têxtil e de vestuário em Tamil Nadu trabalham sob recrutamento e esquemas de emprego semelhantes ao trabalho forçado.

O documento concluiu que as trabalhadoras são recrutadas dentro e fora do estado e que a maioria é raparigas Dalit com menos de 18 anos. Vêm de famílias pobres e são atraídas com promessas de um salário decente, alojamento confortável e, em alguns casos, uma soma de dinheiro após a conclusão do contrato, que pode ser usada para o seu dote. Estas práticas de recrutamento e emprego são muitas vezes referidas como “Esquema Sumangali”.

Os dois grupos que conduziram o relatório chegaram a mais de 70 marcas, retalhistas e agências de compras europeias e norte-americanas, incluindo a C&A, Diesel, American Eagle Outfitters, Primark, Decathlon. PVH, Quicksilver, assim como a fornecedores como a Crystal Martin, que alegadamente se aprovisionam de produtores exploradores.

Embora reconheçam que várias empresas deram passos para eliminar o Esquema Sumangali, as práticas laborais abusivas continuam disseminadas, afirmam as ONG’s, que exigem agora iniciativas corporativas e outras por toda a cadeia de aprovisionamento para responder a este problema, com uma ênfase nos fornecedores de segundo nível.

O estudo inquiriu 180 trabalhadores, analisou os dados de exportação e investigou as iniciativas corporativas, concluindo que os migrantes laborais muitas vezes vivem em alojamentos detidos pela fábrica com forte vigilância, onde têm poucas oportunidades de contactar com a família, quanto mais com sindicatos ou ativistas laborais. Concluiu também que os trabalhadores laboram muitas horas, em alguns casos até 24 horas seguidas, por salários baixos e sob condições pouco saudáveis.

Abusos verbais e físicos são frequentemente mencionados. Muitas vezes, concluir um contrato de três a cinco anos é a condição para receber um montante fixo, que não é um bónus mas o resultado da retenção dos salários. Mesmo as mulheres que cumprem o prazo, muitas vezes não recebem a quantia acordada.

Fonte:|http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/40968/xmview/...

Exibições: 1168

Responder esta

Respostas a este tópico

É cruel!!

Capitalismo Selvagem!!!

é um absurdo!!!

A questão é... a confecção nacional está perdendo as forças. A mão de obra externas estão cada vez mais barata...O trabalho escravo se tornou tipo importação. Cruzamos os braços e o problema se tornou do vizinho, que não se importa  em explorações sub-humanas. Não soubemos lutar, nem ganhar força com a política nacional para incentivar o profissional da confecção, a fim de manter no Brasil  a nossa produção nacional. Por ser mais fácil fazer no vizinho, mais barato.... " Afinal escravizar pessoas não é problema nosso" . Enquanto o vizinho cresce explorando as pessoas.

Somos recheados de notícias como essa... e muito me  entristece, porque somos inteligentes para sabermos o certo e o errado Sabemos os caminhos que devemos percorrer  para crescer no nosso quintal, mas completamente nulos no que se refere a luta pela industria têxtil e de confecção no Brasil.

Não podemos ser responsáveis por este tipo de exploração, porque podemos ter condições  de não contribuir pra isso....

Existe o respeito cultural, mas não podemos contribuir pra algo que pra nossa cultura nos causa nojo. Exploração, miséria , escravidão, desrespeito .

Brasil ! Temos que mudar isso. E esta mudança tem que começar dentro de casa.

Empresários da moda precisam se unir e lutar por impostos mais baixos, com incentivos para voltar a crescer em produção nacional, não contribuindo para essas arbitrariedades que causam  tristeza a sociedade.

Desculpem... mas este tipo de exploração me causa muita revolta. Com o ser humano, com a idéia que nos tempos modernos ainda existem situações como esta.

Boa noite.

É isto aí, Kris.

Concordo com você.  No fim das coisas, todos sabemos o que temos de fazer, mas nem todos estão dispostos a "pagar o custo" de assumir suas convicções e posição neste respeito.

Conheci muitas pessoas e empresas que antes produziam no País e que pouco a pouco e por fim, sem reservas, simplesmente substituíram o produto nacional pelo importado e ganharam muito com isto.

Sabemos que nossa cadeia necessita de complementos em alguns segmentos, porém, minar a nossa capacidade produtiva em prol de custos mais baixos?? E assim, mágica não existe, nem aqui nem na China, nem na India, Bangladesh ou seja lá onde for.  Onde isto vai parar? O que estamos vivenciando é apenas o começo, caso ninguém faça nada a respeito.

Só um ponto curioso:  estas grandes redes acima mencionadas e outras participantes da ABVTEX e por aí vai, praticamente desestimularam a mão de obra nacional , alegando não querer participar do ciclo de mão de obra escrava. Capacitar seria melhor, não?  Mas não era este o foco, tanto que cada vez mais reports como os da matéria acima nos chegam...  Interessante, não?

Abraços,

Juliana


kris Melo disse:

A questão é... a confecção nacional está perdendo as forças. A mão de obra externas estão cada vez mais barata...O trabalho escravo se tornou tipo importação. Cruzamos os braços e o problema se tornou do vizinho, que não se importa  em explorações sub-humanas. Não soubemos lutar, nem ganhar força com a política nacional para incentivar o profissional da confecção, a fim de manter no Brasil  a nossa produção nacional. Por ser mais fácil fazer no vizinho, mais barato.... " Afinal escravizar pessoas não é problema nosso" . Enquanto o vizinho cresce explorando as pessoas.

Somos recheados de notícias como essa... e muito me  entristece, porque somos inteligentes para sabermos o certo e o errado Sabemos os caminhos que devemos percorrer  para crescer no nosso quintal, mas completamente nulos no que se refere a luta pela industria têxtil e de confecção no Brasil.

Não podemos ser responsáveis por este tipo de exploração, porque podemos ter condições  de não contribuir pra isso....

Existe o respeito cultural, mas não podemos contribuir pra algo que pra nossa cultura nos causa nojo. Exploração, miséria , escravidão, desrespeito .

Brasil ! Temos que mudar isso. E esta mudança tem que começar dentro de casa.

Empresários da moda precisam se unir e lutar por impostos mais baixos, com incentivos para voltar a crescer em produção nacional, não contribuindo para essas arbitrariedades que causam  tristeza a sociedade.

Desculpem... mas este tipo de exploração me causa muita revolta. Com o ser humano, com a idéia que nos tempos modernos ainda existem situações como esta.

Responder à discussão

RSS

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço