A grife acusou a série MetaBirkins, com bolsas digitais, de ser uma violação. A coleção virtual é desenvolvida por artistas independentes.
Metabirkins/Divulgação
Abolsa Birkincontinua sendo um dos acessórios mais refinados e reconhecidos da grife Hermès. Com produção artesanal, poucas unidades da peça são confeccionadas anualmente, o que aumenta o valor de compra e a raridade da peça. No metaverso, uma coleção de 100 unidades dabagfoi desenvolvida em versão digital e em forma detokens não fungíveis (NFTs)por uma dupla de artistas angelinos. Recentemente, porém, a etiqueta francesa pediu para o artista Mason Rothschild retirar a série artística do ar.
Vem entender o caso!
Giphy/MetaBirkins/Divulgação
A série de bolsas digitais é fruto da colaboração entre os artistas Mason Rothschild e Eric Ramirez, ambos de Los Angeles, na Califórnia (Estados Unidos). Batizada deMetaBirkins,a coleção de NFTs pega emprestado o nome de um dos designes mais famosos da Hermès, mas sem filiação com a etiqueta de luxo.
A série de bolsas digitais é fruto da colaboração entre os artistas Mason Rothschild e Eric Ramirez, ambos de Los Angeles, na Califórnia (Estados Unidos). Batizada de MetaBirkins, a coleção de NFTs pega emprestado o nome de um dos designes mais famosos da Hermès, mas sem filiação com a etiqueta de luxo.
Lançado em maio do ano passado em um leilão, o compilado chegou a viralizar e alcançar valores altos de revenda no ambiente digital, negociados na criptomoeda Ethereum. Entretanto, durante as férias de verão, Mason publicou uma carta aberta na conta oficial do NFT no Instagram, em resposta ao contato que Hermès fez, inicialmente pedindo a retirada dos produtos de circulação.
Na mesma publicação, o artista respondeu a grife de luxo e também deixou uma mensagem para omarketplaceOpenSea, plataforma de negociações dos NFTs. Uma terceira mensagem foi destinada à comunidade de colecionadores e fãs do projeto.
Metabirkins/Divulgação
As bolsas confeccionadas pela grife de luxo Hermès chamam a atenção de fashionistas e colecionadores ao redor do globo. No ambiente virtual, viraram NFTs
Entre os modelos, está a bolsa Birkin, que inspirou as MetaBirkins
A peça física tem produção anual limitada. Na foto, uma das versões digitais que renderam polêmica
Em forma de tokens não fungíveis (NFTs)
“Lamento se você [Hermès] foi insultado pela minha arte. Como artista, não vou me desculpar por criá-la. Como você sabe, a Primeira Emenda me dá todo o direito de criar arte com base em minhas interpretações do mundo ao meu redor”, pontuou o profissional, citando o respaldo dado pela constituição dos Estados Unidos.
Ele acrescentou: “Com esse entendimento, MetaBirkins é uma abstração lúdica de um marco da cultura da moda existente. MetaBirkins também é um comentário sobre a história da moda da crueldade contra os animais e sua adoção atual de iniciativas sem peles e têxteis alternativos. Meu objetivo é sempre criar projetos de arte aditivos que contribuam positivamente para a cultura”.
Rothschild concluiu sua carta para a Hermès convidando-a a apoiar jovens criativos, em vez de “pisoteá-los”. Até o momento, a marca francesa de luxo não entrou com uma ação judicial contra Rothschild e MetaBirkins.
Metabirkins/Divulgação
O status da bolsa aguçou a criatividade do designer Mason Rothschild
Que se uniu ao artista Eric Ramirez para lançar uma peça digital inspirada no famoso acessório
Sem nenhuma ligação com a grife de luxo, a dupla de artistas desenvolveu a série MetaBirkins
Metabirkins/Divulgação
Com edição limitada de 100 itens em NFTs
Entenda o caso
Segundo a apuração feita pelo portal de notíciasThe Fashion Law, nos últimos meses o caso teve alguns desdobramentos. Em maio de 2021, Rothschild lançou o single Baby Birkin NFT por meio de uma colaboração com Eric Ramirez, listado na época como “um aceno irônico para a icônica bolsa Birkin de Hèrmes”. O NFT foi disponibilizado na plataforma social e de compras curada Basic.Space em um leilão. Inicialmente, o projeto não enfrentou qualquer resistência da Hermès.
Já em novembro do ano passado, o projeto MetaBirkins chegou ao público, com direito àconta no Instagrampara divulgar as 100 bolsas de NFTs. A coleção passou a ser comercializada no mercado on-line OpenSea.
Entretanto, um porta-voz da Hermès alegou ao Financial Times que o projeto seriam uma espécie de falsificação. “Esses NFTs infringem os direitos de propriedade intelectual e marca registrada da Hermès e são um exemplo de produtos falsificados da Hermès no metaverso”.
No mês seguinte, Mason usou as redes sociais para se posicionar contra a grife. “MetaBirkins é uma abstração lúdica de um marco da cultura da moda existente. Eu reinterpretei a forma, a materialidade e o nome de um conhecido ponto de contato cultural”, disse, no Instagram.
Metabirkins/Divulgação
As bolsas virtuais têm texturas diferenciadas
Metabirkins/Divulgação
Cores e temas diversos
Metabirkins/Divulgação
São comercializadas em criptomoedas
Atualmente, o artista enfrenta problemas e teve o MetaBirkins retirado do OpenSea. “Caro OpenSea, estou desapontado em ver que o MetaBirkins foi removido de sua plataforma antes que qualquer ação legal fosse tomada. Ter nos removido sem aviso ou consideração é desanimador, para dizer o mínimo. Você foi formado como um centro inovador para artistas e colecionadores. O crescimento do seu negócio conta com o apoio da comunidade artística. Você deve apoiar os artistas que o apoiam”, indignou-se.
Na mesma carta, Rothschild pediu a opinião dos fãs e colecionadores sobre qual direcionamento tomar a partir de agora. “Estou aberto para explorar todas as opções com a Hermès. Também quero garantir que, quando a comunidade artística construir e promover um relacionamento com uma plataforma, como a OpenSea, essa plataforma, por sua vez, crie um ecossistema seguro na qual a arte e os artistas possam prosperar”, finalizou.
Hermès acusa bolsas NFTs de falsificação. Entenda o caso
por Romildo de Paula Leite
11 Jan, 2022
A grife acusou a série MetaBirkins, com bolsas digitais, de ser uma violação. A coleção virtual é desenvolvida por artistas independentes.
A bolsa Birkin continua sendo um dos acessórios mais refinados e reconhecidos da grife Hermès. Com produção artesanal, poucas unidades da peça são confeccionadas anualmente, o que aumenta o valor de compra e a raridade da peça. No metaverso, uma coleção de 100 unidades da bag foi desenvolvida em versão digital e em forma de tokens não fungíveis (NFTs) por uma dupla de artistas angelinos. Recentemente, porém, a etiqueta francesa pediu para o artista Mason Rothschild retirar a série artística do ar.
Vem entender o caso!
Giphy/MetaBirkins/Divulgação
A série de bolsas digitais é fruto da colaboração entre os artistas Mason Rothschild e Eric Ramirez, ambos de Los Angeles, na Califórnia (Estados Unidos). Batizada de MetaBirkins, a coleção de NFTs pega emprestado o nome de um dos designes mais famosos da Hermès, mas sem filiação com a etiqueta de luxo.
A série de bolsas digitais é fruto da colaboração entre os artistas Mason Rothschild e Eric Ramirez, ambos de Los Angeles, na Califórnia (Estados Unidos). Batizada de MetaBirkins, a coleção de NFTs pega emprestado o nome de um dos designes mais famosos da Hermès, mas sem filiação com a etiqueta de luxo.
Lançado em maio do ano passado em um leilão, o compilado chegou a viralizar e alcançar valores altos de revenda no ambiente digital, negociados na criptomoeda Ethereum. Entretanto, durante as férias de verão, Mason publicou uma carta aberta na conta oficial do NFT no Instagram, em resposta ao contato que Hermès fez, inicialmente pedindo a retirada dos produtos de circulação.
Na mesma publicação, o artista respondeu a grife de luxo e também deixou uma mensagem para o marketplace OpenSea, plataforma de negociações dos NFTs. Uma terceira mensagem foi destinada à comunidade de colecionadores e fãs do projeto.
Metabirkins/DivulgaçãoAs bolsas confeccionadas pela grife de luxo Hermès chamam a atenção de fashionistas e colecionadores ao redor do globo. No ambiente virtual, viraram NFTs
Entre os modelos, está a bolsa Birkin, que inspirou as MetaBirkins
“Lamento se você [Hermès] foi insultado pela minha arte. Como artista, não vou me desculpar por criá-la. Como você sabe, a Primeira Emenda me dá todo o direito de criar arte com base em minhas interpretações do mundo ao meu redor”, pontuou o profissional, citando o respaldo dado pela constituição dos Estados Unidos.
Ele acrescentou: “Com esse entendimento, MetaBirkins é uma abstração lúdica de um marco da cultura da moda existente. MetaBirkins também é um comentário sobre a história da moda da crueldade contra os animais e sua adoção atual de iniciativas sem peles e têxteis alternativos. Meu objetivo é sempre criar projetos de arte aditivos que contribuam positivamente para a cultura”.
Rothschild concluiu sua carta para a Hermès convidando-a a apoiar jovens criativos, em vez de “pisoteá-los”. Até o momento, a marca francesa de luxo não entrou com uma ação judicial contra Rothschild e MetaBirkins.
Metabirkins/DivulgaçãoO status da bolsa aguçou a criatividade do designer Mason Rothschild
Que se uniu ao artista Eric Ramirez para lançar uma peça digital inspirada no famoso acessório
Sem nenhuma ligação com a grife de luxo, a dupla de artistas desenvolveu a série MetaBirkins
Metabirkins/Divulgação
Com edição limitada de 100 itens em NFTs
Entenda o caso
Segundo a apuração feita pelo portal de notícias The Fashion Law, nos últimos meses o caso teve alguns desdobramentos. Em maio de 2021, Rothschild lançou o single Baby Birkin NFT por meio de uma colaboração com Eric Ramirez, listado na época como “um aceno irônico para a icônica bolsa Birkin de Hèrmes”. O NFT foi disponibilizado na plataforma social e de compras curada Basic.Space em um leilão. Inicialmente, o projeto não enfrentou qualquer resistência da Hermès.
Já em novembro do ano passado, o projeto MetaBirkins chegou ao público, com direito à conta no Instagram para divulgar as 100 bolsas de NFTs. A coleção passou a ser comercializada no mercado on-line OpenSea.
Entretanto, um porta-voz da Hermès alegou ao Financial Times que o projeto seriam uma espécie de falsificação. “Esses NFTs infringem os direitos de propriedade intelectual e marca registrada da Hermès e são um exemplo de produtos falsificados da Hermès no metaverso”.
No mês seguinte, Mason usou as redes sociais para se posicionar contra a grife. “MetaBirkins é uma abstração lúdica de um marco da cultura da moda existente. Eu reinterpretei a forma, a materialidade e o nome de um conhecido ponto de contato cultural”, disse, no Instagram.
Metabirkins/DivulgaçãoAs bolsas virtuais têm texturas diferenciadas
Metabirkins/Divulgação
Cores e temas diversos
Metabirkins/Divulgação
São comercializadas em criptomoedas
Atualmente, o artista enfrenta problemas e teve o MetaBirkins retirado do OpenSea. “Caro OpenSea, estou desapontado em ver que o MetaBirkins foi removido de sua plataforma antes que qualquer ação legal fosse tomada. Ter nos removido sem aviso ou consideração é desanimador, para dizer o mínimo. Você foi formado como um centro inovador para artistas e colecionadores. O crescimento do seu negócio conta com o apoio da comunidade artística. Você deve apoiar os artistas que o apoiam”, indignou-se.
Na mesma carta, Rothschild pediu a opinião dos fãs e colecionadores sobre qual direcionamento tomar a partir de agora. “Estou aberto para explorar todas as opções com a Hermès. Também quero garantir que, quando a comunidade artística construir e promover um relacionamento com uma plataforma, como a OpenSea, essa plataforma, por sua vez, crie um ecossistema seguro na qual a arte e os artistas possam prosperar”, finalizou.
Colaborou Sabrina Pessoa
https://www.metropoles.com/colunas/ilca-maria-estevao/hermes-pede-p...
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