Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

25 dicas para enfrentar a crise que assombra o varejo brasileiro

Enfrentando a crise que assombra o varejo brasileiro. 25 dicas de gestão de loja e rede de lojas para tornar o negócio mais lucrativo e eficiente

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Por Gustavo Guazzelli*

Gerencie sua(s) loja(s) com 1 relatório diário

1. Elabore um Relatório Gerencial que lhe permita em 1 folha analisar os principais indicadores e valores para administrar uma Loja ou Rede, já está muito fora de moda ter que tirar mais que 4 relatórios para fazer a análise macro do negócio para o dia-a-dia. Considere os seguintes indicadores: receita bruta, receita líquida, quantidade total vendida por NF, quantidade total vendida por cupom, média de itens por cupom, desconto médio, ticket/preço médio, CMV, margem bruta, quantidade e valor devolvido por clientes, quantidade e valor de cupons e NFs canceladas, quantidade e valor de transferência de produtos para a loja, quantidade e valor de devolução de produtos da loja para a matriz/fornecedor, transferência de produtos para outras lojas.

Caso existam possibilidades derivadas pelo Omnichannel, incluir os mesmos valores identificando as diferentes modalidades (compra na loja e entrega em casa, compra na loja e retira na loja, encomenda…), desse modo lhe permite identificar a preferência de seus consumidores & shoppers.

Você sabe qual a margem bruta por venda/pedido? Consegue gerenciar no dia-a-dia?

2. Tenha uma ferramenta que identifica a margem bruta por venda/pedido realizado por loja, seja pelo sistema que utiliza, ou por excel (arquivo integrado a base de dados e com atualizações automáticas por filtro). Coloque um filtro para visualizar todas as vendas que tiverem margem menor que x%, e com isso poderá gerenciar melhor suas vendas diárias, identificando os potenciais erros e desvios, e tomando ações de melhoria com agilidade. Não adianta vender à qualquer custo, os vendedores e gerentes devem seguir as políticas de desconto e pagamento da loja, e garantir uma Venda Saudável. Fique de olho na margem por venda!

Você sabe qual a lucratividade por cliente? E se você tiver clientes PJ (Pessoa Jurídica) fica ainda mais importante gerenciar esse número!

3. São muitas as variáveis de acordo com cada negócio que impactam a lucratividade por cliente, lembre-se que além do desconto oferecido, outros fatores como frete, forma de pagamento, custo da mercadoria vendida (CMV), troca ou devoluções, número de pedidos realizados e entregas no mês, entre outros fatores, impactam na rentabilidade final. Monte seu relatório, tenha um filtro por clientes com rentabilidade menor que x% ou negativa, e filtro de clientes com mesmo faturamento mas com lucratividade diferente, e tome decisões para melhorar o lucro por cliente e oferecer uma proposta de atendimento mais saudável. Exemplo: 2 clientes PJs, ambos compram R$ 50.000 mensal, embora o cliente 1 compra produtos com margem bruta média de 25% e o cliente 2 com margem bruta média de 25,5%, por outro lado o cliente 1 efetua o pagamento à vista no boleto e retira o material, e o cliente 2 efetua o pagamento em 6x no cartão de crédito e requer entrega 2x semanal, enfim o que pode parecer a um primeiro momento de venda que ambos os clientes trazem o mesmo valor para a empresa, muitas vezes não é verdade, e uma vez que o varejista consegue identificar a lucratividade de cada cliente possibilitará melhorar a negociação como um todo, gerando melhores resultados.

Possua um P&L/DRE por loja e consolidado da rede (por formato/canal)

4. Ter um relatório P&L por Loja é extremamente importante para visualizar a real rentabilidade de cada unidade, além é claro de analisar as variações dos indicadores de uma mesma loja comparando mês anterior e mesmo mês do ano anterior, e para a comparação de indicadores entre lojas da rede. Sem essa visão online e otimizada, o varejista está deixando de tomar ações e decisões importantes para evitar perdas e melhorar seu negócio com agilidade.

Melhore o Gerenciamento de Estoque por Loja

5. Gerencie o estoque da sua rede de lojas, tenha um relatório que mostre todas as suas lojas e a quantidade e valor de estoque por categorias de produtos (O gestor da loja deve visualizar o mesmo relatório embora filtrando o relatório pela sua loja), fundamental ter uma visão de relatório consolidado e outra analítica que explora mais dados a nível de sku.

Defina limites de estoque por loja baseado nas metas de vendas mensais por loja e considerando a capacidade necessária para uma boa exposição de produtos ao cliente. Se não faz isso, tenha certeza que é como se tivesse com a torneira pingando água 24hs. Estoque = Ativo = R$!

Monitore o estoque atual em relação ao limite de estoque estabelecido por loja/categoria/mês.

Lembre-se que uma empresa pode ir a falência pelo ruim gerenciamento do estoque e consequentemente pelo excesso de estoque desnecessário e de baixo giro.

Reavalie o espaço por metro quadrado dedicado a cada categoria de produtos por loja e posicionamento

6. Avalie o layout e o espaço por metro quadrado dedicado a cada categoria de produtos da sua loja, tenha um relatório de Ranking de Categorias mais vendidas e produtos por categoria, compare com a relação do espaço/metragem que cada categoria ocupa em relação ao espaço/metragem total da loja.

Muitas vezes o varejista após inaugurar uma loja fica anos sem fazer essa análise, e com isso pode estar perdendo muito dinheiro, e com certeza existirão casos de categorias que não representam atualmente 5% em Vendas e 0,50% em margem bruta mas ocupam 15% ou mais de espaço físico da metragem total da loja.

É muito importante estar atento às categorias e produtos de maior giro e adaptando sua loja para maximizar suas vendas e rentabilidade. Sempre considerar a imagem daquela categoria para seu negócio & shopper, podem existir casos que uma categoria não tenha uma significativa representatividade em vendas e margem mas tem como funcionalidade atrair os shoppers até a loja funcionando como Cross-Selling para outras categorias.

A arte do planograma – saber o que expor, aonde expor e como expor, tem muito dinheiro na mesa aqui!

7. O planograma é o retrato exato de como uma categoria de produtos deve estar exposta na Loja. Para sua adequada elaboração o varejista deve considerar o papel da categoria, a estratégia adotada da categoria e subcategorias, a árvore de decisão do shopper, estudos e pesquisas realizados por fornecedores e pelo próprio varejista, os preços dos itens expostos, e até mesmo a qualidade de visualização dos produtos e marcas na gôndola. Minha sugestão é o varejista elaborar de duas a três opções de planograma por categoria para cada formato de loja que possuir e testá-los avaliando sua performance. Não adianta implementar um planograma sem passar por uma adequada fase de testes e pilotos. E uma vez que o planograma é baseado no comportamento de compra do shopper e uma vez que este comportamento apresenta mudanças constantes, é fundamental a revisão do planograma a cada período pré-determinado.

Lembre-se que uma exposição bem feita contribui para o aumento significativo dos resultados e da satisfação do shopper. A imagem da sua loja é o que o seu cliente vê! A imagem da sua marca é o que o seu cliente vê em todos os canais de vendas e comunicação que você interage com ele!

A disposição das categorias na loja, outro fator importante que o Varejista deve dedicar muito atenção, afinal também tem muito dinheiro na mesa aqui!

8. A localização de cada categoria de produtos na loja não é aleatória, técnicas devem ser utilizadas para a definição de um layout que contribui para maximizar as vendas e a rentabilidade da loja. Cada loja tem suas peculiaridades, portanto não existe uma fórmula de sucesso para todos, você precisa descobrir o que mais dá certo na sua loja, para tanto faça testes e avalie o desempenho de vendas. Alguns exemplos: categorias de produtos que geram compra por impulso localizadas próximas a entrada da loja e dos caixas/check-outs; Categorias de produtos complementares localizadas próximas uma da outra para estimular vendas casadas; Replicar (ou seja expor o mesmo produto em locais diferentes pela loja) alguns produtos para estimular vendas casadas como o caso do queijo ralado e molho de tomate próximo as massas, e para estimular a venda adicional como o caso da TV campeã de vendas em uma ilha na entrada da loja além de estar exposta na sua adequada seção; Posicionar categorias destino (ou seja categorias que o seu consumidor normalmente vai mais a sua loja para buscar esses itens) do meio para o fundo da loja, permitindo o shopper circular e ver mais produtos na sua loja podendo aumentar sua cesta de compra. Enfim são diversas técnicas existentes, não quer dizer que cada uma se aplica a qualquer loja, portanto é muito importante o varejista compreender quais são as variáveis de exposição que mais impactam positivamente seu negócio e consequentemente adaptar sua loja para alavancar seus resultados.

Há quanto tempo não avalia a oportunidade de novos mobiliários? Sim, mobiliário mais adequado a categoria contribui para o aumento das vendas!

9. Uma pequena e rápida história: tive a oportunidade através da grande parceria com fornecedor de mobiliário da rede de livrarias que atuei de testar novos móveis desde ilhas, “bolo de noiva” como chamamos a ilha de dois a três andares, estantes, gôndolas centrais, móvel para o caixa destinado a categoria de bomboniere…enfim fizemos testes com variados modelos para chegar na melhor exposição ao consumidor & shopper e na equação vendas vs margem. Os resultados vierem a curtíssimo prazo. Algumas melhorias implementadas: móvel para bomboniere apresentava um aumento de medida por prateleiras a partir da segunda até a última permitindo uma melhor visualização e contato com o produto pelo consumidor; móvel gôndola central com formato trapézio com altura maior permitindo maior exposição de livros de espelho (com a capa para frente) impactando melhor visualização do produto pelo shopper e permitindo venda de produtos “não antes” percebidos; estantes com rodinhas e prateleiras móveis utilizando o conceito “Lego” permitindo a mudança mais ágil de exposição de produtos e categorias…

Vitrine – espelho da sua loja e um convite para o cliente entrar

10. Para os varejistas que não possuem uma equipe de marketing que compõe as vitrines e seguem um padrão de decoração para todas as lojas da rede, lembre-se que é importante que realize mudanças frequentes na sua vitrine, não há necessidade de a cada alteração fazer a mudança total dos produtos, muitas vezes poderá fazer parcialmente alterando alguns produtos, seus locais de exposição e com apresentações diferenciadas (Ex:Uma pilha de livros muito bem montada). Tenha sempre os produtos corretamente precificados, e seja criativo na arte da decoração encantando o cliente que está passando pela sua loja. A vitrine é o espelho da Loja e um convite para atrair o consumidor. Se o consumidor que passa semanalmente em frente a sua loja ver sempre a mesma vitrine por um longo período, sequer vai olhar para sua vitrine depois de um determinado tempo passando pela sua loja.

Ações de Marketing, campanhas pontuais!

11. A primeira preocupação dos executivos com campanhas e ações de marketing é ter o cuidado de não “queimar margem” sem necessidade, e estão certíssimos, por outro lado temos que acabar com o preconceito que campanhas de marketing são sinônimo de “queimar margem”, é mais do que possível gerar campanhas eficientes e que tragam alto valor ao negócio. Elabore ações de marketing para estimular as vendas nos períodos de “baixa”, faça Quinzenas e Semanas temáticas promocionais, promoção “Só Hoje”, promoção “1 produto por dia com Super Desconto”, promoções progressivas como “Na compra de 2 produtos tenha x% de desconto, na compra de 3 produtos x%…”, monte pacotes promocionais juntando uma maior quantidade de um mesmo produto ou casando produtos complementares, crie eventos que estimule a visita de seus clientes na sua loja, elabore ações para as datas comemorativas que tem ligação com seu negócio, enfim use e abuse da arte do marketing com qualidade, encante seu cliente e melhore seus resultados. Muita atenção com as ações que miram apenas a redução de preço por si só. Um grande passo na gestão de campanhas é possuir via sistema a possibilidade de estimar resultados de campanhas que deseja realizar, e verificar a efetividade por campanha realizada e comparando estimado x realizado. Muitas empresas não possuem tecnologia para gerir campanhas, tem enormes dificuldades para conseguir medir o resultado, o que muitas vezes faz com que as campanhas não sejam mensuradas, e começam sempre nas reuniões “os achismos”. É preciso mensurar, o varejista precisa gerar os dados e fugir do “acho que…”. 

Melhore as ferramentas que sua equipe que gerencia as lojas deva possuir

12. Redes de Lojas que possuem um Gerente/Supervisor/Coordenador ou mais pessoas para visitarem constantemente as lojas devem ter um KIT de Visitas, que inclui um Cronograma de Visitas Planejado x Realizado, Relatório Resumido para visitas diárias que deve ser apresentado e assinado pelo Gerente da Loja visitada, Relatório Detalhado Mensal para uma visita com maior profundidade (Ex:1x mês), e um Relatório de Fotos que deve ter para cada visita (Pode ser feito em power point e colocando observação por foto. Obviamente que deve existir um check-list de fotos indicando quais espaços devem ser fotografados a cada visita). O excel é uma excelente ferramenta para elaboração dos itens citados acima, mas a melhor recomendação é possuir tudo no seu sistema ERP. Para visitas em loja também já existem ótimas ferramentas com tecnologia “cloud/nuvem” que no mesmo momento que o consultor que está visitando uma loja e preenche o relatório, o mesmo já está disponível real time para quem desejar ver. Tenha certeza que os resultados da sua rede vão melhorar como um todo!

Deixe claro as responsabilidades e tarefas de cada um da equipe na rotina da loja

13. Defina as principais atividades e tarefas por horário de cada colaborador da sua equipe de loja, atribua responsabilidades por seção ou categoria de produtos a cada um, e com isso poderá exigir maior responsabilidade, monitorar o desempenho e qualidade de trabalho, e criar uma comunicação transparente e saudável de feedback com seu colaborador. Quando o varejista não faz isso, a responsabilidade nunca é de ninguém quando ocorre alguma coisa, por exemplo quando uma categoria está desorganizada e faltando produtos.

Estimule sua equipe de vendas por Loja

14. Mesmo que seus vendedores tenham apenas um salário fixo ou fixo mais variável, você pode controlar a adequada “dose” para criar ações pontuais que estimule sua equipe de vendas a trazer melhores resultados. Direcione ações que considera produtos específicos com maior margem, para vendas com maior número de itens por cupom, vendas casadas de produtos complementares, venda casada de produtos e serviços complementares (ex: garantia estendida, serviço de instalação…). Podem ser ações válidas para um dia específico, para uma semana, ou até mesmo o mês completo.

Enfim, sabemos que a remuneração financeira não é a única e principal engrenagem para engajar nossos colaboradores, mas ações pontuais que tragam a possibilidade de um ganho maior ao colaborador, é vantajosa para todas as partes.

Capacite sua equipe com atividades que geram aprendizado, integração e crescimento profissional e pessoal

15. Contribua para o crescimento profissional e o relacionamento entre a equipe, elabore atividades como: Visitar uma loja que pode ser ou não concorrente mas que considera interessante por ter atributos que você gostaria que sua loja e equipe também possuísse, peça para cada colaborador se levantar e falar diante sua equipe sobre sua experiência daquela visita; Forneça artigos de Vendas & Gestão & Liderança; Mostre vídeos; Faça atividades com um determinado livro; Conte novidades sobre o mercado e atualize-os sobre novas tecnologias; Aplique jogos e desafios entre os times; Compartilhe ações de destaque que alguma equipe realizou em determinada loja com a rede toda… enfim capacite e encante seu cliente interno, pois é ele que representa a sua marca e imagem.

Sua loja não é balcão de padaria…no único sentido de apenas esperar o cliente entrar

16. Na maioria dos negócios se o lojista esperar o cliente ir até o PDV ou entrar em contato, vai fracassar. Pense e crie ações pró-ativas, busque o seu cliente e dê a oportunidade de lhe acessar pelos diversos canais (Mobile, Televendas, E-commerce, Redes Sociais, Loja Física…). Exemplo: Uma livraria identificou escolas próximas à sua loja, visitou essas escolas, e conseguiu fazer uma parceria para fornecimento de itens de papelaria e livros didáticos. O desempenho em vendas e margem aumentou exponencialmente.

O varejista deve ser dinâmico e pró-ativo, não pode ficar esperando apenas o cliente entrar na sua loja. 

Fique atento quanto à quantidade de cupons e NFs canceladas por loja e por usuário

17.Controle a quantidade de cupons e NFs canceladas, tenha um relatório que possa filtrar pelo período que desejar e visualize por loja e usuário a quantidade, valor, e a forma de pagamento de Cupons e NFs canceladas. Negócios que envolvem uma quantidade significativa de pagamento em dinheiro, devem se preocupar ainda mais. A fraude mais fácil é receber em dinheiro, tirar o cupom, e após o cliente sair da loja, cancelar o cupom e retirar o dinheiro. Fique sempre alerta com lojas e usuários recordistas em cancelamentos e com maior frequência!

Qual é o melhor e mais adequado programa de remuneração variável para minha equipe de vendas? Tem muito dinheiro na mesa

18. Já pude ver diversos programas de remuneração variável, e o mais incrível e surpreendente foi que a maioria “premia” o vendedor considerando apenas o valor da venda, desconsiderando a margem e outras variáveis. Se um vendedor vende R$ 2.000 no dia embora ofereceu um desconto médio de 10% e a margem bruta foi de 24%, deve ser premiado igual ao segundo vendedor que vendeu R$ 2.000 no dia embora ofereceu um desconto médio de 5% e a margem bruta foi de 32%? São n variáveis que um programa de remuneração variável pode levar em conta de acordo com as peculiaridades de cada varejo, entre elas estão: desconto médio ofertado, margem bruta, % de lucratividade por cliente, somente o que é venda adicional sem considerar produtos de categoria destino…entre tantas outras. É importante que o programa tenha regras bem claras e transparentes e que o usuário possa emitir um relatório da sua remuneração variável a qualquer momento podendo analisar seus resultados e desempenho.

Como seu sistema está preparado para permitir as devoluções de produtos?

19. Sistemas mais simples, muitas vezes não atrelam o nome/CPF/CNPJ do cliente e não realiza uma comparação somente permitindo a conclusão de uma devolução no sistema para os itens e nas quantidades corretas que o cliente comprou. Esse descuido permite infelizmente fraudes, o usuário pode beneficiar um cliente e até mesmo gerar um crédito e retirar dinheiro do caixa como uma operação legal embora o “cliente” nunca devolveu o produto. É importante estar atento a alguns controles que permitem ações ilegais e geram perdas para a empresa.

Há quanto tempo não realiza o inventário total? E inventário rotativo é feito? Como as perdas são tratadas?

20.Inventário é igual a ativos que é igual a dinheiro, não controlar o inventário significa que não sabe como controlar o seu dinheiro. Não se faz inventário apenas para identificar as perdas, mas para corrigir o estoque, que por consequência ajuda a reduzir a ruptura permitindo uma gestão de estoques baseada em números de estoque no sistema fidedignos em comparação com o físico. Portanto não basta realizar um inventário total por semestre ou por ano, também é muito importante realizar inventários diários-semanais-mensais por amostra. A amostra deve representar itens de uma curva ABC (maior e menor giro) e itens com maior frequência de roubos. Após o inventário é importante identificar a causa-efeito das perdas identificando a origem e as principais variáveis que contribuem para as perdas, muitas vezes não se trata de furtos e sim problemas operacionais relacionados a diversos processos como desorganização na área de armazenamento, venda de produtos similares com códigos trocados, entrada de uma NF e o sistema apresentou um erro na quantidade ou caso o usuário tenha que digitar a quantidade pode ter digitado errado, até mesmo devido a um dia que a loja estava sem sistema e mesmo assim permitiu a realização de algumas vendas e após o retorno do sistema não lançou todas as vendas. Tem muito dinheiro na mesa quando o tema são perdas, ainda mais quando a rede possui um número alto de lojas.

Renegociando com fornecedores…Cada loja compra seus itens de consumo?

21. Há quanto tempo você não procura buscar novos orçamentos com novos fornecedores e buscar renegociação de preços e condições comerciais, para os itens de consumo ou não produtivo (Ex: materiais de escritório)? As compras são centralizadas ou descentralizadas? Já vi redes de varejo que possuem mais de uma loja em uma mesma cidade e cada loja compra itens de materiais de consumo de fornecedores diferentes com grandes diferenças de preços!

Outro ponto importante é como as compras de itens de consumo são tratadas pela sua empresa em relação aos processos e sistema, pois também é muito comum em empresas pequenas e médias para compras de itens de consumo não existir necessidade de seguir um processo de compra (requisição, cotação, ordem de compra), normalmente cada área compra os seus itens, ou seja, as compras são descentralizadas, corre pela empresa n formulários de papel para assinaturas pois não existe no sistema um processo de aprovação, e mesmo que as compras sejam tratadas legalmente pela contabilidade não existem relatórios para gerenciar os números dos itens comprados. Como diria um dos ditados que todos nós sempre ouvimos em administração “O que não se mede, não pode ser melhorado pois não é gerenciado”.

Você realiza ações de pós-venda?

22. Vou contar uma rápida história, quando estava dirigindo uma rede de livrarias, decidi implementar algumas ações de pós-venda, uma delas era a cada 15 dias a equipe de vendas da loja tinha que tirar um relatório de clientes novos cadastrados, e fazer uma ligação ao cliente agradecendo sua primeira visita e mostrando que sabíamos o dia que o cliente visitou e o que ele comprou, e ao final apenas lhe convidando para retornar a loja quando desejar, não fazíamos nessa ligação a informação de ações promocionais, era uma ligação exclusiva de agradecimento. Uma atividade tão simples mas que realmente funcionou, tínhamos o retorno do cliente novo em menos de 30 dias na nossa loja, antes o indicador era de 120 dias, e o indicador de clientes que nunca retornavam melhorou em um pouco mais de 60%. A mensagem principal é “crie ações para manter e reter seus clientes”.

PNL (Programação NeuroLinguística) aplicada ao atendimento ao cliente

23. A programação neurolingüística (PNL), aplicada ao atendimento, busca levar aos vendedores e gerentes a melhor maneira para se relacionarem com seus clientes, com empatia e criando uma visão de identidade recíproca, o que os mestres de neurolingüística denominam por “estabelecer rapport”, através de técnicas que visam proporcionar um canal de comunicação eficiente entre vendedor e cliente.

Através de estudos sobre o comportamento do ser humano diante das relações sociais, sabe-se que as pessoas se relacionam melhor com aquelas que se identificam mais e possuem mais semelhanças.

Portanto, o vendedor deve atentar para o seu tom de voz, sua linguagem corporal e seu discurso (ritmo, velocidade da fala, palavras utilizadas), de modo a adequá-los de uma maneira semelhante a de seu cliente.

Para criar empatia e estabelecer uma visão de igualdade, o vendedor não pode se comportar da mesma maneira em todas as vendas, deve ter flexibilidade para se adaptar a cada tipo de venda, diante de cada perfil de cliente.

Treine sua equipe de vendas para conseguir um melhor desempenho!

Você possui uma equipe de vendas externa? Como é feito a gestão da carteira de clientes pela sua equipe?

24. Uma vez que você possui uma equipe de vendas dedicada em visitar clientes, é muito importante você possuir alguns controles para possibilitar uma adequada gestão e maximizar os resultados.

Antes de visitar: Possuir um planejamento de visitas com cronograma com a relação de clientes à serem visitados no mês respeitando a frequência correta de visitas considerando a estratégia adotada para curva ABC de clientes. (O ideal é ter o planejamento de visitas no sistema, caso não possuir o Excel é uma boa solução temporária).

Visitando: O vendedor deve preencher um relatório de visita considerando as variáveis adequadas ao seu negócio. (O ideal é ter o relatório preenchido no sistema, ou por ferramentas com tecnologia cloud/nuvem, caso não possuir, o Excel é uma boa solução temporária). Relatório deve ser sempre preenchido na hora/logo após a visita ao cliente garantindo o preenchendo com qualidade das informações. Preencher todos os relatórios de visitas a clientes na sexta-feira 17hs não funciona!

Monitorando os resultados: Alguns relatórios e indicadores são fundamentais para medir o desempenho da sua equipe: novos clientes, aumento ou redução de venda de clientes atuais, aumento ou redução de margem de clientes atuais, perda de clientes, número de visitas planejadas vs realizadas, % de cobertura de clientes visitados vs número total de clientes na carteira, % variação de lucratividade por cliente, entre outros.

Crie um Programa de Competição saudável entre as lojas

25. Crie um Programa de Competição entre Lojas através de 4 a 6 indicadores, dissemine o ranking de lojas por indicador entre os times, e monte um sistema de bonificação das gerências e supervisão de lojas diante um sistema que estimula a competição saudável. Se você possui mais de um formato de Loja, nada impede de gerar uma competição entre formatos diferentes ou elaborar um ranking por tipo de formato. Alguns possíveis indicadores: Receita Líquida, % Margem Bruta, % Despesas Operacionais em relação à receita, Giro de Estoque (ou caso não possuir, % quantidade de aumento ou redução de estoque), % Lucro Líquido, entre outros.

Esses exemplos permitem que o gestor da loja se preocupe com as principais variáveis de gestão da loja: Aumento de vendas, qualidade das vendas (maior ticket, menor desconto ofertado, maior número de itens por cupom…), melhor exposição dos produtos, redução das despesas da loja e controle do estoque.

É fundamental criar uma cultura para capacitar os gestores de loja e consequentemente o time de vendas. 

Sucesso na sua gestão!

 

* Gustavo Guazzelli é especialista do setor de Varejo, com 14 anos de carreira, sendo 7 anos em consultoria para o setor de Varejo atuando pelas empresas Deloitte, Protiviti Business Consulting (Antiga Arthur Andersen USA) e recentemente como Senior Manager do Advisory e referência para o setor de Varejo América do Sul da Ernst Young, e 8 anos atuando diretamente no Varejo incluindo 3 anos como Country Manager de uma rede especializada de livrarias, canal B2B, e ecommerce. MBAs em Varejo pela FGV e Value-Chain pela USP, com duas Pós-Graduações nos Estados Unidos em Estratégia e Gestão de Marketing e Gestão e Operação de empresas Multinacionais. Profissional com foco em Marketing & Vendas, Estratégia e Gestão de rede de lojas próprias e franqueadas.

 

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