5 Tendências para o mercado de franquias em 2023

[Romildo de Paula Leite]

Novos formatos de unidades, canais e ferramentas de expansão estão entre as principais tendências para o setor.

Por Paulo Gratão

A projeção da Associação Brasileira de Franchising (ABF) é de que o setor de franquiasrompa a barreira dos R$ 200 bilhões em faturamento em 2022 pela primeira vez. Diversos fatores contribuíram para esse resultado, de acordo com a entidade, como o surgimento de novas marcas, novos modelos de negócios e o amadurecimento digital das redes.

Se concretizado, será o primeiro crescimento anual, ainda que nominal, desde o início da pandemia. Para 2023, novos desafios se abrem à frente do setor. A integração de todas as mudanças talvez seja o maior deles, na visão de Adir Ribeiro, CEO e fundador da Praxis Business.

“As franqueadoras precisarão ser mais rápidas e os franqueados mais compreensivos para entender essas mudanças. O papel da franqueadora é justamente trazer mais informações de contexto para ajudá-los a pensar e a construir essa compreensão”, diz.

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Confira, a seguir, as cinco principais tendências que devem nortear o mercado no próximo ano:

1. Reconexão presencial

Os últimos anos impuseram novos ritmos de conexão aos franqueados e franqueadores, com a redução de distâncias proporcionada pelo digital – o que ajudou a acelerar processos, mas aumentou o grau de ansiedade por respostas rápidas, de acordo com Ribeiro. “Demorar dez minutos para responder a mensagens no WhatsApp é um absurdo para muita gente. Há um novo relógio rodando e as pessoas vão precisar ter esse chip”, diz.

No entanto, 2023 deve ser o ano que marcará as reconexões presencias, um dos grandes desafios para o setor no ano, na visão do especialista. “A conexão humana ficou mais valiosa, os momentos presenciais se tornam mais importantes. O remoto traz acelerações, processos, mas precisa ter momentos de conexão para criar sinergia e, consequentemente, inovação. Devemos ver mais disso.”

Na avaliação de Ana Vecchi, especialista em franchising e CEO da Ana Vecchi Business Consulting, a inovaçãoprecisa entrar na agenda das redes como um processo, e não como uma “sacada” ou ideia que surgiu “do nada”.

2. Formatos e canais alternativos crescem; ferramentas de expansão podem ser revistas

Novos modelos de franquia, que priorizam o home office, delivery ou cidades menores, devem continuar avançando no próximo ano, na visão dos especialistas. De acordo com Ribeiro, essa jornada “só está começando”, e ainda existe muito mercado para crescimento, principalmente para os que envolvam tecnologia no modelo de negócio, como vimos em delivery ou vendas por canais digitais.

Alguns avanços em omnicanalidade foram observados ao longo dos últimos anos, mas ainda há muito a ser feito para chegar a um modelo ideal, que inclua a experiência na loja física na equação, de acordo com Ribeiro.

Vecchi acredita que o setor deve passar por um novo amadurecimento na questão que envolve expansão, principalmente nas ferramentas adotadas pelas redes. “Devemos observar uma maior conscientização do perigo potencial em termos e práticas como aceleração, escalabilidade e crescimento agressivo.” A especialista diz que os mesmos métodos já foram adotados em outras ocasiões e se provaram ineficazes para a manutenção sustentável de uma rede.

A especialista também acredita que o perfil do franqueado não deva mudar no próximo ano, mas que o foco em proatividade deve ser intensificado, bem como todo um rol de soft skills que passaram a entrar na agenda de requisitos para se abrir uma franquia. “Hard skills fazem parte dos treinamentos e podem tornar franqueados capacitados a tocar o negócio As soft skills serão as cerejas do bolo, conforme o tipo de negócio e as características necessárias a cada um deles e existentes em cada candidato”, diz.

Com o encarecimento do lead de franquia, Ribeiro julga que o multifranqueado pode ter um papel ainda mais crucial na expansão das redes em 2023. Isso, ele sugere, demandará uma atenção das empresas à criação de uma frente de atendimento e condições diferenciadas para este perfil.

Por Paulo Gratão

Fonte: PEGN

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