Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A inteligência nacional passou da tolerância para a exigência

GiuseppeAparentemente nunca se lutou tanto por tão pouco. As tarifas de ônibus baixaram! Mas se ficassem com o aumento seria a mesma coisa.

Na verdade, a tarifa de ônibus foi usada como uma “gota d´água” para começar um movimento popular. O valor da tarifa é o que menos importa. Ele serviu para que o povo ingênuo, da ignorância nacional, aquele que gera o voto de cabresto, se sentisse protegido pelo movimento e não deixasse espaços para demagogos virem a público declarar que tudo isso não passaria de coisa da elite nacional, do capitalismo escravizador etc. O pequeno grupo de estudantes que iniciou o movimento, sem querer, acertou na mosca. Eles jamais imaginaram que estavam abrindo a tampa de uma gigantesca panela que estava pronta para explodir.

Os movimentos de protesto tiveram tamanho e expansão nunca vistos neste país. Mas o Brasil da revolta não é apenas isso; o que vimos não representa nem 5% do Brasil indignado e ao mesmo tempo tolerante. Hoje os movimentos serviram para que os políticos colocassem o “rabo entre as pernas”, acuassem e entendessem que “povo” não é composto só de favelados, bolsa-família e ignorância nacional; “povo” é, acima de tudo, este Brasil quieto, tolerante, inteligente e propulsor, que representa 90% da população. Mas tolerância tem limite. Por isso, queridos políticos, basta! Comecem a ouvir este Brasil real e passem a mudar o conceito de governar. O governo precisa voltar a trabalhar para o povo (como antigamente) e não exigir que o povo continue a trabalhar exclusivamente para o governo. Exigir tanto da sociedade sem dar quase nada em troca não é coisa de sociedade civilizada. Para nós é muito pior do que ser dominado pelas Farc.

Muitos leitores e amigos me perguntam o que eu acho dessa situação explosiva. Ora, mesmo não sendo um guru, posso afirmar que, por enquanto, quase nada mudará, porque o buraco é muito mais embaixo. Mas o importante é começar. Desde já podemos afirmar que a nossa história dividirá o Brasil em “antes e depois do despertar de junho de 2013”. A partir de agora nossos políticos prestarão muito mais atenção à voz do cidadão consciente do que à classe inconsciente que sempre foi usada como voto de cabresto. Sem esquecer que essa classe dos mais humildes, hoje, graças aos meios de comunicação, da mídia, da internet e das redes sociais, é muito bem informada.

Não obstante, como já me referi em textos anteriores, todas essas manifestações sozinhas não resolverão nosso problema. As várias promessas da presidenta Dilma nada acrescentaram de bom, a não ser o uso da velha terapia anestésica chamada “me engana que eu gosto!”. A meu ver, a presidenta, quando promete algo, deve levar em conta a inteligência dessa nova plateia que instantaneamente identifica o verdadeiro conteúdo das palavras e a possibilidade dos fatos.

É impossível para ela atender todas as reivindicações de nossos protestos, a não ser em um item: a corrupção, mas aí teria que começar a apunhalar quase todos os seus velhos companheiros. A verdadeira solução dos problemas continuará nas mãos do povo e levará um pouco de tempo, porque precisa criar e obedecer etapas.

É necessário que nas próximas eleições o povo entre numa campanha maciça para induzir o eleitor a votar somente em gente nova. Bom seria determinar um partido mais ético já existente ou até criar um novo e canalizar os votos para pessoas inteligentes, cultas e honestas. Pessoas sem nenhum vínculo com o passado político de nosso país. Chega de sermos governados por pessoas que, não tendo capacidade de progredir no setor produtivo, apelam para a aventura política! Com um novo Parlamento, aí sim poderemos pensar em Constituição.

Para resolver nossos problemas, precisamos teoricamente jogar no lixo a atual Constituição para dar lugar a uma completamente nova. Para ser justa e imparcial, a nova Constituição não pode nascer da cabeça dos políticos, mas da cabeça de nossos jovens universitários de direito e de um concurso público, até premiado, de “Melhor Constituição do Brasil”. Uma Constituição verdadeiramente justa e inequívoca, na qual todos sejam iguais perante a lei de direito e de dever, em que as leis sejam realmente respeitadas com punições rígidas e igualitárias, em que o emprego público não seja portador de privilégios. Uma Constituição que ponha o governo a serviço do povo e não vice-versa. Precisamos decepar, reduzir o tamanho do governo em mais de 70%, com cortes de privilégios, abolição de muitos empregos fantasmas e empregos políticos inúteis.

O emprego público deve obedecer às leis do mercado e ser regido pelas mesmas normas do emprego privado: pela competência, produtividade e meritocracia. A possibilidade de uma pena de morte também não deve ser vista como uma simples execução humana. Ela, além de diminuir drasticamente os assassinatos, reduzirá em muito os pequenos crimes, pois, para preservar a vida, a vigilância paterna aumentaria muito sobre o comportamento dos filhos. A nova Constituição precisa estabelecer critérios para aprovar candidatos à eleição para cargos legislativos e executivos. Precisamos proibir candidaturas de pessoas sem conhecimento, sem capacidade, com maus antecedentes etc. Por mim, exigiria até o currículo dos filhos do candidato, porque, se a pessoa não teve competência de cuidar da própria família, jamais a terá para cuidar da nação. Isso não é discriminar, assim como não é discriminar quando nós vamos ao hospital e não aceitamos que um curioso qualquer queira fazer em nós uma intervenção cirúrgica, ou um sapateiro queira fazer o projeto estrutural de nossa casa. Chega de demagogia! Governar também é cuidar de milhões de vidas. Não fosse pela ignorância e pela demagogia no poder, nosso país há muito tempo seria o segundo mais rico e avançado do mundo.

Essa mudança radical só é possível de duas maneiras: por meio de uma forte e indesejável ditadura ou por meio do povo, maciçamente mobilizado, unido numa gigantesca campanha, talvez lançando um novo partido (Partido Brasil Novo), elegendo somente pessoas novas, sem vínculo com a política anterior, e por meio desses eleitos disponibilizar uma grande maioria no Parlamento para promover uma radical reforma constitucional, séria e democrática, como o brasileiro realmente sonha.

Mas, para unir democraticamente um povo numa só voz, é necessário ter um líder, coisa dificílima numa sociedade civil e apolítica. Afortunadamente, hoje a democracia brasileira teria esse líder, chamado Joaquim Barbosa, único merecedor da admiração de todos os brasileiros. O exímio juiz hoje prestaria muito mais serviço ao país se abdicasse do cargo de ministro do STF e, democraticamente alçado ao poder, limpasse a bandidagem, transformando o Brasil no melhor país do mundo para viver e com uma sociedade exemplar.

 

* Reprodução liberada*

 

Cav. Giuseppe Tropi Somma é empresário, membro da Abramaco e presidente do Grupo Cavemac.

Fonte: http://www.costuraperfeita.com.br/edicao/21/materia/ponto-de-vista....

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Comentário de petrúcio josé rodrigues em 4 fevereiro 2014 às 8:11

É bom que isto ocorra muito rápido.

Somente isto pode se sobrepor a incompetência e descaso da nossa politica  atual.

Em outras palavras, da imoralidade atual, que tem nome e todos nós conhecemos.

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